Disciplina Discipline EHA5727
Espaços da Arte: História das Exposições e Arquitetura de Museus

Art Spaces: History of Exhibitions and Museum Architecture

Área de Concentração: 93131

Concentration area: 93131

Criação: 12/12/2022

Creation: 12/12/2022

Ativação: 12/12/2022

Activation: 12/12/2022

Nr. de Créditos: 7

Credits: 7

Carga Horária:

Workload:

Teórica

(por semana)

Theory

(weekly)

Prática

(por semana)

Practice

(weekly)

Estudos

(por semana)

Study

(weekly)

Duração Duration Total Total
3 2 2 15 semanas 15 weeks 105 horas 105 hours

Docente Responsável:

Professor:

Helouise Lima Costa

Objetivos:

A disciplina visa apresentar uma abordagem teórico-crítica da história das exposições de arte em paralelo à história da arquitetura de museus. Serão analisadas as diferentes práticas curatoriais e suas correspondentes propostas de ocupação espacial desde o surgimento dos museus públicos até os dias atuais. Pretende-se mostrar, a partir de uma abordagem interdisciplinar, que a concepção de espaço expositivo é historicamente determinada e que por meio da expografia e da arquitetura é possível identificar diferentes aproximações do conceito de arte e avaliar seus desdobramentos sociais.

Justificativa:

A disciplina considera as exposições como sistemas discursivos, materializados num espaço-tempo específico, que conferem inteligibilidade às obras de arte, estabelecem juízos de valor e contribuem para a construção das narrativas da história da arte. Não se trata de abordar as obras como entidades autônomas descontextualizadas e portadoras de sentidos a priori. Ao contrário, interessa analisa-las no âmbito das exposições, tomadas como eventos efêmeros, por meio dos quais as obras ganham visibilidade pública, enquadradas por determinadas chaves interpretativas. A história das exposições constitui-se, assim numa ferramenta fundamental para o entendimento do processo de institucionalização e legitimação da arte, bem como da construção das narrativas hegemônicas e contrahegemônicas acerca dos fenômenos artísticos. Entendida como lugar e instrumento de poder, a exposição é capaz de revelar a obra de arte como fenômeno artístico complexo, em constante ressignificação, situado em meio a uma rede de agentes sociais em disputa.

Conteúdo:

1. Do colecionismo ao museu: as coleções e suas representações 2. Transformações do sistema da arte no século XIX 3. Colonialismo e museu 4. As propostas expositivas das vanguardas históricas 5. O museu moderno: o espaço transparente e o cubo branco 6. A invenção institucional do moderno: o caso do MoMA 7. Arte degenerada: colecionismo e curadoria em regimes totalitários 8. Museu de arte moderna no Brasil 9. A fotografia, a aura e o museu de arte 10. O curador independente e o sistema de arte global 11. O museu contemporâneo: arte, arquitetura e espetáculo 12. Descolonizando o museu

Forma de Avaliação:

Apresentação de seminários em grupo e monografia individual entregue logo após o término das aulas.

Observação:

A disciplina será ministrada no formato remoto (on-line) motivado pela excelente experiência na edição realizada durante a pandemia. Nesta nova edição, pretende-se incluir a participação de três docentes convidados, sendo um da UFF, um da UnB e outro da UFRJ.

Bibliografia:

