Esta disciplina panorâmica não é voltada somente aos alunos de arte e de música, mas sim, a todos os alunos de graduação do Campus da USP em Ribeirão Preto. Seu conteúdo é essencial para a formação intelectual de um universitário. O aprendizado sobre as artes através de questões filosóficas e históricas é imprescindível enquanto valor qualitativo e diferenciado de apreciação estética, como também se trata de um importante fundamento epistemológico para as mais diversas formas de conhecimento humano, incluindo-se não apenas as humanidades em geral, mas também as ciências da natureza. Portanto, pretende-se viabilizar uma formação básica nos fundamentos histórico-filosóficos que envolvam as artes desde a Antiguidade Greco-Romana até o Romantismo do século XIX, desenvolvendo-se sempre já um espírito crítico-hermenêutico, incluindo-se ainda as artes nos séculos XX e XXI.
Conceitos fundamentais da filosofia em torno da arte. Panorama dos macro-períodos da arte (Antiguidade Greco-Romana, Idade Média, Renascimento, Barroco, (Neo)Classicismos, Romantismo). Questões estético-conceituais e panorama histórico das artes através do estudo de obras: artistas e contextos ideológicos. Modernidade e vanguardas (teoria da vanguarda), artes nos séculos XX e XXI e teorias da Pós-Modernidade. Questões estético-conceituais e panorama histórico das artes através do estudo de obras: artistas e contextos ideológicos.
1. De Homero à filosofia primordial em Heráclito em meio às gerações dos pré-socráticos. 2. Poiesis, práxis e theoria entre episteme e techné na Grécia Clássica (Platão e Aristóteles). 3. As artes na Antiguidade Greco-Romana. Boécio e Cassiodoro na constituição neoplatônica dos fundamentos do Trivium e Quadrivium. 4. Arte na Idade Média – do estilo românico ao estilo gótico, do feudalismo à crise do feudalismo. 5. Filosofia e Arte no Renascimento – a invenção da perspectiva e a consolidação do artista moderno. Filosofia e Arte no Barroco – debate entre arte e ciência e a condenação de Galileu. 6. Jesuítas e Pietistas: fundamentos barrocos nos países católicos e protestantes. Arte no Brasil do período colonial. 7. A Enciclopédia Francesa e o Iluminismo: a nova racionalidade técnica. A invenção da Estética: Kant e Hegel. Os fundamentos do romantismo alemão – a revolução do espírito. 8. Arte e filosofia no século XIX – o debate ideológico em Heine e Marx. Nietzsche e a primeira crítica da modernidade. Arte no Brasil do século XIX. 9. As vanguardas históricas do início do século XX. Os primórdios da Modernidade no Brasil. A semana de 22. Arte conceitual. 10. A questão da linguagem em Wittgenstein e Heidegger. Heidegger e a segunda crítica da modernidade. Heidegger e os conceitos de finitude, singularidade e mundo na obra de arte. Heidegger e a origem da obra de arte. Heidegger e a questão da técnica. 11. Teoria crítica da escola de Frankfurt. Walter Benjamin e a aura da obra de arte. Adorno e Horkheimer e os estudos sobre a indústria da cultura. Umberto Eco e a retomada do debate sobre a cultura de massa. 12. Artes modernas no Brasil: do futurismo à vanguarda entre neofolclorimos (e o fim do folclore) e nacionalismos. 13. As autoproclamadas vanguardas da segunda metade do século XX. 14. Pós-modernidade ou submodernidade? 15. Entre indústria da cultura, vanguarda estagnada e esnobismo: problemas da arte no século. Relativismo contextual x relativismo nihilista ou absoluto (culturalismo).
