Atividade

66460 - Introdução à Antropologia da Juventude: desafios contemporâneos na metrópole

Período da turma: 16/09/2015 a 25/11/2015

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Descrição: Ementa
Além de discussões teóricas sobre certas categorias antropológicas e políticas que têm norteado o debate público em torno de práticas juvenis, o curso contemplará temáticas que interseccionam a noção de juventude com demais aspectos contemporâneos da vida social, tais como: gênero e sexualidade, esporte e corpo, religião, relações étnico-raciais, contextos escolares e produções artísticas (músicas, danças e artes urbanas).




Programa (sujeito a modificações)

Aula 1 – Apresentação do curso e introdução ao debate acerca do conceito de juventude
Data: 16/09/2015
Profs. responsáveis: Dr. Enrico Spaggiari, Ms. Giancarlo M. C. Machado, Ms. Lucas L. Moraes e Ms. Rosenilton S. de Oliveira.

- Apresentação do curso: objetivos, conteúdo, metodologia, bibliografia e demais questões práticas.
- Discussão introdutória: a juventude como uma construção sócio-histórica e um conceito analítico em constante reformulação.

Leitura sugerida:
GROPPO, Luis Antônio. Juventude - Ensaios sobre Sociologia e História das Juventudes Modernas. Rio de Janeiro, Difel, 2000.
SPOSITO, Marilia. O Estado da Arte sobre juventude na pós-graduação brasileira: Educação, Ciências Sociais e Serviço Social. Belo Horizonte, Argumentum, 2009, v.1, p.7-16 (prefácio).

Aula 2 – Socialidades juvenis: tribos, gangues, bandos, galeras e cenas
Data: 23/09/2015
Profs. responsáveis: Dr. Enrico Spaggiari, Ms. Giancarlo M. C. Machado, Ms. Lucas L. Moraes e Ms. Rosenilton S. de Oliveira.

- Problematizar a consolidação da juventude enquanto temática fundamental nas Ciências Sociais a partir do alcance analítico de categorias comumente empregadas para delimitar formas de socialidades juvenis.

Leitura sugerida:
ABRAMO, Helena. Cenas juvenis: punks e darks no espetáculo urbano. São Paulo, Scritta, 1994.
FEIXA, Carles. De jóvenes, bandas y tribus. Antropología de la juventud. Barcelona, Ariel, 2006 [1998].
MAFFESOLI, Michel. O tempo das tribos: o declínio do individualismo nas sociedades de massa. Rio de Janeiro, Forense Universitária, 2006, 4. ed.
MAGNANI, José Guilherme Cantor. “Tribos urbanas: metáfora ou categoria?”. In: Cadernos de Campo – Revista dos alunos de pós-graduação em Antropologia. Departamento de Antropologia, FFLCH/USP, n.2, 1992.
PAIS, José Machado. Culturas Juvenis. Lisboa, Imprensa Nacional, 1996.
WAGNER, Roy. “Are there social groups in the New Guinea Highlands?”. In LEAF, M.J. (org.). Frontiers of anthropology: an introduction to anthropological thinking. New York, D. Van Nostrand Company, 1974, p.95-122.

Aula 3 – Juventude: gênero e sexualidade em questão
Data: 30/09/2015
Profs. responsáveis: Dr. Enrico Spaggiari, Ms. Giancarlo M. C. Machado, Ms. Lucas L. Moraes e Ms. Rosenilton S. de Oliveira.

- Analisar, na interface entre as questões de gênero, sexualidade e juventude, aspectos relacionados à diferença e estigmatização de certas práticas observadas em espaços urbanos.

Leitura sugerida:
HEILBORN, Maria Luiza. “Experiência da sexualidade, reprodução e trajetórias biográficas juvenis”. In: HEILBORN, Maria Luiza et al (orgs.). O aprendizado da sexualidade: reprodução e trajetórias sociais de jovens brasileiros. Rio de Janeiro, Garamond, 2006. p. 30-58.
NEWTON, Esther. Mother Camp: female impersonators in América. Chicago: The University of Chicago Press, 1972. Ler Prefácio (p. XV) e Capítulo 2 - The “Queens” (p.20 a 40).
PUCCINELLI, Bruno. Se essa rua fosse minha: sexualidade e apropriação do espaço na rua “gay” de São Paulo. Dissertação de Mestrado (Ciências Sociais - Unifesp), 2013. Ler capítulo 4 - Se essa rua fosse minha: percursos etnográficos na Frei Caneca, sub-capítulos 4.2 a 4.4 (p. 132 a 161).
SIMÕES, Júlio Assis; FRANÇA, Isadora Lins & MACEDO, Marcio. “Jeitos de corpo: cor/raça, gênero, sexualidade e sociabilidade juvenil no centro de São Paulo.” In Cadernos Pagu 35, jul-dez de 2010, p. 37-78.




