Capacitar o aluno a reconhecer a contribuição da Ecologia Humana para o enfrentamento das questões socioambientais contemporâneas, em particular aquelas envolvendo populações tradicionais e povos indígenas. Discutir os principais conceitos teóricos sobre a gestão participativa de recursos naturais de uso comum e seu histórico. Habilitar o aluno de Gestão Ambiental a reconhecer as diferentes abordagens de gestão participativa dos recursos naturais, conservação e desenvolvimento local. Estimular sua capacidade crítica frente à gestão de problemas socioambientais e fazê-lo refletir sobre seu papel como profissional. Sensibilizá-lo quanto às diferenças culturais existentes entre as sociedades humanas no que se refere ao uso dos recursos naturais.
A Ecologia Humana lida com as relações homem-natureza e abarca uma ampla gama de abordagens. Esta diversidade é resultado de um século de debates interdisciplinares entre as ciências biológicas e as ciências humanas, em particular a ecologia e a antropologia ambiental. Este debate fundamentou, a partir das últimas décadas, diversas abordagens participativas de recursos naturais de uso comum para a conservação da natureza. A disciplina está organizada em três blocos. O primeiro abordará os principais conceitos da Ecologia Humana que fundamentam a gestão participativa de recursos naturais de uso comum. No segundo bloco, serão discutidos os paradigmas sistêmico e da complexidade, e sua integração nos sistemas sócio ecológicos. O terceiro bloco tratará das diferentes abordagens participativas para a gestão, conservação e desenvolvimento local, adotando uma perspectiva teórica e prática.
Introdução à Ecologia Humana; introdução à gestão de recursos naturais de uso comum: contextualização histórica, conceitos chave, do manejo à gestão; povos indígenas, populações tradicionais e manejo de recursos comuns; sistemas complexos e suas propriedades; sistemas sócioecológicos; arranjos institucionais para a conservação dos recursos de uso comum; participação social na gestão de recursos naturais de uso comum; sistemas de conhecimento e pluralidade de saberes na gestão de recursos naturais; abordagens para a gestão e conservação: ecodesenvolvimento e desenvolvimento territorial sustentável, gestão de base ecossistêmica, cogestão adaptativa, governança ambiental interativa e adaptativa, ecosystem stewardship.
Bibliografia básica: SEIXAS, C.S., FARINACI, J.F., ISLAS, C.A. (Orgs.), em preparação. Gestão de Recursos Naturais de Uso Comum: Perspectivas Teóricas e Aplicadas. Versão preliminar. VIEIRA, P.H.F., BERKES, F., C.S. SEIXAS. 2005. Gestão Integrada e Participativa de Recursos Naturais: Conceitos, Métodos e Experiências. APED, Florianópolis. CUNHA, L. H. 2004. Da “tragédia dos comuns” à ecologia política: Perspectivas analíticas para o manejo comunitário dos recursos naturais. Raízes, 23(01 e 02): 10-26. CARNEIRO DA CUNHA M., ALMEIDA M. W. B. 2009. Populações Tradicionais e Conservação Ambiental. In: M. Carneiro da Cunha, Cultura com Aspas. São Paulo: Cosac Naify. pp. 277-300. Bibliografia Complementar: BRONDIZIO, E., ADAMS, R., FIORINI, S. 2016. History and scope of environmental anthropology. In H. Kopnina and E. Shoreman-Ouimet (eds.), Routledge Handbook in Environmental Anthropology. New York: Routledge Publishers. DIETZ T., OSTROM E., STERN P. C. 2003. The Struggle to Govern the Commons. Science 302: 1907-1912. ELLEN, R. 1982. Environment, Subsistence and System. The Ecology of Small Scale Social Formations. New York: Cambridge University Press. HAVILAND W.A. et al. 2011. Princípios de Antropologia. São Paulo: CENGAGE Learning. HAVILAND W.A. et al. 2011. Princípios de Antropologia. São Paulo: CENGAGE Learning.