Atividade

63504 - Diálogos e Resistências: A África no Brasil e o Brasil na África

Período da turma: 14/03/2015 a 04/07/2015

Selecione um horário para exibir no calendário:
 
 
Descrição: Ementa geral: Oferecido pela equipe do Núcleo de Apoio à Pesquisa Brasil África, o curso visa familiarizar professores do ensino básico com temas ligados às realidades africanas e afro-brasileiras de forma a estimulá-los a aprofundar seus conhecimentos com vistas especialmente a poderem abordar com mais consistência assuntos estabelecidos pelo Parecer do Conselho Nacional de Educação à lei 10.639/03, alterada pela lei 11.645/08. Com uma proposta de abordagem interdisciplinar, de acordo com o perfil da equipe e com as diretrizes da lei, tratará de questões ligadas à história da África; das relações entre sociedades africanas e agentes de sociedades de fora do continente; da produção literária e artística de africanos, assim como daquela realizada por brasileiros ligados às matrizes culturais africanas; de aspectos do tráfico de escravos que está na base da formação da sociedade brasileira; de propostas de relação com regiões do continente africano elaboradas no presente. As formas de diálogo e de resistência construídas nas relações entre grupos sociais diferentes serão abordadas tanto em regiões do continente africano como no Brasil. Os períodos considerados abarcam diferentes temporalidades, compreendendo momentos que vão do século XVI ao XXI.

Programa:

14/03 – Apresentação do curso, dos professores e das questões abordadas pelas aulas. Estabelecimento das normas relativas à dinâmica do curso e à avaliação.

Docentes Responsáveis: Prof. Dr. Alexandre de Freitas Barbosa (IEB – USP); Prof. Dr. José Flávio Motta (FEA – USP); Profa. Dra. Leila Leite Hernandez (DH/FFLCH-USP); Profa. Dra. Maria Cristina C. Wissenbach (DH/FFLCH-USP); Profa. Dra. Marina de Mello e Souza (DH/FFLCH-USP); Profa. Dra. Marta Heloisa (Lisy) Leuba Salum (MAE/USP); Prof. Dr. Paulo Daniel Farah (DLO/FFLCH-USP); Profa. Dra. Rejane Vecchia da Rocha e Silva (DLCV/FFLCH-USP); Profa. Dra. Rosangela Sarteschi (DLCV/FFLCH-USP).


Introdução ao continente africano e suas conexões com o Brasil: aspectos geográficos, linguísticos, históricos, culturais. Metodologias e fontes para o estudo de sociedades e grupos não letrados: oralidade, cultura material, arqueologia, narrativas de viagem e fontes administrativas. (Depois da apresentação geral, a aula será ministrada por alguns professores de forma a dar conta da perspectiva interdisciplinar do curso.)

21/03 – Sistemas de pensamento, organização social e política de sociedades africanas do passado.

Docente responsável: Profa. Dra. Marina de Mello e Souza (DH/FFLCH-USP)

A aula abordará os princípios básicos dos sistemas de pensamento e formas de organização social e política de sociedades sub-saarianas, como a relação entre o mundo visível e o mundo invisível, a centralidade das linhagens, e estruturas de poder descentralizadas e centralizadas. Serão abordadas algumas sociedades em específico, assim como aspectos de suas histórias entre os séculos XV e XVIII, considerando-se os espaços de maior incidência do comércio de escravos, sendo elas: Guiné, Daomé e Iorubalândia na África Ocidental, Congo e Angola na África Centro-Ocidental, e Zambezia na África Centro-Oriental. Nesses estudos de caso serão destacadas as situações nas quais ocorreram processos entendidos como diálogos e resistências entre os agentes africanos e os agentes estrangeiros, decorrentes das dinâmicas criadas principalmente a partir de espaços externos ao continente. Atenção especial será dada à introdução e disseminação do catolicismo na África Central.

Texto de base para a aula:

SOUZA, Marina de Mello e, África e Brasil africano, capítulos 1 e 2. São Paulo: Ática, 2008.

