A disciplina buscar oferecer aos alunos oportunidade para reflexão sobre suas perspectivas de atuação profissional, orientando-a a partir de questões relacionadas a determinação da organização do trabalho na sociedade contemporânea. Para tanto, busca-se sensibilizar os alunos em relação aos processos de racionalização e reificação do trabalho que, orientados pela alienação das relações (produtivas e sociais), produzem problemas de saúde decorrentes das perdas relacionadas com o exercício profissional que afetam tanto o trabalhador quanto a coletividade. Espera-se que ao final da disciplina, os alunos sejam capazes de identificar condições adversas em relações de trabalho e convivência, sobretudo em serviços da área da saúde; espera-se ainda que possam propor ações que utilizem a atuação interprofissional e a gestão participativa em saúde como estratégias de enfrentamento e intervenção capazes de orientar e acompanhar o re-ordenamento das referidas relações, direcionando-as para a recuperação dos sentidos de autonomia e autoria sobre o processo de trabalho entre os profissionais, com o compromisso de qualificar a assistência a pacientes e usuários dos serviços.
Capacitar os alunos para o diagnóstico de situações problemáticas no processo de trabalho de profissionais e equipes que atuem, principalmente, na área da saúde, oferecendo a eles recursos para que realizem intervenções orientadas para a recuperação dos sentidos de autonomia e autoria sobre o processo de trabalho entre os profissionais.
1. Princípios da racionalização do trabalho e Gestão Participativa como elemento de enfrentamento ante os efeitos da racionalidade e desvitalização das relações do trabalho. 2. Naturalização do processo saúde/doença. Concepções de normalidade e seus efeitos sobre o cuidado em saúde. 3. Organização do trabalho em saúde: Interprofissionalidade, Alteridade e a Dicotomia entre competência técnica e sensibilidade social. Desvitalização do “quadro clínico” Banalização do sofrimento. 4. Formação em saúde. Tendências atuais. Projeto de atuação profissional. 5. Saúde mental, trabalho e qualidade de vida. A saúde mental do trabalhador. Resgate do sentido de autonomia. Reconstrução da autoria sobre o projeto de trabalho.
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