Básica: ADORNO, Theodor W. & HORKHEIMER, Max. Dialektik der Aufklärung. Frankfurt: Fischer, 1969 [texto original 1944, 1ª ed. 1947]. COSTA, Alexandre [da Silva] (tradução, apresentação e comentários). Heráclito – Fragmentos contextualizados. Rio de Janeiro: Difel, 2002 [contendo em edição bilíngüe a integral dos fragmentos filosóficos originais de Heráclito da segunda metade do século VI e/ou primeira metade do século V a.C.]. DETIENNE, Marcel. Os mestres da verdade na Grécia arcaica. Tradução de Andréa Daher. Rio de Janeiro: Zahar, 1988 [1ª ed. francesa 1967]. HEIDEGGER, Martin. Der Ursprung des Kunstwerkes. Mit einer Einführung von Hans-Georg Gadamer. Stuttgart: Philipp Reclam, 1960 [1ª versão 1935]. JAPIASSU, Hilton. Nem tudo é relativo – a questão da verdade. São Paulo: Letras & Letras, 2001. KONDER, Leandro. A questão da ideologia. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. NIETZSCHE, Friedrich. Crepúsculo dos ídolos – como filosofar com o martelo. Tradução de Jacqueline Valpassos. São Paulo: Golden Books/DPL, 2009 [1ª ed. alemã 1888]. PAREYSON, Luigi. Os problemas da estética. Tradução de Maria Helena Nery Garcez. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997 [1ª ed. italiana 1966]. STRAVINSKY, Igor. Poética musical em seis lições. Tradução de Luiz Paulo Horta. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996 [1ª ed. 1942 – originais de 1939/1940]. Complementar: ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. Tradução de Alfredo Bosi. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998 [1ª ed. italiana 1960]. ANDRADE, Mário de. A arte religiosa no Brasil. São Paulo: Experimento/Giordano, 1993. ______________. O Banquete. São Paulo: Duas Cidades, 1977 [original de 1943/1945]. ______________. O Aleijadinho. In: Aspectos das Artes Plásticas no Brasil. São Paulo: 1928, p.19-20. ______________. Paulicéia desvairada. In: Poesias completas. Vol. I. São Paulo: Martins, 1979 [original de 1921], p.9-64. ______________. Prefácio sobre Chostacovich. In: SEROFF, Victor. Dmitri Shostakovich. Tradução de Guilherme Figueiredo. Rio de Janeiro: O Cruzeiro, janeiro de 1945, p.9-33. ÁVILA, Affonso. Resíduos seiscentistas em Minas - textos do século do ouro e as projeções do mundo barroco. Belo Horizonte: UFMG, Centro de Estudos Mineiros, 1967. Vol. I-II. BACON, Francis. O progresso do conhecimento. Tradução, apresentação e notas de Raul Fiker. São Paulo: UNESP, 2006 [original inglês The Proficience and Advancement of Learning Divine and Humane, 1605]. BARTHES, Roland. Crítica e verdade. Tradução de Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Perspectiva, 2003 [1ª ed. francesa 1966]. BAZIN, Germain. O Aleijadinho. 2a ed. Rio de Janeiro: Record, 1963. BOXER, Charles R[alph]. A idade de ouro do Brasil – dores de crescimento de uma sociedade colonial. Tradução de Nair de Lacerda. 3a ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000. BRECHT, Bertolt. Schriften zur Literatur und Kunst. Band I - 1920-1939. Berlin und Weimar: Aufbau, 1966. BURCKHARDT, Jacob. Der Cicerone – eine Anleitung zum Genuss der Kunstwerke Italiens. Basel: Schweighauser, 1855. BURY, John. A arquitetura e arte no Brasil colonial. Organização de Myriam Andrade Ribeiro de Oliveira. Tradução de Isa Mara Lando. São Paulo: Nobel, 1991. DAHLHAUS, Carl. Musikästhetik. Köln: Hans Gerig, 1967. DERRIDA, Jacques. A escritura e a diferença. Tradução de Maria Beatriz Marques Nizza da Silva. São Paulo: Perspectiva, 2005 [1ª ed. francesa 1967]. DESCARTES, René. Discurso do método. Tradução de Fernando Melro. Mem Martins: Europa-América, 1977 [1ª ed. francesa 1637]. DIDEROT [Denis] & D’ALEMBERT [Jean le Rond] [ordenação e publicação]. Systême. In: Encyclopédie, ou Dictionnaire Raisonné des Sciences, etc. Nouvelle Édition. Tome Trente-Deuxieme. Geneve: Chez Pellet, 1779, p.297-344. DUARTE, Pedro. Estio do tempo – romantismo