a) apresentar um panorama introdutório e crítico da produção social das diferenças; b) apontar focos de tensão e conflito na articulação entre indivíduo e sociedade; c) discutir diferentes facetas dos preconceitos e estereótipos, a partir de exemplos concretos; d) refletir sobre práticas e concepções em que as diferenças podem ensejar alargamento dos horizontes culturais.
A disciplina visa abordar a partir do eixo das diferenças tanto as linhas e força da sua construção social como as que operam seja na constituição subjetiva, seja na produção de sofrimento. Ela debate a dicotomia indivíduo e sociedade para articular aspectos subjetivos, sociais e políticos, assim como a construção da memória e da história. Desse modo articula a constituição do sujeito com os laços sociais e a construção social das diferenças e do seu poder de exclusão ou inclusão. Discute a afirmação social e cultural das diferenças, a igualdade de direitos, a interseccionalidade das desigualdades sociais e a partilha de responsabilidades assim como suas consequências, tais como a humilhação social, a patologização, a invisibilidade social, e a criminalização/judicialização. Elege alguns temas para debater, dependendo do semestre: as deficiências, a imigração, o racismo, a discriminação social, entre outras, complementadas pelos interesses dos alunos nos trabalhos desenvolvidos e apresentados na disciplina.
• A afirmação das diferenças • A gestão social dos indivíduos • Marcadores Sociais da Saúde, Vulnerabilidade e Prevenção • Interseccionalidade das desigualdades sociais • Racismo e colonialismo • A Questão das deficiências e o deficiente na sociedade. • Sofrimento Psíquico, Sofrimento Sociopolítico • Humilhação social, patologização, invisibilidade social e criminalização/judicialização • Memória e Direitos Humanos
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