Espera-se que ao finalizar a disciplina o estudante seja capaz de: compreender o enfoque antropológico aplicado às práticas médico-terapêuticas (tanto populares quanto oficiais); compreensão as diferentes concepções do processo saúde-doença, evidenciando a diversidade sociocultural que permeia o campo da saúde.
Leon Tolstoi oferece em sua novela: A morte de Ivan Ilitch (1886) uma reflexão sobre os dilemas da modernidade, frente às questões fundamentais sobre o sentido da vida e do morrer, do adoecimento e suas formas de cuidado, com ênfase na relação médico-paciente. A partir do drama vivido por Ivan Ilitch somos levados a refletir sobre os limites do chamado modelo biomédico, isto é, da forma pela qual a biomedicina se ocupou da gestão da vida e do cuidado, a partir de critérios clínicos, fundados em um modelo anátomofisiológico. É assim que, nessa disciplina, busca-se, de um lado, desenvolver uma perspectiva critica do modelo da biomedicina e da racionalidade médica que emergem na modernidade e, de outro, compreender os fundamentos e as lógicas que norteiam as outras concepções sobre o corpo, a saúde e doença, bem como das práticas de cuidados que surgem como alternativas ou complementares ao modelo da biomedicina, evidenciando a diversidade sociocultural que permeia o campo da saúde.
1. Por uma antropologia da saúde 2. Antropologia da medicina e outras ontologias 3. Corpo, corpos, identidades e ontologias 4. Saúde e doença: um olhar antropológico 5. Uma antropologia do cuidado em saúde
BIBLIOGRAFIA BÁSICA: Antropologias, saúde e contextos de crise. (orgs.) Rosana Castro, Cíntia Engel, Raysa Martins; Colaboradora Tatiana Guedes. Brasília: Sobrescrita, 2018. CAPRA, F. O modelo biomédico. In. O ponto de mutação. 25th ed. São Paulo: Cultrix; 1982, PP.116-155. CAMPOS, E.A. Aspectos socioculturais e as práticas de cuidados em enfermagem. In. Antropologia para enfermagem. Eunice Nakamura, Denise Martin e José Francisco Quirino Santos (orgs.). Barueri – SP: Manole, 2009, pp. 59-81 Corpo, saúde na mira da antropologia: ontologias, práticas, traduções. Cecília McCallum e Fabíola Rohden, Salvador: EDUFBA-ABA, 2015. Geertz, C. Os usos da diversidade. (O caso do índio bêbado e da Máquina de Hemodiálise). In. Nova Luz sobre a Antropologia. Rio de Janeiro: Zahar Editor, pp. 78-80. LE BRETON, D. Antropologia do corpo e modernidade. Petrópolis: Vozes; 2011. DE JESUS, C.M. A doença. In. Diário de Bibita. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986, pp. 148-153. LANGDON, E.J.; WIIK, F.B. Antropologia, saúde e doença: uma introdução ao conceito de cultura aplicado às ciências da saúde. Revista Latino-Americana de Enfermagem, [S. l.], v. 18, n. 3, p. 459-466, 2010. DOI: 10.1590/S0104 Saúde, corpo e sociedade. Alicia Navarro Souza e Jaqueline Pitanguy (orgs). Rio de Janeiro, Editora UFRJ, 2006. p. 183- 194. TOLSTOI, L. A morte de Ivan Ilitch. Boris Schnaidermann (trad.). São Paulo: Editora 34, 2006. WOOLF, V. Sobre estar doente. São Paulo: Editora Nós, 2021. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: Enfermagem, antropologia e saúde. Lucas Pereira de Melo, Dulce Maria Rosa Gualda e Edemilson Antunes de Campos (orgs.). Barueri –SP: Manole, 2013. HELMAN, C. Cultura, Saúde e doença. Porto Alegre: Artmed, 2007. Video: O nome do cuidado - 2009 (Leo Lama e Paulo Hersh Rosenbaun). Filme: Wit – Uma lição de vida - 2001 Mike Nichols Vídeo: Napëpë - 2003. Nadja Marin e Miriam Blanco