Informações da Disciplina

 Preparar para impressão 

Júpiter - Sistema de Gestão Acadêmica da Pró-Reitoria de Graduação


Faculdade de Direito
 
Disciplinas Interdepartamentais da Faculdade de Direito
 
Disciplina: 0200120 - Direito e Equidade de Gênero
Law and Gender Equality

Créditos Aula: 2
Créditos Trabalho: 2
Carga Horária Total: 90 h
Tipo: Semestral
Ativação: 15/07/2020 Desativação:

Objetivos
O objetivo da disciplina é o de propiciar aos discentes conhecimentos e referencial teórico a
respeito das relações entre o Direito e a equidade de gênero. A ideia central do curso é
construir conhecimento sobre os processos de exclusão e discriminação das mulheres em
sociedade, levando-se em consideração o fato de que o Direito, enquanto expressão de
determinado sistema cultural, constitui instrumento com potencial para (i) suprimir e
transformar positivamente situações de desigualdades entre homens e mulheres ou para (ii)
legitimar, estruturar, ampliar, multiplicar ou ignorar tais desigualdades.
 
 
 
Docente(s) Responsável(eis)
647082 - Ana Elisa Liberatore Silva Bechara
1304122 - Nina Beatriz Stocco Ranieri
3487621 - Sheila Christina Neder Cerezetti
1898522 - Susana Henriques da Costa
 
Programa Resumido
As aulas seguirão métodos eminentemente participativos, comportando diferentes
configurações e estruturas de discussão, a fim de incluir e potencializar ao máximo os
debates e a construção do conhecimento pretendido no curso. Para tanto, serão exigidas
leituras prévias, atividades escritas e disposição ao diálogo em todos os encontros, quer para
discutir e problematizar em grupo o conteúdo apreendido previamente, quer para discuti-lo
com pessoas convidadas e especialistas na temática.
 
 
 
Programa
Tendo em vista os objetivos e os pressupostos conceituais que estruturam este curso, serão
ensinados e discutidos temas basilares e avançados, clássicos e atuais, relacionados ao
direito e à equidade de gênero.

A leitura das estruturas sociais a partir da lente teórica-conceitual da equidade de gênero,
inclusive do feminismo, compreende uma abordagem multifacetada da sociedade e do
direito. Essa leitura se relaciona, então, com chaves interpretativas de naturezas diversas,
que auxiliam a compreensão global dos fenômenos estudados, englobando, assim, as
dimensões empíricas, analíticas, explicativas, descritivas, aspiracionais - práticas e teóricas.
Portanto, assuntos relacionados aos seguintes temas serão abordados no curso:
1. Conceito de gênero
2. Igualdade de gênero
3. Teoria Feminista do Direito (feminist legal theory)
4. Direitos Humanos das Mulheres
5. Presença e participação de mulheres no ensino jurídico
6. Presença e participação de mulheres nas carreiras jurídicas
7. Presença e participação de mulheres na diplomacia
8. Presença e participação de mulheres na política
9. Gênero, raça, classe, idade e sexualidade: um olhar interseccional
10. Estudos feministas e questões éticas
11. Mulheres e violências
12. Feminismo e Pesquisa Científica: epistemologia e metodologia
13. Acesso à justiça e gênero: o processo como mecanismo de criação, reforço ou
desestabilização de desigualdades de gênero
 
 
 
Avaliação
     
Método
será aplicada prova e/ou (b) determinado a entrega de trabalho em formato de artigo científico.
Critério
Critérios de avaliação de aprendizagem: Discentes serão avaliados/as de forma continuada com base nas participações e intervenções orais e escritas propostas (participação ativa, fichamentos críticos e pensatas). Além disso, a depender do programa do semestre e conforme calendário oficial da Faculdade.
Norma de Recuperação
Normas de recuperação ( critérios de aprovação e épocas de realização das provas ou trabalhos): A recuperação seguirá as normas e o calendário oficial de provas da Faculdade.
 
Bibliografia
     
ACKER, Joan. Gendered organizations and interseccionality: problems and possibilities. Equality, Diversity and Inclusion: An International Journal, v. 31, n. 3, 2012, pp. 214-224.

AJUFE- Associação dos Juizes Federais do Brasil. Concluída pesquisa sobre participação feminina em bancas de concurso da Magistratura Federal. 9-06-2017 Disponível em; http://www.ajufe.org/imprensa/noticias/concluida-pesquisa-sobre- participacao-feminina-em-bancas-de-concurso-da-magistratura-federal/

ASPERTI, Maria Cecília de Araujo. Acesso à Justiça e estereótipos de gênero no Judiciário: o caso propaganda “Musa do Verão 2006”. In: Mulher, Sociedade e Vulnerabilidade. Org.: Patrícia Tuma Martins Bertolin; Denise Almeida de Andrade; Monica Sapucaia Machado. Erechim: Devaint, 2017. p. 99-117.