e estética moderna. Rio de Janeiro: Zahar, 2011. EISLER, Hanns & BUNGE, Hans. Gespräche mit Hans Bunge – fragen Sie mehr über Brecht. Leipzig: DVfM, 1975. __________. Musik und Politik - Schriften 1924-1948 - III/1. Leipzig: VEB Deutscher Verlag für Musik, 1985. __________. Musik und Politik - Schriften 1924-1948 - III/1. Leipzig: VEB Deutscher Verlag für Musik, 1985. FERREIRA, Aurélio Buarque de Hollanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 2ª ed. revista e aumentada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986 [1ª ed. 1975]. FOSCARINI, Paolo Antonio. Lettera sopra l’Opinione de’ Pittagorici, e del Copernico. Della mobilitá della terra, e stabilitá del sole, E del nuovo Pittagorico Sistema del Mondo. Napoli: Lazaro Scoriggio, 1615. FRIEIRO, Eduardo. O Diabo na livraria do cônego. 2a ed. São Paulo e Belo Horizonte: EDUSP e Itatiaia, 1981 [1a ed. 1957]. FROTA, Lélia Coelho. Vida e obra de Manuel da Costa Ataíde. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982. GADAMER, Hans-Georg. Verdade e método – traços fundamentais de uma hermenêutica filosófica. Tradução de Flávio Paulo Meurer, Vol. I; Tradução de Enio Paulo Giachini, Volume II. Petrópolis: Vozes, 2002 [1ª ed. alemã 1960]. GALILEI, Vincentio. Dialogo della mvsica antica, et della moderna. Fiorenza: Giorgio Marescotti, 1581. GOMES Jr, Guilherme Simões. Palavra peregrina: o barroco e o pensamento sobre artes e letras no Brasil. São Paulo: EDUSP, 1996. GONÇALVES, Marcos Augusto. 1922 – A semana que não terminou. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. HABERMAS, Jürgen. Erkenntnis und Interesse. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1968. HASKELL, Francis. Mecenas e pintores – arte e sociedade na Itália barroca. Tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves. São Paulo: EDUSP, 1997. HEIDEGGER, Martin. A caminho da linguagem. Tradução de Márcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes, 2003 [conferências e ensaios redigidos entre 1950 e 1959]. ____________. Carta sobre o humanismo. Tradução de Ernildo Stein, revista por Pinharanda Gomes. Lisboa: Guimarães Editores, 1987 [1ª versão 1945]). ____________. Ensaios e conferências. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel e Márcia Sá Cavalcanti Schuback. Petrópolis: Vozes, 2001 [1ª ed. alemã 1954]. ____________. Os conceitos fundamentais da metafísica – mundo – finitude – solidão. Tradução de Marco Antônio Casanova. Rio de Janeiro: Forence, 2006 [originais de 1929 e 1930]. HEINE, Heinrich. Florentinische Nächte. In: Sämtliche Schriften. Herausgegeben von Klaus Briegleb. Band I. München: dtv, 2005 [1ª ed. alemã 1833]. ____________. Ludwig Börne - Eine Denkschrift. In: Sämtliche Schriften. Herausgegeben von Klaus Briegleb. Band IV. München: dtv, 2005 [1ª ed. alemã 1840]. HERKENHOFF, Paulo (organizador). O Brasil e os holandeses – 1630-1654. Rio de Janeiro: Sextante Artes, 1999. JAPIASSU, Hilton. A revolução científica moderna – de Galileu a Newton. 2ª ed. São Paulo: Letras & Letras, 2001. JORGE, Fernando. O Aleijadinho. São Paulo: Difel, 1984. KANT, Immanuel. Kritik der reinen Vernunft. Riga: Johann Friedrich Hartknoch, 1781. ____________. Crítica da faculdade de juízo. Tradução de Valério Rohden e António Marques. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008 [1ª ed. alemã 1790]. KRANZ, Wilhelm. Das Verhältnis des Schöpfers zu seinem Werk in der altgriechischen Literatur. 1924. KRAUSZ, Luis S. As musas – poesia e divindade na Grécia Arcaica. São Paulo: EdUSP, 2007. MACHADO, Lorival Gomes. Barroco mineiro. São Paulo: Perspectiva, 1973 MARICONDA, Pablo Rubén. Introdução: O diálogo e a condenação e Notas In: GALILEI, Galileu. Diálogo sobre os dois máximos sistemas do mundo ptolomaico & copernicano. São Paulo: Imprensa Oficial e Discurso Editorial, 2004, p.15-70 / 555-868. MAXWELL, KENNETH. A devassa da devassa – A Inconfidência Mineira: Brasil e Portugal 1750-1808. Tradução de João Maia. 4a reimpressão. São Paulo: Paz e Terra, 1995. MORAES, Rubens Borba de. Bibliografia brasileira do período colonial. São Paulo: IEB-USP, 1969. OLIVEIRA, Myriam Ribeiro Andrade de. O rococó religioso no Brasil e seus antecedentes europeus. São Paulo: Cosac & Naify, 2003. PISCHEL, Gina. História universal da arte. Volumes 2º e 3º. Tradução de Raul de Polillo. 