Aula 4 – Religião, juventude e espaços públicos
Data: 07/10/2015
Profs. responsáveis: Dr. Enrico Spaggiari, Ms. Giancarlo M. C. Machado, Ms. Lucas L. Moraes e Ms. Rosenilton S. de Oliveira.

- Abordar práticas e experiências juvenis através da discussão de etnografias focadas em processos que perpassam vivências religiosas em contextos urbanos.

Leitura sugerida:

ALVIM SILVA, Nayara. Vivendo como São Francisco de Assis: um estudo etnográfico sobre a Fraternidade Católica Toca de Assis. Dissertação de mestrado em Antropologia, UFMG, 2013.
NOVAES, Regina. “Juventude e Políticas Públicas: o que há de novo?”. In: Juventude.br. São Paulo, vol 1, ano 1, p. 55-56, 2006.
_____. “Juventude, religião e espaço público: exemplos ‘bons para pensar’ tempos e sinais”. In: Religião & Sociedade (Impresso), v. 32, p. 184-208, 2012.

Aula 5 – A cidade em jogo: juventude e práticas esportivas
Data: 14/10/2015
Profs. responsáveis: Dr. Enrico Spaggiari, Ms. Giancarlo M. C. Machado, Ms. Lucas L. Moraes e Ms. Rosenilton S. de Oliveira.

- Analisar os usos e as apropriações citadinas dos espaços urbanos a partir do exercício de certas práticas esportivas juvenis.

Leitura sugerida:
MACHADO, Giancarlo Marques Carraro. De “carrinho” pela cidade: a prática do skate em São Paulo. São Paulo: Editora Intermeios / FAPESP, 2014.
SPAGGIARI, Enrico. Família joga bola: constituição de jovens futebolistas na várzea paulistana. Tese (Doutorado em Antropologia Social) - Universidade de São Paulo, 2014.
TOLEDO, Luiz Henrique. “POSFÁCIO - corporalidade e festa na metrópole”. In: MAGNANI, José Guilherme Magnani; MANTESE, Bruna (orgs.). Jovens na Metrópole: etnografia de circuitos de lazer, encontro e sociabilidade. 1. ed. São Paulo: Terceiro Nome, 2007, v. 1, p. 265-266.

Trabalho de campo – Incursão etnográfica ao Parque Ibirapuera*
Data: 17/10/2015
Profs. responsáveis: Prof. Dr. José Guilherme Cantor Magnani, Dr. Enrico Spaggiari, Ms. Giancarlo M. C. Machado, Ms. Lucas L. Moraes e Ms. Rosenilton S. de Oliveira.

* atividade não obrigatória

Leitura sugerida:
MAGNANI, José Guilherme C. “De perto e de dentro: notas para uma etnografia urbana”. In: Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, vol.17, n° 49, 2002, p. 11-29.
_____. “Etnografia como prática e experiência”. In: Horizontes Antropológicos, vol.15, n.32, 2009, p.129-156.

Aula 6 – Jovens na metrópole: circuitos de lazer, encontro e sociabilidade
Data: 21/10/2015
Prof. responsável: Prof. Dr. José Guilherme Cantor Magnani

- Analisar e compreender as formas de sociabilidade, trajetos, relações de troca e modalidades de apropriação do espaço urbano, que envolvem os circuitos de jovens na metrópole paulistana.

Leitura sugerida:
MAGNANI, José Guilherme C.; SOUZA, Bruna Mantese (orgs.). Jovens na metrópole: etnografias de circuitos de lazer, encontro e sociabilidade. São Paulo, Editora Terceiro Nome, 2007.

Aula 7 – Relações étnico-raciais e juventude
Data: 04/11/2015
Profs. responsáveis: Dr. Enrico Spaggiari, Ms. Giancarlo M. C. Machado, Ms. Lucas L. Moraes e Ms. Rosenilton S. de Oliveira.