Leituras complementares:

HAMPATÉ BÂ, Amadou – A tradição viva, em História Geral da África I. Metodologia e pré-história da África, pp. 167-212.

http://unesdoc.unesco.org/images/0019/001902/190249POR.pdf

SOUZA, Marina de Mello e. Religião e poder no Congo e Angola, séculos XVI e XVII: universo mental e organização social, em O governo dos povos, org. Laura de Mello e Souza et alii. São Paulo, Alameda, 2009, pp. 263-279.

- Catolicismo e comércio na região do Congo e de Angola, séculos XVI e XVII, em Nas rotas do império, organizadores: João Fragoso, Manolo Florentino e outros. Ilha de Vitória, EDUFES, 2006, pp.279-297.


28/03 – O Islã na África

Docente responsável: Prof. Dr. Paulo Daniel Farah (DLO/FFLCH-USP)

A aula propõe uma discussão sobre o surgimento e a difusão do islamismo na África, as tradições muçulmanas presentes no continente, os fluxos de peregrinos, sábios e comerciantes e a busca de conhecimento. Com o objetivo de refletir sobre essa religião, predominante em vastas regiões da África, abordar-se-ão as origens do islamismo, suas fontes sagradas, os profetas, os princípios doutrinais e rituais, as divisões e os espaços religiosos e de sociabilidade, além da diversidade linguística e cultural. A formação e a manutenção dessas identidades e seu papel de afirmação e resistência também serão debatidos, ao lado de outro tema ainda pouco abordado nas escolas brasileiras, o da presença de muçulmanos africanos e descendentes no Brasil e sua participação nos movimentos contra a escravidão.

Textos de base para a aula:

FARAH, Paulo Daniel. O Islã. São Paulo: Publifolha, 2001, p. 8-45.

- Deleite do estrangeiro em tudo o que é espantoso e maravilhoso: estudo de um relato de viagem bagdali. Rio de Janeiro, Argel, Caracas: Edições BibliASPA, Fundação Biblioteca Nacional, Bibliothèque Nationale d’Algérie e Biblioteca Nacional de Caracas. 2007, p. 9-15 e 18-26.

11/04– Arte africana e cultura material

Docente responsável: Profa. Dra. Marta Heloisa (Lisy) Leuba Salum (MAE/USP)

Com esta aula pretendemos apresentar subsídios para a abordagem do tema do curso, resistências e diálogos, na perspectiva dos estudos de arte e de cultura material, através da análise de um repertório de objetos emblemáticos de coleções etnológicas e arqueológicas em museus, que nos permite discutir aspectos tecnológicos e simbólicos influentes em processos de construção de identidade sociocultural em contextos africanos e afro-brasileiros.

Textos de base para a aula:

FEIST, Hildegard. Arte africana. São Paulo: Editora Moderna, 2010. (Artistas anônimos)

SALUM, Marta Heloísa Leuba. O homem e sua obra, e, os objetos e os homens: da relação homem-matéria. Museu, Identidades e Patrimônio Cultural.

Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, Suplemento 7, 2008, p. 49-61.

18/04 – Colonialismo e independência

Docente Responsável: Profa. Dra. Leila Leite Hernandez (DH/FFLCH-USP)

Ao tratar de temas ligados à ocupação colonial de grandes áreas do continente e à conquista da independência e formação de estados nacionais africanos propomos periodizar, definir e problematizar questões e conceitos referentes às resistências e diálogos em várias situações coloniais em África. Propomos também compreender as dinâmicas sociais e as culturas em movimento, configuradoras dos processos históricos que levaram os países africanos às independências.

Textos de base para a aula:

HERNANDEZ, Leila M.G. Leite. “Civilizados” e “Primitivos” na constituição do sistema colonial africano. In A África na sala de aula. Visita à história contemporânea. SP: Selo Negro, 2010, p.91-108.

OLORUNTIMEHIN, B. Olatun-Ji. A política e o nacionalismo africanos, 1919-1935. In BOAHEN, Adu. História Geral da África – Volume VII. África sob dominação colonial, 1880-1935. UNESCO/Ática, 1985, p. 575-588.

MUNANGA, Kabengele. África: trinta anos de processo de independência. In Dossiê Brasil/África. Revista USP. SP: EDUSP, n. 18, junho/julho/agosto 1993, p.101-111.

