O objetivo dessa disciplina é trazer ao estudante uma formação teórico-prática, nos mecanismos de difusão pública do saber científico, em suas diversas modalidades comunicativas no contexto público: museus e centros de ciências, exposições, feiras, olimpíadas e projetos escolares, revistas, livros, jornais, internet, televisão, rádio e cinema, entre outros. Em vista disso, o propósito é trazer os principais elementos históricos da questão, desde a consolidação das práticas de comunicação pública da ciência no século XIX, passando pelas etapas do desenvolvimento da indústria cultural e dos tempos da era da informação. A disciplina prevê metade da carga horária em atividades práticas de laboratório de divulgação científica com público real, consistindo na análise crítica de produtos e produções, sua ressignificação visando formulação de dispositivos, artefatos, materiais, exposições e dinâmicas, e, finalmente seu uso, exibição e interação junto a público escolar e geral, nas dependências da unidade e em espaços externos a ela.
História cultural das práticas de difusão pública da ciência; referenciais de análises das práticas de educação não-formal; referenciais pedagógicos e didáticos sobre aprendizagem no contexto não-formal; análise crítica de produtos e gêneros de difusão científica; Concepção produção e aplicação de recursos dirigidos ao público escolar.
1. Conceitos de comunicação científica: divulgação, difusão, disseminação, popularização; comunicação científica intrapares; escola e ciência; educação formal, não-formal e informal. Universidade e difusão da ciência: extensão e divulgação. Concepções: modelo de déficit, compreensão pública da ciência, cultura científica. 2. Primórdios da divulgação científica: conferências públicas, feiras, livros e revistas. O papel da ficção. História da divulgação científica no Brasil. Divulgadores populares da ciência: de Jules Vernes a Neil deGrasse Tyson. 3. A máquina midiática e a construção social da ciência: documentários televisivos, reportagens, ficção científica, publicidade, colunas de jornal e TV. A ciência na cultura pop. Relações públicas das grandes instituições científicas (CERN, NASA, etc). O cientista popstar: de Einstein a Hawking. O contexto brasileiro. A ciência espetáculo. Corporações tecnológicas e divulgação científica. 4. O discurso da divulgação científica. Análise semiótica e discursiva. Divulgação científica no contexto dos estudos culturais. 5. Suportes e gêneros de divulgação científica. Caracterização, histórico e presença no Brasil. revistas, livros e coleções, programas de TV e rádio, jornalismo, blogs e redes sociais, jogos. Ficção científica e divulgação científica. Relações públicas, divulgação de pesquisas e políticas e marketing corporativo. Espaços de divulgação científica. Museus científicos e históricos, centros de ciências, centro de visitantes, centros culturais. 6. Divulgação científica e educação formal. Feiras de ciências, olimpíadas científicas, a divulgação científica na sala de aula. Didática e divulgação científica. Escolas e museus de ciências. Mediação. 7. Políticas públicas de divulgação científica e popularização da ciência no Brasil. O papel do Governo Federal e das Universidades. Entidades científicas nacionais e difusão da ciência. Museus, centros de ciências, centros de visitantes e planetários do Brasil.
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