BARBALHO, Renne. M. A feminização das carreiras jurídicas e seus reflexos no profissionalismo. São Carlos, UFSCar, Programa de Pós-Graduação em Sociologia, tese de doutorado, 2008.

BERTOLIN, Patrícia Tuma Martins. Mulheres na advocacia: padrões masculinos de carreira ou teto de vidro. Rio de Janeiro, Editora Lumen Juris. 2017.

BONELLI, Maria da Gloria; CUNHA, Luciana G.; OLIVEIRA, Fabiana L.; e SILVEIRA, Maria Natália B. Profissionalização por gênero em escritórios paulistas de advocacia. Tempo Social, 20, 1, 2008, p. 265-290, junho.
_________, Maria da Glória. Profissionalismo, diferença e diversidade na advocacia e na magistratura paulistas. REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS SOCIAIS - VOL. 28 N° 83, 2013, p. 125-140.
_________, Maria da Gloria. Profissionalismo, gênero e significados da diferença entre juízes e juízas estaduais e federais. Revista Semestral do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFSCar, v. 1, n. 1, p. 103, 2011.

BUTLER, Judith. Problemas de Gênero: feminismo e subversão de identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. 

CAMPOS, Veridiana Parahyba. O Processo de Feminização da Magistratura no Brasil: Mecanismos e possibilidades de uma mudança social [e-book]. Recife, UFPE. 2018. Disponível em https://www3.ufpe.br/editora/UFPEbooks/Serie_Sociologia/processo_feminizacao _magistratura_BR/
________, Veridiana Parahyba. A chegada das Meritíssimas: um estudo sobre as relações entre agência individual, ocupação feminina de um espaço de poder e mudança social. 2015.
COLLINS, Patricia Hill. Intersectionality. Cambridge: Polity Press, 2016.
CRENSHAW, Kimberle. Mapping the Margins: Intersectionality, Identity Politics, and Violence against Women of Color. Stanford Law Review, v. 43, n. 6, p. 1241–1299, 1991.

CRENSHAW, Kimberlé Williams. A interseccionalidade na discriminação de raça e gênero. In: VV.AA. Cruzamento: raça e gênero. Brasília: Unifem. 2004.
CUNHA, Larissa Romão da. Desigualdade de gênero e mediação em divorcio: um estudo etnográfico em CEJUSC, Tese de Laurea apresentada na Faculdade de Direito da USP, 2018.
CUSACK, Simone. Eliminating Judicial Stereotyping: Equal access to justice for women in gender-based violence cases. Office of the High Commissioner for Human Rights. Final Paper, v.1. 2014.
DEO, Meera E. Unequal profession: race and gender in legal academia. California, Stanford University Press, 2019.  

FONOW, Mary; COOK, Judith. A. Feminist methodology: New applications in the academy and public policy. Signs, 30(4), 2005, p. 2211-2236. 

GARROTE, Marina Gonçalves. A construção da alienação parental pelo Tribunal de Justiça de São Paulo: Síndrome de Alienação Parental, Prova Pericial Psicológica e Estereótipos Judiciais de Gênero, Tese de Laurea apresentada na Faculdade de Direito da USP, 2018.

GRILLO, Trina. The Mediation Alternative: Process Dangers for Women, 100 YALE L.J. 1545, 1549 (1991). GRUPO DE MULHERES NA DIPLOMATAS. Exteriores - Mulheres Brasileiras na Diplomacia. 2019. Acessível em: https://vimeo.com/303550770

HARDING, Sandra. Feminism and Methodology. Milton Keynes: Open University Press. 1987 

HESSE, Biber, NAGY, Sharlene & YAISER, Michelle L. Feminist Perspectives on Social Research. Nova York/Oxford: Oxford University Press, 2004.

HOOKS, bell. Erguer a voz: pensar como feminista, pensar como negra/ bell hooks; tradução de Cátia Bocaiuva Maringolo. São Paulo: Elefante, 2019.

HOOKS. bell. Ain't I a Woman? Black Woman and Feminism. Boston, MA: South End Press, 1981.

JUNQUEIRA, Eliane. B. A mulher juíza e a juíza mulher. In: BRUSCHINI, C. e HOLANDA, H. B. Horizontes plurais: Novos estudos de gênero no Brasil. SP, Fundação Carlos Chagas e Editora 34, 1998, p. 135-162.  

___________.  A profissionalização da mulher na advocacia. Rio de Janeiro, Fundação Carlos Chagas, relatório de pesquisa, 1999.