09/05– A escravidão na África e o tráfico atlântico de escravos: feições, dinâmicas e interações.

Docente Responsável: Profa. Dra. Maria Cristina C. Wissenbach (DH/FFLCH-

USP)

O objetivo da aula é apresentar e discutir as diferentes formas que a escravidão assumiu nas sociedades africanas no período pré-colonial tendo como base o capítulo sobre o tema de Alberto da Costa e Silva. Procurar-se-á desenvolver também a questão das interações entre poder politico e comércio de escravos na África Ocidental e entre as formas de obtenção de escravos e as dinâmicas do tráfico atlântico dos séculos XVII ao XIX. Considerando-se, por outro lado, o comércio de escravos em sua feição histórica, pretende-se avaliar quantitativamente suas variações no tempo e nos diversos espaços africanos e
americanos, bem como seus impactos tanto nas sociedades africanas quanto na sociedade brasileira desse período. Por fim, realizar uma discussão sobre as fontes disponíveis sobre o tema.

Textos de base para a aula:

SILVA, Alberto da Costa e. A escravidão entre os africanos. In: A manilha e o libambo. A África e a escravidão de 1500 a 1700. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, Fundação Biblioteca Nacional, 2002, p. 79-132.

LOVEJOY, Paul. A exportação de escravos, 1600-1800. In: A escravidão na África. Uma história de suas transformações. Tradução Regina Bhering e Luiz Guilherme Chaves. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002, p. 89-109.

The Trans Atlantic Slave Trade Database Voyages.Emory University; W. E. B. Du Bois Institute (Harvard University) 2008/2009.

Disponível em: http://slavevoyages.org/tast/index.faces.

EQUIANO, Olaudah. A interessante narrativa da vida de Olaudah Equiano ou Gustavus Vassa o Africano (1789). Trechos selecionados e traduzidos de

Equiano´sTravels. His Autobiography. The Interesting Narrative of the Life of Olaudah Equiano or Gustavus Vassa the African. Editedby Paul Edwards. Nova York: F. A. Praeger, 1967.

16/05 – Economia e demografia da escravidão no Brasil.

Docente responsável: Prof. Dr. José Flávio Motta (FEA – USP)

Com fundamento em três temas que têm sido privilegiados pelas pesquisas do docente responsável, quais sejam, família escrava, estrutura da posse de cativos e tráfico interno de escravos, delineia-se um panorama geral acerca da economia e da demografia da escravidão no Brasil.

Para tanto, exploram-se os resultados da historiografia produzida nas últimas décadas por diversos estudiosos de nosso passado escravista. Composta por alentado conjunto de trabalhos, o mais das vezes de caráter monográfico, essa historiografia permitiu o aprofundamento, de modo significativo, do saber acerca dos cativos. Com isso sedimentou-se, pouco a pouco, um entendimento que atribui a esses indivíduos papel de destaque enquanto sujeitos históricos cuja atuação, juntamente à dos livres e libertos, foi fundamental na construção quotidiana do escravismo brasileiro.
Remodelou-se, assim, o entendimento das formas assumidas pelos diálogos e resistências em nossa sociedade pretérita. Afastou-se, de um lado, o estereótipo do escravo submisso, dócil, a integrar — até mesmo feliz?! — a grande família do patriarca branco, ilustração viva de uma pretensa democracia racial. De outro, distanciou-se igualmente do cativo reificado, esmagado pela violência do cativeiro, equiparado seja a um bem de produção, seja a um artigo de consumo, semovente tal como o gado, e que só conseguia humanizar-se mediante a negação do sistema escravista, pela fuga, pelo crime.
Sem em nenhum momento negar a aludida violência, volta-se os olhos para o escravo que lutava sem se tornar necessariamente um Zumbi dos Palmares; luta renhida, dia após dia, repleta de reveses, mas também marcada por conquistas, na qual procurava reter exatamente sua humanidade, eventualmente emancipar-se, explorando as possibilidades, ocupando os interstícios, em suma, moldando também os parâmetros do ser escravo

Textos de base para a aula:

MOTTA, José Flávio, NOZOE, Nelson & COSTA, Iraci Del Nero da. “Às vésperas da Abolição - um estudo sobre a estrutura da posse de escravos em São Cristóvão (RJ), 1870”. Estudos Econômicos, São Paulo, v. 34, n. 1, p. 157-213, 2004, em especial “abordagem comparativa” às p. 183-207.