AGAMBEN, Giorgio. O que é contemporâneo e outros ensaios. Chapecó: Editora Argus, 2009. ALTSCHULER, Bruce. Salon to Biennial. Exhibitions that made art history, 1863-1959. London: Phaidon, 2008. Vol.1. ALTSCHULER, Bruce. Biennials and Beyond. Exhibitions That Made Art History: 1962-2002. London: Phaidon, 2013. Vol.2. ARANTES, Pedro Fiori. “O grau zero da arquitetura na era financeira”. Novos Estudos Cebrap, n.80, março 2008. BARRON, Stephanie (ed). “Degenerate art: the fate of the avant-garde in nazi Germany. Los Angeles: Los Angeles County Museum of Art/ Harry N. Abrams, 1991. BENNETT, Tony. The Birth of the Museum. History, Theory, Politics. London/New York: Routledge, 2007. BISHOP, Claire. Radical Museology or “What’s Contemporary” in Museums of Contemporary Art? London: Koenig, 2013. BLOM, Phillip. Ter e manter. Uma história íntima de colecionadores e coleções. Rio de Janeiro: Record, 2003. CAVALCANTI, Ana; COUTO, Maria de Fátima Morethy; MALTA, Marize; OLIVEIRA, Emerson Dionisio de (orgs.). Histórias da arte em exposições: modos de ver e exibir no Brasil. Rio de Janeiro: Rio Books, 2016. CAUQUELIN, Anne. Arte Contemporânea. Uma introdução. São Paulo: Martins Fontes, 2005. COSTA, Helouise. A fotorreportagem como projeto etnocida: o caso da índia Diacuí. In: CURY, Marília (org.). São Paulo: Secretaria de Cultura/MAE USP, 2016, p.135-145. COSTA, Helouise; CAIRES, Daniel Rincon; SCHWARCZ, Jorge; MONZANI, Marcelo (orgs). A arte degenderada de Lasar Segall: perseguição à arte moderna em tempos de guerra. São Paulo: Museu Lasar Segall/Museu de Arte Contemporânea USP, 2017. COSTA, Helouise. Fronteiras incertas: arte e fotografia no acervo do MAC USP (1963-1978). São Paulo: MAC USP, 2019. CRIMP, Douglas. Sobre as ruínas dos museus. São Paulo: Martins Fontes, 2005. FABBRINI, Ricardo. A fruição nos novos museus. Cadernos de Ciências Humanas, v.11, n.19, jan-jun 2008, p.245-268. FREIRE, Cristina. Walter Zanini. Escrituras Críticas. São Paulo: Annablume / MAC USP / FAPESP, 2013. HALL, Stuart. “O Ocidente e o Resto: discurso e poder”. In: Projeto História, Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História, n. 56, maio-ago., 2016, p.314-361. HEINRICH, Natalie. Le triple jeu de l’art contemporain. Paris: Éditions Minuit, 1998. HUYSSEN, Andreas. Escapando da amnésia: o museu como cultura de massa. In: Memórias do modernismo. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 1996. HOOPER-GREENHILL, Eilean. Museums and the Shaping of Knowledge. London: Routledge, 1992. KANTOR, Sybil Gordon. Alfred H. Barr Jr. and the intellectual origins of the Museum of Modern Art. Cambridge, Massachusetts: The MIT Press, 2002. MENESES, Ulpiano Bezerra de. Do teatro da memória ao laboratório da história: a exposição museológica e o conhecimento histórico. Anais do Museu Paulista. São Paulo, v.2, p.9-42, jan-dez 1994. MIGNOLO, Walter. A colonialidade está longe de ser superada, logo a decolonialidade deve prosseguir. In: Arte e Descolonização. #2. São Paulo: MASP/Afterall, 2019. MITCHELL, Timothy. Orientalism and Exhibitionary Order. In: PREZIOSI, Donald. The Art of Art History: A Critical Anthology. London: Oxford, 2009, p.455-473. MULLER, HANS-Joachim. Harald Szeemann: exhibition maker. Berlin: Hatje Cantz, 2006. O’DOHERTY, Brian. No interior do cubo branco. A ideologia do espaço da arte. São Paulo: Martins Fontes, 2002. O’NEIL, Paul. The Culture of Curating and the Curating of Culture(s). Cambridge: MIT, 2012.POINSOT, Jean-Marc. Quand l’oeuvre a lieu. L’art exposé et ses récits autorisés. Paris: Les presses du reel, 2008 [Nouvelle édition revue et augmentée]. POMIAN, Krzystof. “Colecção”. In: Enciclopédia Einaudi. Vol.1, Memória-História. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1984, p.51-86. REILLY, Maura. Curatorial Activism: Toward an Ethics of Curating. London: Thames & Hudson, 2018. SCHUBERT, Karsten. The curator’s egg. The evolution of the museum concept from the French Revolution to the present day. London: Riding House, 2009. STANISZEWSKI, Mary Anne. The power of display. A history of exhibition installations at the Museum of Modern Art. Cambridge/ London: The MIT Press, 1998. STEEDS, Lucy. Exhibition. Cambridge: MIT Press, 2014. VENTURI, Robert. Complexidade e contradição em arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 1995. WU, Chin-Tao. A privatização da cultura. A intervenção corporativa nas artes desde os anos 80. São Paulo: Boitempo, 2006.

Tipo de oferecimento da disciplina:

Não-Presencial

Class type:

Não-Presencial

Informações adicionais do oferecimento da disciplina:

A disciplina será ministrada no formato remoto (on-line) motivado pela excelente experiência na edição realizada durante a pandemia. Nesta nova edição, pretende-se incluir a participação de três docentes convidados, sendo um da UFF, um da UnB e outro da UFRJ.

Additional class type information:

A disciplina será ministrada no formato remoto (on-line) motivado pela excelente experiência na edição realizada durante a pandemia. Nesta nova edição, pretende-se incluir a participação de três docentes convidados, sendo um da UFF, um da UnB e outro da UFRJ.