83864 - Henri Lefebvre e a problemática urbana |
Período da turma: | 06/08/2018 a 11/08/2018
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Descrição: | Imersos na banalização oriundo do pragmantismo que inunda a universidade, o pensamento perde sua potência reveladora do mundo e de nossa condição no mundo. No âmbito acadêmico, estreitamento do tempo da reflexão, impostos por parâmetros produtivistas, pretende dominar a pesquisa. A homogeneidade se impõe contra o que difere. O preconceito com a teoria e a teorização
imposta pela velocidade do produtivismo, ganha adeptos dentro da academia. A imposição de parâmetros quantitativos e a volta da censura contribuem à produção de um conhecimento ideológico que sustenta o status quo. Tristes tempos! Na contramão desse processo, ainda é possível, na universidade pública pensar as contradições que movem nossa realidade profundamente desigual. Ainda é possível ler, refletir, pensar os caminhos da construção de um projeto que transforme nossa realidade profundamente desigual, revitalizando o pensamento crítico e a utopia. Esse curso – na contramão do movimento hegemônico da geografia brasileira - é um convite a reflexão sobre nossa condição urbana a partir dos escritos de Henri Lefebvre sobre a cidade e o urbano. No movimento de construção de um pensamento crítico, a obra de Lefebvre percorre o século XX como critica teórica e como crítica das relações sociais que se reproduzem no capitalismo - movimento que sinaliza a compreensão do movimento da história e aponta os temas do debate no século XXI. Em sua obra, Lefebvre rejeita o acabado, o imóvel e propõe uma crítica radical do presente visando a construção de um caminho que permita pensar um outro mundo. A exigência é mergulhar na compreensão das contradições presentes e seus fundamentos impostos pela lógica capitalista. No plano teórico, o movimento do pensamento de Henri Lefebvre caminha na superação de uma filosofia em direção à constituição do que chama de metafilosofia – contendo uma crítica contundente à filosofia- que se decola da práxis- mas, também as ciência parcelares- que fragmentam a totalidade social. No plano práxis o movimento vai da historicidade à espacialidade. Isto é, no percurso de um pensamento que pretende construir uma compreensão do mundo como totalidade aberta e dialética o conteúdo dado pelo momento histórico revela que a reprodução das relações de produção que explicitam sustentam o capitalismo se realizam através da produção do espaço. Para Lefebvre, uma nova realidade, aponta uma nova problemática: a urbana que é, em essência, espacial. A leitura atenta das obras de Lefebvre e a atualidade de seu pensamento encontrou campo fértil na Geografia da FFLCH/USP. Um desses produtos foi a criação do GESP- grupo de estudos de geografia urbana critica radical em 2001- e a produção de uma coleção de livros sobre o urbano no Brasil lidos a partir da metrópole paulistana constituindo uma corrente de pensamento crítico sobre a cidade e o urbano chamada de “marxista-lefevriana”. Esse curso reúne os membros deste grupo e suas reflexões sobre a obra de Lefebvre sobre a cidade e o urbano (logo sobre o espaço) em sua atualidade para pensar o século XXI. Serão realizadas 5 aulas de 150 minutos cada (de segunda a sexta feira no horário das 19 às 21:30hs) e uma aula 240 minutos (no sábado das 9 às 13:00hs) com os seguintes conteúdos: PROGRAMA: Segunda-feira dia 6 de agosto – “ Para ler Lefebvre” Uma introdução ao pensamento de Henri Lefebvre sobre a cidade e o urbano localizando o urbano no pensamento de Lefebvre no movimento de passagem da historicidade à espacialidade. *Ana Fani Alessandri Carlos – FFLCH/USP Terça- feira dia 7 de agosto “Prática socioespacial e o habitar” No momento atual a urbanização apresenta-se como uma problemática fundamental para o entendimento da realidade. A redução do habitar em habitat, com a funcionalização e instrumentalização do espaço e da vida cotidiana apontam, contraditoriamente, as possibilidades que se colocam