- Objetiva-se compreender como certas categorias – como “juventude negra”– emergiram no cenário urbano e têm norteado o debate tanto político quanto acadêmico em torno desse grupo social. Ressaltam-se, nesse contexto, as reflexões antropológicas sobre violência, racismo e políticas de ação afirmativa com recorte étnico-racial.

Leitura sugerida:

BENTO, M. A. S & BEGHIN, N. Juventude negra e exclusão radical. Ipea, 11 de agosto de 2005.
MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. Belo Horizonte, Autêntica, 2004.
RAMOS, P. C.; MORAIS, D. S. “A emergência da juventude negra como ator da construção democrática brasileira nos anos 2000”. In: XXVIII CONGRESSO INTERNACIONAL DA ALAS, 2011, Recife. Anais do XXVIII CONGRESSO INTERNACIONAL DA ALAS, 2011.
WAISELFISZ, J. J. Mapa da Violência: os jovens do Brasil. UNESCO. Brasil. 2014

Aula 8 – Juventude no contexto escolar
Data: 11/11/2015
Profs. responsáveis: Dr. Enrico Spaggiari, Ms. Giancarlo M. C. Machado, Ms. Lucas L. Moraes e Ms. Rosenilton S. de Oliveira.

- Com base em estudos etnográficos realizados na interface com uma antropologia da educação, vislumbra-se compreender como as instituições de ensino configuram-se em expressivos espaços de sociabilidade e de experiências juvenis nas periferias paulistanas.

Leitura sugerida:
PEREIRA, Alexandre Barbosa. De rolê pela cidade: os pixadores em São Paulo. Dissertação de Mestrado em Antropologia Social. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, São Paulo, 2005.
_____. “Aprendendo a ser jovem: a escola como espaço de sociabilidade juvenil”. In: XIII Congresso Brasileiro de Sociologia, 2007, Recife/PE.
_____. “A maior zoeira”: experiências juvenis na periferia de São Paulo. Tese de doutorado (Antropologia Social). São Paulo, Universidade de São Paulo. 2010.

Aula 9 – Cenas juvenis: produção musical e performance
Data: 18/11/2015
Profs. responsáveis: Dr. Enrico Spaggiari, Ms. Giancarlo M. C. Machado, Ms. Lucas L. Moraes e Ms. Rosenilton S. de Oliveira.

- Essa aula abordará o tema das cenas juvenis, apresentando um conjunto de reflexões a respeito de arranjos coletivos ligados à produção musical. Serão levantadas questões relacionadas à condição juvenil e suas formas de ocupação e ação urbanas a partir da análise de diferentes performances e sonoridades.

Leitura sugerida:
MORAES, Lucas Lopes. Hordas do Metal Negro: Guerra e Aliança na cena Black Metal paulista. Dissertação de Mestrado em Antropologia Social. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, São Paulo, 2014.

Objetivo: Essa aula abordará o tema das cenas juvenis, apresentando um conjunto de reflexões a respeito de arranjos coletivos ligados à produção musical. Serão levantadas questões relacionadas à condição juvenil e suas formas de ocupação e ação urbanas a partir da análise de diferentes performances e sonoridades.

Leituras sugeridas:
HIKIJI, Rose Satiko Gitirana. Música para matar o tempo: intervalo, suspensão e imersão. Mana, Nº 12 (1): 151-178, 2006.
JANOTTI JUNIOR, J. S. Are you experience? Experiência e mediatização nas cenas musicais. Contemporânea (UFBA. Online), v. 10, p. 1, 2012.
MORAES, Lucas Lopes. Hordas do Metal Negro: Guerra e Aliança na cena Black Metal paulista. Dissertação (Mestrado em Antropologia) - FFLCH, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014.
PEREIRA, Alexandre Barbosa. Funk Ostentação em São Paulo: Imaginação, consumo e novas tecnologias da informação e da comunicação. Revista de Estudos Culturais: Dossiê sobre Cultura Popular Urbana (USP), v.1, p.1, 2014, s/p.

Aula 10 – Conclusão: afinal, a juventude é apenas uma palavra?
Data: 25/11/2015
Profs. responsáveis: Dr. Enrico Spaggiari, Ms. Giancarlo M. C. Machado, Ms. Lucas L. Moraes e Ms. Rosenilton S. de Oliveira.

