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Júpiter - Sistema de Gestão Acadêmica da Pró-Reitoria de Graduação


Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
 
Hist da Arq e Estética do Projeto
 
Disciplina: AUH0251 - Formação Urbana da Cidade de São Paulo: História, Ideias e Práticas
The urban formation of the city of são paulo: history, ideas and practices

Créditos Aula: 4
Créditos Trabalho: 0
Carga Horária Total: 60 h
Tipo: Semestral
Ativação: 15/07/2015 Desativação:

Objetivos
Refletir criticamente sobre a constituição urbana e arquitetônica da cidade de São Paulo e seus significados, procurando entrelaçar a história da cidade com os contextos econômico, político e cultural brasileiros. Discutir a produção social do espaço. Desnaturalizar o olhar sobre a cidade, discutindo e historicizando as imagens da cidade. Compartilhar experiências e fortalecer o diálogo interdisciplinar sobre a construção da cidade do ponto de vista material e simbólico.
 
 
 
Docente(s) Responsável(eis)
659627 - Ana Claudia Scaglione Veiga de Castro
 
Programa Resumido
Investigar o processo de formação e desenvolvimento urbano de São Paulo, considerando não apenas a sua materialidade, através dos edifícios e planos urbanos, mas também os significados simbólicos que o seu patrimônio urbanístico e edificado assumiu ao longo da história, bem como os agentes presentes nessa constituição. Apresentar as diversas imagens da cidade que surgem ao longo sobretudo dos séculos 19 e 20, mostrando as disputas e as ambiguidades que o próprio discurso da modernidade compreende.
 
 
 
Programa
MÓDULO 1 
1. Introdução: compreender a arquitetura, pensar a cidade
Discutir as perspectivas teóricas que embasam o curso e apresentar os pressupostos de uma história cultural urbana como possibilidade para pensar a história da cidade.
2. A cidade de taipa e sua expansão (meados do século 19) – da vila “colonial” à cidade burguesa
Discutir os significados das mudanças sociais nesse período e suas implicações no espaço urbano, bem como o lugar de São Paulo no imaginário de seus habitantes entre o Império e a República.
3. Ecletismo como índice da modernidade (fim do século 19, início do 20) – da cidade belle époque à vanguarda modernista
Discutir três espaços da cidade, o centro, os bairros de elite e os bairros populares, abordando os significados dessa forma de expansão e apontando as consequências para a cidade daí em diante. Discutir o significado da modernidade urbana, percebendo a arquitetura eclética como índice material da modernização.
4. Primeira verticalização (décadas de 1920 e 1930) – o Plano de Avenidas e a imposição de um modelo de crescimento
Apresentar as diretrizes contidas no Plano, percebendo um padrão de crescimento que se impõe sobre a cidade daí em diante, a definir seus rumos, e também uma imagem de modernidade atrelada ao carro e à ideia de crescimento infinito. Apresentar a primeira verticalização apoiada na linguagem eclética e as tentativas de afirmação da linguagem moderna. O arranha-céu aparece como um tema e um emblema da cidade.

MÓDULO 2
5. Segunda verticalização (décadas de 1940 - 1960) – a cidade americana como modelo
Abordar a consolidação do padrão vertical no centro da cidade, verificando a transformação do centro novo – República – como centro da metrópole moderna. Discutir os significados dessa imagem, bem como apontar o padrão de crescimento espraiado que se consolida, por meio do ideário da casa própria.
6. Planos urbanos da década de 1950 - 1960 – consequências de um modelo
Apresentar as propostas urbanas que aparecem nesse momento, discutindo as tensões entre projetos e diretrizes distintos. Discutir os significados da metropolização do ponto de vista material e simbólico, definindo o conceito de metrópole cultural e debatendo a consolidação da arquitetura moderna como linguagem.
7. Explosão da periferia nos 1970 – consolidação do padrão periférico de crescimento
Discutir os significados da modernização e sua outra face, chamada pelos seus críticos de “espoliação urbana”. Compreender como o espaço urbano e as condições de vida da população geram um pensamento crítico que apontam os limites da modernização e denunciam a sua lógica. A consolidação da periferia e da marginalidade como temas urbanos.
8. Redemocratização e movimentos sociais (anos 1980) – modelos de cidade em debate
Discutir a fragmentação das propostas após a abertura democrática e a falta de uma ideia que unifique o pensamento sobre a cidade, ou seja, o abandono do planejamento. Notar que a despeito das propostas inovadoras e promissoras, como a incorporação das práticas participativas e democráticas, há consequências negativas sobre o espaço, entre elas, as que advém do descrédito do papel do Estado.
9. A cidade do capital nos anos 1990 – neoliberalismo e globalização
Discutir os anos 1990 para compreender como a cidade se apoia em uma imagem de cidade global, debatendo as consequências da mundialização para o espaço urbano. Tratar da imagem da cidade global, seus mitos e contra-faces.
10. São Paulo hoje – pensar a cidade, entender a cidade
Esboçar um balanço de como a cidade chega na contemporaneidade atravessada por todos essas camadas históricas, diversas imagens e identidades em conflito, visando discutir o papel do arquiteto e do urbanista na construção social do espaço.

