Proporcionar ao graduando oportunidade para aprimoramento de seu saber relativo às mais recentes descobertas no entendimento dos mecanismos da dor orofacial e, consequentemente, adquirir maior competência para diagnóstico e manejo do paciente além de adquirir informações básicas para a produção de conhecimento científico voltado ao tratamento da dor orofacial.
Até recentemente, dentistas aprendiam que a sensação de dor é proporcional ao grau do estímulo doloroso induzido por uma lesão ou inflamação local. No entanto, esta lógica desafia o conhecimento do clínico já que há inúmeros casos onde o paciente sente dor sem ter sinais clínicos de inflamação e que, intrigantemente, o contrário também ocorre: há pacientes com sinais clínicos de inflamação que não relatam dor. Deste modo, esta disciplina abordará os mecanismos ‘neurofisiopatológicos’ destas respostas utilizando as mais novas descobertas na área. Iremos abordar também as alterações na resposta dolorosa orofacial dependente do sexo, de doenças pré-instaladas e da importância da interação neuro-immune para a produção e manutenção da dor. Vale destacar que ‘a interação neuro-imune’ é uma área nova, importante e desafiadora. Além disso, instigaremos os alunos a entenderem o assunto por meio de uma proposta audaciosa: entender os mecanismos da dor procurando alvos farmacológicos para controle da dor. Este método é suportado pela noção que a retenção do conhecimento tem como base a utilização do que foi ensinado. Além disso, este método introduz o aluno ao conhecimento do estudo científico, o que também é desejado. Esta questão da procura de novos alvos farmacológicos também é relevante no contexto da necessidade de desenvolver novos analgésicos, já que alguns pacientes com dor orofacial não respondem aos analgésicos mais clássicos e outros sofrem dos efeitos adversos quando utilizados cronicamente. Finalmente e tão importante quanto, esta disciplina deverá trazer impacto positivo na abordagem do paciente já que o conhecimento mais especializado na área deverá acarretar maior competência do aluno para diagnosticar e planejar um tratamento mais individualizado, quando relacionado a dores orofaciais.
- Introdução ao estudo da dor: aspectos gerais - Estímulos dolorosos e a resposta inflamatória na região orofacial - Métodos de análise da dor em modelos experimentais - Comunicação neuro-imune na dor orofacial - Sensibilização central da dor orofacial: desenvolvimento e manutenção da dor crônica orofacial - Métodos de indução da dor aguda e crônica em modelos experimentais
Woodcock J; Witter J; Dionne RA. Stimulating the development of mechanism-based, individualized pain therapies. Nature Reviews Drug Discovery. 2007; 6: 703–710. doi: https://doi.org/10.1038/nrd2335 Pinho-Ribeiro FA, Verri WA Jr, Chiu IM. Nociceptor Sensory Neuron-Immune Interactions in Pain and Inflammation. Trends Immunol. 2017; 38(1):5–19. doi:10.1016/j.it.2016.10.001 Chavan SS, Pavlov VA, Tracey KJ. Mechanisms and Therapeutic Relevance of Neuro-immune Communication. Immunity. 2017; 46(6):927–942. doi:10.1016/j.immuni.2017.06.008 Harper DE, Schrepf A, Clauw DJ. Pain Mechanisms and Centralized Pain in Temporomandibular Disorders. J Dent Res. 2016; 95(10):1102-8. doi: 10.1177/0022034516657070 Santos BM, Garattini EG, Branco LGS, Leite-Panissi CRA, Nascimento GC.The therapeutic potential of cystathionine gamma-lyase in temporomandibular inflammation-induced orofacial hypernociception. Physiol Behav. 2018; 188:128-133. doi: 10.1016/j.physbeh.2018.02.007 Santos BM, Nascimento GC, Capel CP, Borges GS, Rosolen T, Sabino JPJ, Leite-Panissi CRA, Branco LGS. Sex differences and the role of ovarian hormones in site-specific nociception of SHR. Am J Physiol Regul Integr Comp Physiol. 2019;317(2):R223-R231. doi: 10.1152/ajpregu.00390.2018. Sannajust S, Imbert I, Eaton V, Henderson T, Liaw L, May M, Barbe MF, King T. Females have greater susceptibility to develop ongoing pain and central sensitization in a rat model of temporomandibular joint pain. Pain. 2019;160(9):2036-2049. doi: 10.1097/j.pain.0000000000001598. Matak I, Rossetto O, Lacković Z. Botulinum toxin type A selectivity for certain types of pain is associated with capsaicin-sensitive neurons. Pain. 2014;155(8):1516-26. doi: 10.1016/j.pain.2014.04.027. Hardt, S; Fischer, C; Vogel, Al; Wilken-Schmitz, A; Tegeder, I. Distal infraorbital nerve injury a model for persistent facial pain in mice. Pain. 2019; 160(6): 1431–1447. doi: 10.1097/j.pain.0000000000001518 Wang, GYF; Shi, XQ ; Wu, W; Gueorguieva, M; Yang, M; Zhang, Sustained and repeated mouth opening leads to development of painful temporomandibular disorders involving macrophage/microglia activation in mice. J. Pain. 2018; 159(7):1277–1288. doi: 10.1097/j.pain.0000000000001206 Obs.: A bibliografia acima poderá sofrer alterações para se preservar o objetivo de prover ao aluno a aportunidade de contato com a fronteira do conhecimento.