MOTTA, José Flávio. “A família escrava na historiografia brasileira: os últimos 25 anos”. In: SAMARA, Eni de Mesquita. (Org.). Historiografia Brasileira em Debate: "olhares, recortes e tendências". São Paulo: Humanitas, 2002, p. 235-254.

- “A lei, ora a lei! Driblando a legislação no tráfico interno de escravos no Brasil (1861-1887)”. História e Economia, vol. 10, pp. 15-28, 2012.


23/05 – A literatura negra brasileira na escola: algumas perspectivas

Docente responsável: Profa. Dra. Rosangela Sarteschi (DLCV/FFLCH-USP)

A aula propõe uma discussão sobre a constituição da literatura negra brasileira no sistema literário nacional como uma forma de discurso identitário de resistência, problematizando sua inclusão no ensino básico das redes oficiais e particulares no âmbito da Lei 11.645/08. Propõe ainda uma reflexão sobre o alcance e os limites do conceito “literatura negra”, levando em consideração as noções de autoria, sujeito leitor, público-alvo e circulação literária, e sua inserção no cânone literário. Abordaremos, portanto, questões ligadas à: literatura negra: conceito e problematização; poéticas afro-brasileiras; literatura para jovens: textos afro-brasileiros e relações étnico-raciais na educação; a lei 10.639/03 e 11.645/08: alcance e limites na sua aplicação no contexto da LDB, lei 9.394/96.

Textos de base para a aula:


Texto da Lei, Parecer 003/2004, do Conselho Nacional de Educação (relatora: Professora Petronilla Beatriz Gonçalves e Silva);

FONSECA, Maria Nazareth Soares. “Literatura Negra: os sentidos e as ramificações” In: DUARTE, Eduardo de Assis & FONSECA, Maria Nazareth Soares (orgs). Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2011.

30/05 - Panorama das confluências e divergências entre as literaturas africanas de língua portuguesa: textos e contextos nos séculos XX e XXI

Docente responsável: Profa. Dra. Rejane Vecchia da Rocha e Silva (DLCV/FFLCH-USP)

A aula abordará sob o ponto de vista das imbricações entre os campos literário e histórico a emergência das literaturas africanas em língua portuguesa, de acordo com os seguintes aspectos: 1. Sua formação, organização e afirmação vinculadas ao processo assimilacionista português (procurando problematizar literaturas produzidas em língua portuguesa, no entanto, mobilizadas por uma referencialidade endógena voltada para as populações locais e suas condições de vida dentro do sistema colonial) e a uma política educacional organizada essencialmente dentro do modelo colonialista; 2. Sua produção nos centros urbanos e nas zonas libertadas ao longo das guerras de libertação; 3. A produção literária no período da pós-independência concomitantemente às guerras de agressão/desestabilização; 4. A produção literária de escritores na primeira década do século XXI.

Textos de base para a aula:

KI-ZERBO, Joseph. "O despertar da África Negra ou a história recomeça" (p.157 a 182), "As possessões portuguesas: Angola, Moçambique, Guiné, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe" (p. 272 a 285). In: História da África Negra - Vol. II. Portugal: Publicações Europa-América, 2002.

MARGARIDO, Alfredo. "Das várias maneiras de ver e de não ver a colonização" (p. 05 a 32), "Panorama" (p. 33 a 42). In Estudo sobre Literaturas das Nações Africanas de Língua Portuguesa. Lisboa: A Regra do Jogo, 1980.

SANTILLI, Maria Aparecida. "Apresentação: uma antologia de africanos para brasileiros" e "Três literaturas distintas" (p. 05 a 28). In Estórias Africanas. São Paulo: Editora Ática, 1985.

13/06 – Relações Geopolíticas e Econômicas Brasil-África

Docente Responsável: Prof. Dr. Alexandre de Freitas Barbosa (IEB – USP)

O objetivo desta aula é tratar de diferentes momentos da política externa brasileira para o continente africano. A partir da obra seminal de José Honório Rodriguez, procura-se demonstrar como a África esteve ausente da política externa brasileira da independência até 1960.