- Pretende-se analisar o modo como a temática juventude tem sido enfrentada e administrada pelas políticas públicas, problematizando suas duas concepções dominantes: uma centrada na ideia da juventude como um período problemático, com o jovem estigmatizado ora como violento e desviante, ora como vítima; e outra focada na juventude transição para a vida adulta e o jovem como adulto em potencial, com capacidade para gerar mudanças sociais.
- A última aula terá ainda um balanço final do curso, com a retomada das principais discussões realizadas. Os alunos e alunas entregarão os trabalhos para avaliação (relato de campo ou resenha bibliográfica).

Leitura sugerida:
ABRAMO, Helena W. “Considerações sobre a tematização social da juventude”. In: Revista Brasileira de Educação, n. 5-6. São Paulo, 1997.p.25-36.
BOURDIEU, Pierre. “A juventude é apenas uma palavra”. In: BOURDIEU, Pierre. Questões de Sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1983.
HIKIJI, Rose Satiko Gitirana. A música e o risco. São Paulo, EDUSP, 2006.
ZALUAR, Alba. Cidadãos não vão ao paraíso. Campinas, Ed. UNICAMP, 1994.

Sugestão de bibliografia complementar

ABRAMO, H.; FREITAS, M; SPOSITO, M. P. (orgs.) Juventude em debate. São Paulo, Cortez, 2000.
ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. Rio de Janeiro, LTC, 2006.
BARROS, Myriam Moraes Lins de. “Trajetórias de jovens adultos: ciclo de vida e mobilidade social”. In: Horizontes Antropológicos. vol. 16, n.34, 2010. pp. 71-92.
BECKER, Howard. Outsiders – Estudos de Sociologia do Desvio. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editores, 2008.
BORELLI, Silvia & FREIRE FILHO, João (orgs). Culturas juvenis no século XXI. São Paulo, EDUC, 2008.
CARRANO, Paulo César Rodrigues. Os jovens e a cidade: identidades e práticas culturais em Angra de tantos reis e rainhas. Rio de Janeiro: Relume Dumará, FAPERJ, 2002.
COSTA, Márcia Regina da. Os carecas do subúrbio: caminhos de um Nomadismo Moderno. São Paulo: Editora Musa, 2000.
DEBERT, Guita Grim. “As classificações etárias e a juventude como estilo de vida”. In: A reinvenção da velhice: socialização e processos de reprivatização do envelhecimento. São Paulo, Edusp, Fapesp, 1999, p. 39-69.
_____. “A antropologia e o estudo dos grupos e das categorias de idade”. In: BARROS, Myriam Moraes Lins (org.) Velhice ou Terceira Idade? Estudos antropológicos sobre identidade, memória e política. Rio de Janeiro, Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1998.
DE CERTEAU, Michel. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Petrópolis, Editora Vozes, 2009, 16° ed.
FOOTE-WHYTE, William. Sociedade de Esquina. Rio de Janeiro, Zahar Editores, 2005.
FORTES, Rafael. “Os anos 80, a juventude e os esportes radicais”. In: DEL PRIORE, Mary; MELO, Victor Andrade (orgs.). História do Esporte no Brasil. São Paulo, Editora UNESP, 2009, p. 417-451.
FRÚGOLI JR, Heitor. Sociabilidade urbana. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2007.
GROPPO, Luís Antonio. Juventude: ensaios sobre Sociologia e História das Juventudes Modernas. Rio de Janeiro, Difel, 2000.
_____. “Condição juvenil e modelos Contemporâneos de análises sociológica da juventude”. In: Ultima década, dez 2010, vol.18, n.33, p.11-26.
LE BRETON, David. Condutas de risco: dos jogos de morte ao jogo de viver. Campinas, Autores Associados, 2009.
PAIS, José Machado. (1990), “A construção sociológica da juventude - alguns contributos”. Análise Social, vol. 25, nº 105-106, pp. 139-165.
_____. “Buscas de si: expressividades e identidades juvenis”. In: ALMEIDA, M. I. M.; EUGENIO, F. Culturas juvenis: novos mapas do afeto. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2006, p. 7-21.
SPOSITO, M. P. “A Sociabilidade Juvenil e a Rua: novos conflitos e a ação coletiva na cidade”. In: Tempo Social: Revista de Sociologia da USP, São Paulo, v. 5, n° 1-2, 1994.
VIANNA, Hermano. O mundo funk carioca. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1988.

Carga Horária:

30 horas
Tipo: Obrigatória
Vagas oferecidas: 80
 
Ministrantes: Enrico Spaggiari
Giancarlo Marques Carraro Machado
Jose Guilherme Cantor Magnani
Lucas Lopes de Moraes
Rosenilton Silva de Oliveira


 
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