Atividade

93652 - A fisiocracia e o Quadro econômico

Período da turma: 03/02/2020 a 13/02/2020

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Descrição: Apresentação:
Apontada por Marx e Schumpeter como momento de fundação da ciência econômica, a obra fisiocrata é fascinante sob diversos aspectos. Reunida em torno do médico da corte de Luís XV, François Quesnay, a fisiocracia foi a primeira escola de pensamento econômico, algo que se manifesta, por exemplo, no caráter coletivo essa obra, com vários textos escritos por mais de um autor e frequentemente publicados sob pseudônimos. Em seu núcleo se encontra uma teoria econômica que se desdobra em teoria social e política e, outra peculiaridade, ganha uma representação visual através do Quadro econômico. Esse estranho objeto, formulado de diversos modos (o zigue-zague, o resumo, a fórmula analítica), ainda hoje gera debates. O que ele representa? O que circula ali? Qual é o seu estatuto epistemológico? De que modo ele pôde ser vir de base para propostas de reforma política? Que tipo de ação e de comportamento político ele sugere?

Justificativa e objetivo:
Apesar de sua enorme importância histórica, a obra fisiocrata ainda é pouco estudada, em especial a partir de um enfoque filosófico, e não apenas no Brasil. O objetivo do curso é dar alguns passos nesse sentido através da apresentação das teorias econômica, social e política dos fisiocratas partindo do Quadro econômico em suas diversas versões, aspectos e pressupostos.

Programa:
1. A invenção do Quadro
2. As versões do Quadro
3. O que é o Quadro?
4. A teoria econômica do Quadro
5. As reformas políticas do Quadro: o liberalismo fisiocrata
6. A teoria social do Quadro: o jusnaturalismo fisiocrata
7. A política do Quadro: o despotismo legal
8. A recepção do Quadro

Bibliografia básica:
Quesnay, François. Quesnay (ed. Rolf Kuntz. Coleção Grandes Cientistas Sociais, no44).
São Paulo: Ática, 1984.
______. Petty, Hume, Quesnay (Coleção Os Economistas). São Paulo: Abril Cultural,
1983.
______. Oeuvres économiques completes et autres textes (eds. C. Thère; L.Charles e J.C.
Perrot). Paris: I.N.E.D., 2005.
Kuczynski, Marguerite & Meek, Ronald. Quesnay’s Tableau économique. London:
Macmillan, 1972.

Bibliografia secundária:
Charles, L. (2003), ‘The visual history of the Tableau Économique’, European Journal
of the History of Economic Thought, 10 (4), 527–50.
Charles, Loïc & Thère, Christine. Jeux de mots, narrative and economic writing: The
rethoric of anti-physiocracy in French economic periodicals. European Journal of
the History of Economic Thought, 2015.
Deleule, Didier. Hume, os fisiocratas e o nascimento do liberalismo econômico. Discurso,
Revista do departamento de filosofia da USP, 47(2), 2017.
Fessard, Pascal. L’ami des hommes ou la conversion du Marquis de Mirabeau.
Comunicação ao 9o encontro da Universidade de verão em História, Filosofia e
Pensamento econômico, Paris, 2009.
Herlitz, L. (1996), ‘From spending and reproduction to circuit flow and equilibrium: the
two conceptions of Tableau é conomique’, European Journal of the History of
Economic Thought, 3 (1), 1–20.
Kaplan, S.L. (2016a), Bread, Politics and Political Economy in the Reign of Louis XV,
2nd edn, London, New York and Delhi: Anthem Press; first published 1976.
Kuntz, Rolf. Capitalismo e natureza. Ensaio sobre os fundadores da economia política.
São Paulo: Brasiliense, 1982.
Locke, John. Dois tratados sobre o governo. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
Malebranche, Nicolas. A busca da verdade. Textos escolhidos (ed. e trad. Plínio Smith).
São Paulo: Paulus e Discurso Editorial, 2004.
______. Oeuvres (2 volumes; ed. G. Rodis-Lewis). Paris: Gallimard, 1979.
Mirabeau. L’ami des hommes ou Traité de la population (Partes I, II e III). Avignon,
1756.
Morgan, Mary. The World in the Model. How Economists Work and Think. Cambridge:
C.U.P., 2012.
Pimenta, Pedro. A trama da natureza. São Paulo: Unesp, 2018.
Ribeiro, Fernando & Cantarino, Nelson. Da fisiologia à economia política: o itinerário
intelectual de Quesnay em direção ao Tableau Économique. Revista de Economia
Política, 36 (2), 2016.
Schumpeter, Joseph. Fundamentos do pensamento econômico. Rio de Janeiro: Zahar,
1968.
Smith, Adam. Lectures on Jurisprudence. Oxford: O.U.P., 1978; p.486.
______. Riqueza das nações (2 volumes). São Paulo: Nova Cultural, 1996.
Thère, Christine & Charles, Loïc. The Writing Workshop of François Quesnay and the
Making of Physiocracy. History of Political Economy, 2008, 40 (1).
Turgot, Anne R.-J., Oeuvres de Turgot et documents le concernant (5 volumes; Gustave
Schelle, ed.). Paris: Institut Coppet, 2017.
Vaggi, Gianni. The economics of François Quesnay. London: Macmillan, 1987.
Weulersse, Georges. Le mouvement physiocratique en France – De 1756 à 1770 (2
volumes). Genebra: Slatkine Reprints, 2003.

Carga Horária:

16 horas
Tipo: Obrigatória
Vagas oferecidas: 51
 
Ministrantes: Leonardo André Paes Müller


 
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