Entre os anos 1960 e 1970, principalmente durante os governos Jânio Quadros e João Goulart, e mais adiante no governo Geisel, ainda que não se tenha desenvolvido uma política “africanista” coerente, este continente passou a se integrar no âmbito da “diplomacia do desenvolvimento” praticada pelo Brasil. O objetivo era ganhar autonomia negociadora em relação aos países desenvolvidos nos fóruns internacionais, contando para tanto com apoio dos demais países da periferia capitalista. Relações bilaterais com países fora do mundo desenvolvido também passaram a ser estimuladas.

Durante os anos 80 e 90, ainda que a África não tenha propriamente “sumido” da política externa brasileira, ela perde o papel e a relevância que antes havia obtido. Com o governo Lula, o Brasil, agora num novo cenário global, passa a dialogar com a tradição da política externa “desenvolvimentista” dos anos 60 e 70 e a enfatizar novamente a importância do continente africano.

Os dados da presença brasileira na África ao longo dos anos 2000 não deixam margem a dúvidas a este respeito. Mas existem várias dúvidas, aí sim, sobre o que o Brasil – o governo, as empresas, a sociedade civil – quer(em) com a África. Ademais de não haver uma coerência entre as várias frentes brasileira de expansão rumo ao continente, em muitos aspectos a presença brasileira geralmente vem acompanhada de aspectos contraditórios, ao menos quando se comparam as dimensões cultural e de cooperação técnica, de um lado, com as de cunho mais econômico e geopolítico, de outro.

Na aula, os temas serão organizados em torno de quatro grandes eixos: 1. A Política Externa Brasileira no pós-Independência (até 1960): entre o Ocidentalismo e o Regionalismo; 2. A África “Ingressa” na Política Externa Brasileira (anos 60 e 70); 3. O Retorno da África à Política Externa Brasileira no Governo Lula; 4. A Presença do Brasil na África Hoje: Relações Contraditórias entre a “Conexão Cultural”, a Cooperação Técnica, os Interesses Econômicos e as Relações Geopolíticas

Textos de base para a aula:

RODRIGUES, José Honório (1982), Brasil e África: Outro Horizonte. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 3ª. edição ampliada, parte II.

SARAIVA, José Flávio Sombra (2012). África Parceira do Brasil Atlântico: Relações internacionais do Brasil e da África no início do século XXI. Belo Horizonte: Fino Traço.


20/06 – Possibilidades didáticas de trabalhar com história da África e da presença do negro na sociedade brasileira. Avaliação do curso.

Docentes Responsáveis: conjunto de professores do curso.

Nessa aula serão apresentadas possibilidades de trabalhar em sala de aula com os temas tratados ao longo do curso, fazendo uso de diferentes materiais como mapas, trechos de narrativas, obras literárias, objetos, imagens e tabelas quantitativas. A dinâmica proposta é de que os alunos/professores participem ativamente da atividade, contribuindo com suas experiências e trazendo propostas de materiais a serem trabalhados. Ao fim da atividade será distribuído um questionário de avaliação do curso.

27/06 – Discussão das propostas de trabalhos de aproveitamento do curso.

Docentes Responsáveis: conjunto de professores do curso.

04/07 – Entrega do trabalho de aproveitamento.


Bibliografia geral



ABDALA JR., Benjamin. Literatura, História e Política. Literaturas de língua portuguesa no século XX. Cotia, SP: Ateliê editorial, 2007.

ALENCASTRO, Luis Felipe de – O trato dos viventes. Formação do Brasil no Atlântico sul, São Paulo, Companhia das Letras, 2000.

HAMPATÉ BÂ, Amadou – A tradição viva, em História Geral da África I. Metodologia e pré-história da África, pp. 167-212.

http://unesdoc.unesco.org/images/0019/001902/190249POR.pdf

BARBOSA, Alexandre de Freitas, ThaísNarciso& Marina Biancalana (2009), Brazil in Africa: Another Emerging Power in the Continent?, in: Politikon – South African Journal of Political Studies, Vol. 36 (1).

