Unidade:
|
Reitoria da Universidade de São Paulo |
Modalidade:
|
Difusão |
Tipo:
|
Presencial |
Público Alvo:
|
Interessados em geral. |
Objetivo:
|
Que textos você escreve todo dia sem nem perceber que está escrevendo? Se sua vida fosse um livro, como seria essa narrativa? O que entraria e o que ficaria de fora? E se no futuro olharem para tudo o que você deixou por escrito como alguém que olha para um fóssil, o que vão entender das suas histórias? Dos monumentos que você deixou por escrito? Como esses textos todos, teoricamente restritos a virtualidade, ajudam a escrever e a compor a cidade? Quase tudo o que você escreveu está preso numa nuvem eletrônica, num HD externo, numa cápsula de armazenamento situada em alguma cidade dos Estados Unidos que você nunca vai visitar. Você produz mais textos do lixo. Mas o que aconteceria, se essa capacidade de armazenamento infinito um dia se esgotasse?
A oficina é voltada a pensar quais as dramaturgias, lidas de modo expandido, que podem surgir a partir da relação com as plataformas atuais de comunicação, vistas como um museu de registros que a todo o tempo são modificados e com a cidade fora do metaverso e como uma e outra se atravessam continuamente. Enquanto material de pesquisa, trabalharemos com whatsapps, salas de bate papo, trocas de mensagens a partir da construção de perfis virtuais, discursos históricos, pixos, leis de zoneamento, placas de vendedores ambulantes, mensagens trocadas em pontos de ônibus, avisos de proibição, papeis jogados no lixo. Juntos, criaremos dispositivos de linguagem para produção de textos, combinando-os com exercícios de derivas pela cidade.
A oficina parte das seguintes provocações: texto como dispositivo; hackeamento; avatar; algoritmo e como janela, abordando-as a partir de uma perspectiva prático-teórica.
Cada uma dessas abordagens será dada em um dos encontros:
- Em texto como dispositivo, vamos investigar como as molduras escolhidas para se escrever servem tanto como limite quanto como impulsionador da criação e iremos testar possibilidades distintas de molduras.
- Em texto como hackeamento, iremos olhar para a utilização de outras criações como parte da sua, pensar sobre apropriações e subversões de textos já existentes, modos de se enquadrar a cidade, olhando para isso como possíveis ready mades.
- Em texto como avatar, iremos analisar a construção de personagem utilizando dos mecanismos de redes sociais e plataformas digitais, a construção de um outro a partir de si mesmo.
- Em texto como algoritmo, analisaremos a escrita enquanto combinação de elementos que, ao serem mudados de posição, mudam completamente o texto (assim como os 1s e 0s do algoritmo são capazes de criar tudo que vemos na virtualidade).
- Em texto como janela, partiremos, por um lado, dos textos que extravasam as molduras e ganham corpo e fisicalidade, ocupando os espaços urbanos e, por outro, como o texto pode ser, em si, um recorte daquilo que vemos do lado de fora.
Pretendo compartilhar a investigação que realizo junto a dois coletivos com os quais trabalho, grupo cinza e MEXA, grupos em que pesquisamos tanto tecnologia, cidade e modos de uso de uma e de outra, de modo a discutir e produzir textos a partir de uma ideia de dispositivos e molduras, colocados como limite, mas também, potencialização da produção textual na era da internet.
A ideia é que, ao longo da oficina e dos exercícios propostos nos encontros, os participantes possam desenvolver eventuais projetos pessoais em que estejam engajados, de modo a compartilhá-los e refletir sobre eles durante a oficina. |
Pré-requisito Graduação:
|
Não |
|
|
Área de Conhecimento:
|
Língua Portuguesa
|
|
|
|