como luta pelo espaço, pela apropriação concreta do urbano em constituição, pela reconquista do habitar. *Rafael Faleiros de Pádua - UFPb Quarta - feira dia 8 de agosto - Da crítica ao urbanismo à mobilização do espaço A partir da crítica de Lefebvre ao urbanismo, situando-o como uma mediação importante para compreender o processo produção do espaço e a reprodução das relações sociais de produção, desdobra-se uma reflexão sobre os níveis de realidade e análise, as representações, o Estado e a mobilização do espaço. *Isabel Pinto Alvarez - FFLCH/USP Quinta feira dia 9 de agosto – “A noção de totalidade na construção da análise em relação à produção do espaço" Como o Lefebvre constrói / trabalha com a noção de totalidade e como esta noção articula a filosofia e a ciência a partir da dialética. Se essa noção enlaça várias outras, (muitas das quais que vêm de Marx) os planos da teoria e da prática (mental e real), simultaneidade, múltiplas determinações, etc, o desafio seria justamente entender como podemos trabalhar com o espaço e o urbano enquanto totalidades nas ciências humanas/sociais. *Danilo Voloschko - UFPa Sexta feira dia 10 de agosto – A morfologia do pensamento dialético de Henri Lefebvre A aula busca apresentar os aspectos da morfologia e da estrutura do pensamento dialético de Henri Lefebvre marcando a especificidade radical que faz parte da forma como o autor reelabora o material que lhe foi herdado para a composição de novas bases para o pensamento crítico. *César Simoni Santos - FFLCH/USP Sábado dia 11 de agosto 1. “O Pensamento tríadico em Henri Lefebvre” O tema põe em relevo os processos que dão forma as contradições espaciais que vivemos na contemporaneidade e contém a potencia de revelar as possíveis fissuras para realização de um projeto de superação das precariedades que vivemos. Pensar metodologicamente a posição dos termos nos abre caminhos para construir uma analise que comporta as contradições e as possibilidades do devir. *Camila Sales de Faria - UFMT 2. “A produção do espaço a partir da tríade lefebvriana concebido, percebido, vivido”. Frente a um mundo em que o processo de reprodução do capital parece avassalador, do qual o espaço é um dos elementos de sua reprodução, principalmente em momentos de crise da reprodução capitalista, é fundamental entender o processo de produção do espaço. Nessa direção pretende-se debater conceitualmente as dimensões da tríade lefebvriana “concebido/percebido/vivido”. *Glória Anunciação Alves - FFLCH/USP BIBLIOGRAFIA: Lefebvre, Henri, Métaphilosophie – Prolégomènes. Paris: Les Éditions de Minuit: 1965. _______ 1968: L´irruption ... Éditions Syllepse, Paris: 1998. _______ Le droit à la ville, Paris, Éditions Anthropos, 1968. ________ Logique formelle et logique dialectique. Paris, Ed. Anthropos, 1969. _______ La révolution urbaine, Paris, Éd. Gallimard, 1970. _______ Le manifeste différentialiste, Paris, Éd. Gallimard, 1970. _______ La survie du capitalisme, Paris, Éditions Anthropos, 1973. ____________La Production de l’Espace. Paris: Anthropos,1974. _____________ Les temps de méprises. Paris: Stock, 1975. _______ Hegel, Marx, Nietzsche ou le royaume des ombres, Paris, Casterman, 1975. _______ De l'État, 4 volumes, Paris, Union Générale d'Éditions, 1976-1978. _______ Une pensée devenue monde: faut-il abandonner Marx ? Paris, Éd. Fayard, 1980. _______ Le retour à la dialectique : 12 mots clés, Paris, Messidor, 1986. _______ La fin de l´histoire, Paris, Anthropos, 2 ème édition, 2001. _______ et Groupe de Navarrenx, Du contrat de citoyenneté, Paris, Syllepse,1990. |
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Carga Horária: |
16 horas |
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Tipo: | Obrigatória | ||||
Vagas oferecidas: | 250 | ||||
Ministrantes: |
Ana Fani Alessandri Carlos Camila Salles de Faria César Ricardo Simoni Santos Danilo Volochko Gloria da Anunciação Alves Isabel Aparecida Pinto Alvarez Rafael Faleiros de Padua |
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