BOAHEN, Adu - Os estados e as culturas da Guiné inferior, A. Boahen, História Geral da África, vol. V, organizado por Bethwell Allan Ogot: capítulo 14 – pp. 475-518. http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ue000322.pdf

BOAHEN, Adu. História Geral da África - Volume VII - África sob dominação colonial, 1880-1935. UNESCO/Ática, 1985. unesdoc.unesco.org/images/0019/001902/190255POR.pdf

BOSI, Alfredo. Literatura e resistência. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

CABRAL, Lidia (2011), “Cooperação Brasil-África para o Desenvolvimento: Caracterização, Tendências e Desafios”, in: Textos Cindes, no. 26, dezembro.

CERVO, Amado Luiz & Clodoaldo Bueno - História da Política Exterior no Brasil. Brasília, Editora da UNB, 3ª. edição ampliada, 2008.

CHAVES, Rita. Angola e Moçambique. Experiência colonial e territórios literários. Cotia, SP: Ateliê editorial, 2005.

COUTO, Mia. E se Obama fosse africano? São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

CUTI (Luiz Silva). “O leitor e o texto afro-brasileiro”. In: FIGUEIREDO, Maria do Carmo Lanna e FONSECA, Maria Nazareth Soares. Poéticas afro-brasileiras. Belo Horizonte: Mazza/PUC-MG, 2002.


ERVEDOSA, Carlos. Roteiro da literatura angolana. Luanda: União dos Escritores Angolanos, s/d.

EQUIANO, Olaudah. A interessante narrativa da vida de OlaudahEquiano ou GustavusVassa o Africano (1789). Trechos selecionados e traduzidos de

Equiano´sTravels. His Autobiography. The Interesting Narrative of the Life of OlaudahEquiano or GustavusVassa the African.Editedby Paul Edwards. Nova York: F. A. Praeger, 1967.

FARAH, Paulo Daniel - O Islã. São Paulo: Publifolha, 2001, p. 8-45.

- Deleite do estrangeiro em tudo o que é espantoso e maravilhoso: estudo de um relato de viagem bagdali. Rio de Janeiro, Argel, Caracas: Edições BibliASPA, Fundação Biblioteca Nacional, Bibliothèque Nationale d’Algérie e Biblioteca Nacional de Caracas. 2007, p. 9-15 e 18-26.


FDC-CPII (2007), Brazil’s Multinationals Take Off, Fundação Dom Cabral & The Columbia Program on International Investment, New York, dezembro.

FEIST, Hildegard. Arte africana. São Paulo: Editora Moderna, 2010. (Artistas anônimos)

FONSECA, Maria Nazareth Soares. “Literatura Negra: os sentidos e as ramificações” In: DUARTE, Eduardo de Assis & FONSECA, Maria Nazareth Soares (org). Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2011.

GOMES, Nilma Lino. “Alguns termos e conceitos presentes no debate sobre relações raciais no Brasil: uma breve discussão” In: BRASIL. Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal no. 10639/03. Brasília: MEC/SECAD, 2005. (Coleção Educação para todos no. 2).

HAMPÂTÉ BÂ, Amadou – A tradição viva, em História Geral da África I. Metodologia e pré-história da África. Organizado por Joseph Ki-Zerbo. São Paulo, Ed. Ática/UNESCO, 1980.

- Amkoullel, o menino fula. Tradução Xina Smith de Vasconcellos. São Paulo? Casa das Áfricas, Editora Palas Athena, 2003.

HERNANDEZ,Leila M.G. Leite. A África na sala de aula - visita à Históriacontemporânea. SP: Selo Negro, 2ª edição, 2010.

- “Civilizados” e “Primitivos” na constituição do sistema colonial africano. In A África na sala de aula-visita à história contemporânea. SP: Selo Negro, 2010, p.91-108.

IGLESIAS, Roberto Magno & Katarina Costa (2011), “O Investimento Direto Brasileiro na África”, in: Textos Cindes, no. 27, dezembro.

IPEA/Banco Mundial (2011). Ponte sobre o Atlântico, Brasil e África Subsahariana. Parceria Sul-Sul para o Crescimento. Brasília: IPEA/Banco Mundial.