2ª ed. São Paulo: Melhoramentos, 1966. POZZO, Andrea. Perspectivæ pictorum atque architectorum / Der Mahler und Baumeister Perfectio [edição bilíngüe]. Augsburg: Johann Friedrich Probst, [herdeiro de] Jeremiá Wolff, s.d. [primeira edição italiana Prospettiva de' pittori e architetti. Roma: Giovanni Giacomo Komarek Boemo, 1693]. PRIORE, Mary del. Festas e utopias no Brasil colonial. São Paulo: Brasiliense, 1994. REIS, Nestor Goulart. Imagens de vilas e cidades do Brasil colonial. São Paulo: EDUSP e Imprensa Oficial, 2000. RESTON Jr., James. Galileu – uma vida. Tradução de Ivo Korytowski. Rio de Janeiro: José Olympio, 1995 [1ª ed. norte-americana 1994]. RICCIARDI, Rubens Russomano. Contribuição primordial da música para a construção do conceito de sistema. In: II Congresso Brasileiro de Sistemas. Ribeirão Preto: FEARP-USP (CD-ROM), 2006. ___________. Indústria da cultura, esnobismo e vanguarda: três obstáculos hoje à composição musical. In: Revista da Tulha. v. 1, n. 2 (2015), p.361-405. RICOEUR, Paul. Interpretação e ideologias. Organização, tradução e apresentação de Hilton Japiassu. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1990. ROUANET, Sergio Paulo. As razões do Iluminismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. RUGENDAS, Johann Moritz. Voyage Pittoresque dans le Bresil. Paris: Engelmann e Cie, 1835. Edição/tradução brasileira: Viagem Pitoresca através do Brasil. Tradução de Sergio Milliet. Belo Horizonte e Rio de Janeiro: Itatiaia, 1998. SAFRANSKI Rüdiger. Heidegger – um mestre da Alemanha entre o bem e o mal. 2ª ed. Tradução de Lya Luft. São Paulo: Geração, 2005 [1ª ed. 2000]. SALLES, Fritz Teixeira. Associações religiosas no ciclo do ouro. Belo Horizonte: UFMG, 1963. SEBASTIÁN López, Santiago. Contrarreforma y barroco. Madrid: Alianza, 1989. SEQUEIRA, Angelo de. Botica preciosa. Lisboa: Offic. de Miguel Rodrigues, 1754. SNOW, C.P. As duas culturas e uma segunda leitura. Tradução de Geraldo Gerson de Souza e Renato de Azevedo Rezende. São Paulo: EdUSP, 1995. SOUZA, Laura de Mello e. Desclassificados do ouro – a pobreza mineira no século XVIII. Rio de Janeiro: Graal, 1990 [1a ed. 1982]. STEIN, Ernildo. Aproximações sobre Hermenêutica. Porto Alegre: EdiPUCRS, 1996, p.18-20. TEIXEIRA COELHO Netto, José. Por que arte: entre a regra e a exceção (seminariosmv.org.br/2008/textos/teixeira_coelho.pdf). WINCKELMANN, Johann [Joachim]. Anmerkungen über die Geschichte der Kunst des Alterthums – Erster Theil / Zweyter Theil. Dresden: [Georg Conrad] Walther, 1767. WINCKELMANN, Johann [Joachim]. Anmerkungen über die Geschichte der Kunst des Alterthums – Erster Theil / Zweyter Theil. Dresden: [Georg Conrad] Walther, 1767. WINCKELMANN. Geschichte der Kunst des Alterthums – Erster Theil / Zweyter Theil. Dresden: [Georg Conrad] Walther, 1764. WINCKELMANN. Geschichte der Kunst des Alterthums – Erster Theil / Zweyter Theil. Dresden: [Georg Conrad] Walther, 1764. WITTGENSTEIN, Ludwig. Tractatus logico-philosophicus – Logisch-philosophische Abhandlung. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1963 [original de 1918]. WÖLFFLIN, Heinrich. Renaissance und Barock - eine Untersuchung über das Wesen und die Entstehung des Barockstils in Italien. München: Theodor Ackermann, 1888 [ver também edição brasileira: Renascença e Barroco – estudo sobre a essência do estilo barroco e sua origem na Itália. Tradução de Mary Amazonas Leite de Barros. São Paulo: Perspectiva, 2000].