VISITAS
VISITA 1. Colina histórica
Percorrer o perímetro da colina histórica de modo a perceber a escala da cidade antiga e os eixos de crescimento que se impuseram a partir das entradas da cidade, reforçados em seguida pelo Plano de Avenidas.
VISITA 2. Zona Leste
Visita à Zona Leste de São Paulo, percebendo o eixo de bairros operários que se estabelece à leste do centro, compreendendo a distância dos bairros e das ocupações periféricas ao longo do século 20 em relação ao centro, ou seja, o modelo de cidade espraiada.
VISITA 3. Cidade Nova
Visita ao vetor de expansão sudoeste, pela Marginal Pinheiros, para discutir os novos bairros, a visualidade almejada pela cidade contemporânea e os espaços residuais.
 
 
 
Avaliação
     
Método
Participação em seminários, monografia e/ou prova.
Critério
Participação nas aulas, coerência entre o problema histórico formulado, as fontes e a bibliografia.
Norma de Recuperação
70% de presença e nota mínima 3.
 
Bibliografia
     
ANDRADE, Mario de, Poesias Completas. São Paulo: Círculo do Livro, 1976.
ARRUDA, Maria Arminda do Nascimento, Metrópole e Cultura. São Paulo no meio século XX. Bauru: Edusc, 2001.
BONDUKI, Nabil. Origens da habitação social no Brasil. São Paulo: Liberdade, 2002.
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FELDMAN, Sarah, Planejamento e zoneamento. São Paulo, 1947-1972. São Paulo: Edusp/ Fapesp, 2005.
FIX, Mariana, Parceiros da Exclusão. São Paulo: Boitempo, 2001.
FRÚGOLI JR., Heitor. Centralidade em São Paulo. Trajetórias, conflitos e negociações a metrópole. São Paulo: Cortez, Edusp, 2000.
JOSÉ, Beatriz Kara, Políticas culturais e negócios urbanos - a instrumentalização da cultura na revitalização do centro de São Paulo, 1975-2000, São Paulo: Annablume, 2007.
LANNA, Ana et all. São Paulo: os estrangeiros e a construção das cidades. São Paulo: Alameda, 2012.
LAGO, Pedro Correa do. Iconografia paulistana do século XIX. São Paulo: Metalivros, 1998.
MACHADO, Antonio Alcântara, Brás, Bixiga e Barra Funda. Notícias de São Paulo. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 1983 (1ª. ed. 1927).
MEMÓRIA URBANA: a Grande São Paulo até 1940. São Paulo: Arquivo do Estado: Imprensa Oficial, 2001.
MELLO, Joana, O arquiteto e a produção da cidade: a experiência de Jacques Pillon, 1930-1960. São Paulo: Annablume, 2012.
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REIS, Nestor Goulart, São Paulo vila cidade metrópole. São Paulo: PMSP, 2004.
SEVCENKO, Nicolau, Orfeu extático na metrópole. São Paulo, sociedade e cultura nos frementes anos 20. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
SOMEKH, Nadia. A cidade vertical e o urbanismo modernizador. São Paulo: Studio Nobel: Editora da Universidade de São Paulo: FAPESP, 1997.
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VON BINZER, Ina, Os meus romanos. Alegrias e tristezas de uma preceptora inglesa no Brasil. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004 (1ª. ed. bras. 1956).
XAVIER, Ismail, São Paulo no cinema: expansão da cidade-máquina, corrosão da cidade arquipélago, Revista Sinopse, n. 11, ano VIII, set 2006, pp. 18-25.
 

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