KI-ZERBO, Joseph. História Geral da África. Portugal: Publicações Europa-América, 1999, vol. I.

- "O despertar da África Negra ou a história recomeça" (p.157 a 182), "As possessões portuguesas: Angola, Moçambique, Guiné, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe" (p. 272 a 285). In: História da África Negra - Vol. II. Portugal: Publicações Europa-América, 2002.

LAFER, Celso - A Identidade Internacional do Brasil e a Política Externa Brasileira. Editora Perspectiva: São Paulo, 2004.

LAYA, D. - Os estados haussas, D. Laya, História Geral da África, vol. V, organizado por Bethwell Allan Ogot, capítulo 16: pp. 541-582. http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ue000322.pdf

LEÃO, Ângela Vaz. Contatos e ressonâncias. Literaturas africanas de língua portuguesa. Belo Horizonte: PUC Minas, 2003.

LIMA, Maria Regina Soares de (1990), “A Economia Política da Política Externa Brasileira: uma Proposta de Análise”. Contexto Internacional, no. 12, Rio de Janeiro, julho-dezembro.

LOVEJOY, Paul E. – A escravidão na África. Uma história e suas transformações, tradução Regina Bhering e Luiz Guilherme Chaves. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2002.

MARGARIDO, Alfredo. Estudos sobre literaturas das nações africanas de língua portuguesa. Lisboa: A regra do jogo, 1980.

- "Das várias maneiras de ver e de não ver a colonização" (p. 05 a 32), "Panorama" (p. 33 a 42)

M’BOKOLO, Elikia – África negra. História e civilizações.Tomo I. Salvador / São Paulo: EDUFBA / Casa das Áfricas, 2009.

- África Negra. História e civilizações. Tomo II. Do século XIX aosnossos dias. Lisboa: Ed. Colibri, 2007.

- África Negra. História e civilizações, até ao século XVIII.

Tomo I. Lisboa: Ed. Vulgata, 2003.

MILLER, Joseph C. – África Central durante a era do comércio de escravizados de 1490 a 1850, em Diáspora negra no Brasil, HEYWOOD, Linda M. (org.), São Paulo, Ed. Contexto, 2008.

MOTTA, José Flávio, NOZOE, Nelson & COSTA, Iraci Del Nero da. “Às vésperas da Abolição - um estudo sobre a estrutura da posse de escravos em São Cristóvão (RJ), 1870”. Estudos Econômicos, São Paulo, v. 34, n. 1, p. 157-213, 2004, em especial “abordagem comparativa” às p. 183-207.

MOTTA, José Flávio - “A família escrava na historiografia brasileira: os últimos 25 anos”. In: SAMARA, Eni de Mesquita. (Org.). Historiografia Brasileira em Debate: "olhares, recortes e tendências". São Paulo: Humanitas, 2002, p. 235-254.

- “A lei, ora a lei! Driblando a legislação no tráfico interno de escravos no Brasil (1861-1887)”. História e Economia, vol. 10, pp. 15-28, 2012.
- Escravos daqui, dali e de mais além: o tráfico interno de cativos na expansão cafeeira paulista (Areias, Guaratinguetá, Constituição/ Piracicaba e Casa Branca, 1861-1887).São Paulo: Alameda/FAPESP, 2012.

MUNANGA, Kabengele. Negritude - Usos e sentidos. Belo Horizonte: Autêntica Editora,2009.

- Rediscutindo a mestiçagem no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica,

2004.

- África: trinta anos de processo de independência. In Dossiê Brasil/África. Revista USP. SP: EDUSP, n. 18, junho/julho/agosto 1993, p.101-111.

NEWITT, Malyn- História de Moçambique. Sintra: Publicações Europa-América, 1997.

OLORUNTIMEHIN, B. Olatun-Ji. A política e o nacionalismo africanos, 1919-1935. In BOAHEN, Adu. História Geral da África –Volume VII- África sobdominação colonial, 1880-1935. UNESCO/Ática, 1985, p.575-588.

PADILHA, Laura Cavalcante. Entre voz e letra: o lugar da ancestralidade na ficção angolana do século XX. Niterói: EdUFF, Rio de Janeiro: Pallas Editora, 2007.