LEMAITRE, Julieta. El feminismo en la enseñanza del Derecho en los Estados Unidos: Estrategias para América Latina. Academia - Revista sobre enseñanza del Derecho de Buenos Aires, Buenos Aires, ano 3, n. 6, 2005.

MACKINNON, Catharine A. "Mainstreaming Feminism in Legal Education." Journal of Legal Education 53, no. 2 (2003): 199-212. http://www.jstor.org/stable/42893794.

MARQUES JR. Gessé. Espaço, profissões e gênero: mobilidade e carreira entre juízes e juízas no Estado de São Paulo. Cadernos Pagu (43), 2014, p. 265-297, jan/jun.

MCGINLEY, Ann C. Reproducing gender on Law Schools faculties. Brigham Young University Law Review, 1, p. 99-155.

MCGLYNN, Clare (2006).  Women, representation and the legal academy. Legal Studies, n. 19, v 1, April, 2009, p. 68 -92.

MOSCHKOVICH, Marília Barbara Fernandes Garcia. Teto de vidro ou paredes de fogo? : Um estudo sobre gênero na carreira acadêmica e o caso da UNICAMP. 2013. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Educação. Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

NEDER CEREZETTI et al, Interações de gênero nas salas de aula da Faculdade de Direito da USP: um currículo oculto?, São Paulo, Cátedra UNESCO de Direito à Educação/Universidade de São Paulo (USP), 2019, disponível em https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000367420.locale=en.

PEREIRA, Jane Reis Gonçalves; OLIVEIRA, Renan Medeiros de. Hércules, Hermes e a Pequena Sereia: uma reflexão sobre estereótipos de gênero, subpresentação das mulheres nos tribunais e (i) legitimidade democrática do poder judiciário. Revista Brasileira de Políticas Públicas, v. 8, n. 2, p. 877–910, 2018. 

PISCITELLI, Adriana. Gênero: a história de um conceito. In: ALMEIDA, Heloisa Buarque; SZWAKO, José Eduardo. Diferenças, Igualdade. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2009.

PRATT, Carla D. Sisters in Law: Black Women Lawyers’ Struggle for Advancement. Michigan State Law Review, n. 5, p. 1777–1796, 2012. 

RAMOS, Luciana de Oliveira., & Da Silva, Virgílio Afonso (n.d.). The Gender Gap in Brazilian Politics and the Role of the Electoral Court. Politics & Gender, 2019, p. 1-29. 

RAMAZANOGLU, Caroline; HOLLAND Janet. Choices and decisions: doing a feminist research project. In Ramazanoğlu, C., & Holland, J. Feminist methodology (pp. 145-164). London: SAGE Publications Ltd, 2002. 

RURY, Abigail A. The Pipeline to the Legal Profession: Perspectives from Michigan State University College of Law. Michigan State Law Review, n. 5, p. 1717–1744, 2012. 

SANDEFUR, Rebecca L., Access to Civil Justice and Race, Class, and Gender Inequality. Annual Review of Sociology, Vol. 34:339-358.

SCOTT, Joan W. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade. Porto Alegre, vol. 20, nº 2, jul./dez. 1995, p. 71-99.
SMITH, Susan. Diversifying the Judiciary: The Influence of Gender and Race of Judging. University of Richmond Law Review, v. 28, n. 1, 1994, p. 179–204.

SOMMERLAD, Hilary. The “Social Magic” of Merit: Diversity, Equity, and Inclusion in the English and Welsh Legal Profession, 83 Fordham Law  Rev. p. 2325 -2347. sep/oct. 2015. Disponível em: http://ir.lawnet.fordham.edu/flr/vol83/iss5/7.

SPADE, Dean. Chapter 13: Notes toward racial and gender justice ally practice in legal academia. In: MUHS, Gabriella Guitiérrez (org). Presumed Incompetent: the Intersections of race and class for women in academia. University Press of Colorado, 2012, pp. 186-187. 
VENTURINI, Anna Carolina & RAMENZONI, Gabriela Lima. A desigualdade de gênero e raça nas carreiras jurídicas. Migalhas, 12 de fevereiro de 2016. Disponível em: http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI233788,51045- A+desigualdade+de+genero+e+raca+nas+carreiras+juridicas
VIANNA, Luiz Werneck; CARVALHO, Maria Alice Rezende; BURGOS, Marcelo Baumann. Quem somos e a magistratura que queremos. Rio de Janeiro: Associação dos Magistrados Brasileiros, 2018.
 

Clique para consultar os requisitos para 0200120

Clique para consultar o oferecimento para 0200120

Créditos | Fale conosco
© 1999 - 2024 - Superintendência de Tecnologia da Informação/USP