113813 - Cursos de Inverno da FFLCH 2023 - Antropologia mais-que-humana: experimentos etnográficos e engajamentos possíveis |
Período da turma: | 08/08/2023 a 22/08/2023
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Descrição: | Como gargalhadas que ecoam em paredes de casarões coloniais ou plantas que crescem dentro de
uma galeria de arte podem ser apresentadas como sujeitos etnográficos? Como se engajar e até mesmo se comunicar, com seres que podem não ter bocas para falar ou olhos para expressar sentimentos e emoções? O objetivo deste curso é debater o enfoque contemporâneo dado às agencialidades não humanas na pesquisa antropológica com base na chamada de Antropologia-mais- que-humana. Nas pesquisas etnográficas clássicas com grupos não ocidentais já era possível perceber espíritos, lugares, objetos ou animais como protagonistas de sentidos, porém, discussões teóricas têm ganhado força principalmente em decorrência das crises sociais, ambientais e políticas disparadas pelo Antropoceno. Nesse sentido, há uma consequente necessidade de questionamentos em relação ao humano enquanto único produtor de conhecimentos, mundos e histórias. A intenção do curso, portanto, é oferecer uma base teórica introdutória aos interessados, a partir de um conjunto de metodologias especulativas que permitam não só o engajamento com mundos mais-que-humanos, mas também a sua descrição etnográfica. Assim, espera-se fornecer recursos metodológicos referentes a experimentos narrativos feitos com seres mais-que-humanos, apresentar os desafios éticos que emergem em torno de tais pesquisas e refletir sobre os efeitos políticos de narrativas não oficiais e não hegemônicas movimentadas por não-humanos. 1ª sessão: Entre ciborgues e céus que caem: uma introdução ao debate que descentraliza o humano HARAWAY, Donna. Manifesto ciborgue. In: Antropologia do ciborgue: as vertigens do pós-humano. 2ed. Belo Horizonte: Autêntica editora, 2009. ALBERT, Bruce. KOPENAWA, Davi. A queda do céu. Palavras de um xamã yanomami. São Paulo, Companhia das Letras, 2015. INGOLD, Tim. A antropologia ganha vida. In: T. Ingold. Estar vivo: ensaios sobre movimento, conhecimento e descrição. Petrópolis: Vozes. 2015. DESPRET, Vinciane. Pesquisar junto aos mortos. Campos, v. 22, n. 1, p. 289-307, 2021. TSING. Anna. Margens Indomáveis: cogumelos como espécies companheiras. Ilha: Revista de Antropologia, v.17, n.1, p.177-201, 2015. 2ª sessão: A vida social dos espíritos – dinâmicas, contextos e possibilidades analíticas MOURA MELO, Marcelo. Entidades espirituais: materializações, histórias e os índices de suas presenças. Etnográfica, Vol. 20, n.1, 2016, pp. 211-225. BLANES, Ruy. ESPÍRITO SANTO, Diana. Introduction: on the agency of intangible. In: _______. The Social Life of Spirits. Chicago and London: The University of Chicago Press. 2014. p.01-32. 3ª sessão: Symbiogênese: Como voltar a atenção para os emaranhamentos multiespécies HARAWAY, Donna J. Staying with the trouble: Making kin in the Chthulucene. Duke University Press, 2016. VAN DOOREN, Thom; KIRKSEY, Eben; MÜNSTER, Ursula. Estudos multiespécies: cultivando artes de atentividade. Clímaco, v. 3, n. 7, p. 39-66, 2016. SÜSSEKIND, Felipe. Sobre a vida multiespécie. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, p. 159- 178, 2018. 4ª sessão: Trabalho de campo com não humanos: engajamento, história e criatividade TSING. Anna. Margens Indomáveis: cogumelos como espécies companheiras. Ilha: Revista de Antropologia, v.17, n.1, p.177-201, 2015. TSING, Anna. 2019. Viver nas ruínas: paisagens multiespécies no Antropoceno. Brasília: IEB Mil Folhas. DESPRET, Vinciane. Que diriam os animais? Ubu Editora, 2021. 5ª sessão: Fantasmas e os rastros do colonialismo: O que recontam os fantasmas? WILLIAMS, Brackette. “Fantasmas holandeses e o mistério da história: ritual e interpretações de colonizados e colonizadores sobre a rebelião de escravos de Berbice de 1763”. Ilha: Revista de Antropologia, v. 22, n. 1: 2020, p. 187-233. Rodrigues, I. N. As múltiplas vidas de Batepá: memórias de um massacre colonial em São Tomé e Príncipe (1953-2018). Estudos Ibero-Americanos, 45(2), 2019.pp- 4–15. TORRES, Aline. A casa e os altares. Etnográfica. Vol.24 (2), 2020. Pp.371-370. Bibliografia: ALBERT, Bruce. KOPENAWA, Davi. A queda do céu. Palavras de um xamã yanomami. São Paulo, Companhia das Letras, 2015. BLANES, Ruy. ESPÍRITO SANTO, Diana. Introduction: on the agency of intangible. In: _______. The Social Life of Spirits. Chicago and London: The University of Chicago Press. 2014. p.01-32. DESPRET, Vinciane. Pesquisar junto aos mortos. Campos, v. 22, n. 1, p. 289-307, 2021. DESPRET, Vinciane. Que diriam os animais? Ubu Editora, 2021. HARAWAY, Donna J. Staying with the trouble: Making kin in the Chthulucene. Duke University Press, 2016. HARAWAY, Donna. Manifesto ciborgue. In: Antropologia do ciborgue: as vertigens do pós-humano. 2ed. Belo Horizonte: Autêntica editora, 2009. INGOLD, Tim. A antropologia ganha vida. In: T. Ingold. Estar vivo: ensaios sobre movimento, conhecimento e descrição. Petrópolis: Vozes. 2015. MOURA MELO, Marcelo. Entidades espirituais: materializações, histórias e os índices de suas presenças. Etnográfica, Vol. 20, n.1, 2016, pp. 211-225. Rodrigues, I. N. As múltiplas vidas de Batepá: memórias de um massacre colonial em São Tomé e Príncipe (1953-2018). Estudos Ibero-Americanos, 45(2), 2019.pp- 4–15. SÜSSEKIND, Felipe. Sobre a vida multiespécie. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, p. 159- 178, 2018. TORRES, Aline. A casa e os altares. Etnográfica. Vol.24 (2), 2020. Pp.371-370. TSING, Anna. 2019. Viver nas ruínas: paisagens multiespécies no Antropoceno. Brasília: IEB Mil Folhas. TSING. Anna. Margens Indomáveis: cogumelos como espécies companheiras. Ilha: Revista de Antropologia, v.17, n.1, p.177-201, 2015. VAN DOOREN, Thom; KIRKSEY, Eben; MÜNSTER, Ursula. Estudos multiespécies: cultivando artes de atentividade. ClimaCom, v. 3, n. 7, p. 39-66, 2016. WILLIAMS, Brackette. “Fantasmas holandeses e o mistério da história: ritual e interpretações de colonizados e colonizadores sobre a rebelião de escravos de Berbice de 1763”. Ilha: Revista de Antropologia, v. 22, n. 1: 2020, p. 187-233. |
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Carga Horária: |
10 horas |
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Tipo: | Obrigatória | ||||
Vagas oferecidas: | 50 | ||||
Ministrantes: |
Gabriela Lages Gonçalves Joaquim Pereira de Almeida Neto |
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