PENHA, Eli Alves - Relações Brasil-África e a Geopolítica do Atlântico Sul. Salvador: EDUFBA, 2011.

PROENÇA FILHO, Domício. “A Trajetória do Negro na Literatura Brasileira”. In:

Revista do Instituto de Estudos Avançados. São Paulo: IEB/USP, 2004, no. 50 (disponível em rede: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142004000100017&script=sci_arttext).

RODRIGUES, Jaime – De costa a costa. Escravos, marinheiros e intermediários do tráfico negreiro de Angola ao Rio de Janeiro (1780-1860), São Pulo, Companhia das Letras, 2005.

RODRIGUES, José Honório, Brasil e África: Outro Horizonte. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 3ª. edição ampliada, 1982.

-Interesse Nacional e Política Externa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966.

ROSÁRIO, Lourenço do. Moçambique: história, culturas, sociedade e literatura.

Belo Horizonte: Nandyala, 2010.

RYDER, Allan Frederick Charles – Do rio Volta aos Camarões, em História Geral da África IV. A África do século XII ao XVI. São Paulo: Ática/UNESCO, 1980, coordenador do volume D.T. Niane, pp.353-384.

SANTILLI, Maria Aparecida. Estórias africanas: história e antologia. São Paulo: Editora Ática, 1985.

SALUM, Marta Heloísa Leuba. O homem e sua obra, e, os objetos e os homens: da relação homem-matéria. Museu, Identidades e Patrimônio Cultural. Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, Suplemento 7, 2008, p. 49-61.

SARAIVA, José Flávio Sombra - África Parceira do Brasil Atlântico: Relações internacionais do Brasil e da África no início do século XXI. Belo Horizonte: Fino Traço, 2012.

SILVA, Alberto da Costa e – A manilha e o libambo. A África e a escravidão de 1500 a 1700. Rio de Janeiro, Nova Fronteira: Fundação Biblioteca Nacional, 2002.

- Um rio chamado atlântico. A África no Brasil e o Brasil na África. Rio de Janeiro, Ed. Nova Fronteira / Ed. UFRJ, 2003.

- Francisco Félix de Souza, mercador de escravos. Rio de Janeiro, Nova Fronteira: EdUERJ, 2004.

-Das Mãos do Oleiro. Editora Nova Fronteira: Rio de Janeiro,

2005.

SOUZA, Marina de Mello e - África e Brasil africano. São Paulo, Ática, 2ª edição, 2008.

- Religião e poder no Congo e Angola, séculos XVI e XVII: universo mental e organização social, em O governo dos povos, org. Laura de Mello e Souza et alii. São Paulo, Alameda, 2009, pp. 263-279.

- Catolicismo e comércio na região do Congo e de Angola, séculos XVI e XVII, em Nas rotas do império, organizadores: João Fragoso, Manolo Florentino e outros. Ilha de Vitória, EDUFES, 2006, pp.279-297.

- Reis negros no Brasil escravista. História da festa da coroação de rei congo. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2006.

The Trans Atlantic Slave Trade Database Voyages.Emory University; W. E. B. Du Bois Institute (Harvard University) 2008/2009.Disponível em: http://slavevoyages.org/tast/index.faces.

THORNTON, John – A África e os africanos na formação do mundo atlântico, 1400-1800, Tradução Marisa Rocha Motta. Rio de Janeiro, Editora Campus: Elsevier, 2006.

VIZENTINI, Paulo (2005), Relações Internacionais do Brasil: de Vargas a Lula. Editora Perseu Abramo: São Paulo, 2ª. edição.

Carga Horária:

48 horas
Tipo: Obrigatória
Vagas oferecidas: 113
 
Ministrantes: Alexandre de Freitas Barbosa
Jose Flavio Motta
Leila Maria Gonçalves Leite Hernandez
Maria Cristina Cortez Wissenbach
Marina de Mello e Souza
Marta Heloisa Leuba Salum
Paulo Daniel Elias Farah
Rejane Vecchia da Rocha e Silva
Rosangela Sarteschi


 
 voltar

Créditos
© 1999 - 2024 - Superintendência de Tecnologia da Informação/USP