Refletir criticamente sobre a constituição urbana e arquitetônica da cidade de São Paulo e seus significados, procurando entrelaçar a história da cidade com os contextos econômico, político e cultural brasileiros. Discutir a produção social do espaço. Desnaturalizar o olhar sobre a cidade, discutindo e historicizando as imagens da cidade. Compartilhar experiências e fortalecer o diálogo interdisciplinar sobre a construção da cidade do ponto de vista material e simbólico.
Investigar o processo de formação e desenvolvimento urbano de São Paulo, considerando não apenas a sua materialidade, através dos edifícios e planos urbanos, mas também os significados simbólicos que o seu patrimônio urbanístico e edificado assumiu ao longo da história, bem como os agentes presentes nessa constituição. Apresentar as diversas imagens da cidade que surgem ao longo sobretudo dos séculos 19 e 20, mostrando as disputas e as ambiguidades que o próprio discurso da modernidade compreende.
MÓDULO 1 1. Introdução: compreender a arquitetura, pensar a cidade Discutir as perspectivas teóricas que embasam o curso e apresentar os pressupostos de uma história cultural urbana como possibilidade para pensar a história da cidade.2. A cidade de taipa e sua expansão (meados do século 19) – da vila “colonial” à cidade burguesaDiscutir os significados das mudanças sociais nesse período e suas implicações no espaço urbano, bem como o lugar de São Paulo no imaginário de seus habitantes entre o Império e a República.3. Ecletismo como índice da modernidade (fim do século 19, início do 20) – da cidade belle époque à vanguarda modernistaDiscutir três espaços da cidade, o centro, os bairros de elite e os bairros populares, abordando os significados dessa forma de expansão e apontando as consequências para a cidade daí em diante. Discutir o significado da modernidade urbana, percebendo a arquitetura eclética como índice material da modernização.4. Primeira verticalização (décadas de 1920 e 1930) – o Plano de Avenidas e a imposição de um modelo de crescimentoApresentar as diretrizes contidas no Plano, percebendo um padrão de crescimento que se impõe sobre a cidade daí em diante, a definir seus rumos, e também uma imagem de modernidade atrelada ao carro e à ideia de crescimento infinito. Apresentar a primeira verticalização apoiada na linguagem eclética e as tentativas de afirmação da linguagem moderna. O arranha-céu aparece como um tema e um emblema da cidade. MÓDULO 25. Segunda verticalização (décadas de 1940 - 1960) – a cidade americana como modeloAbordar a consolidação do padrão vertical no centro da cidade, verificando a transformação do centro novo – República – como centro da metrópole moderna. Discutir os significados dessa imagem, bem como apontar o padrão de crescimento espraiado que se consolida, por meio do ideário da casa própria. 6. Planos urbanos da década de 1950 - 1960 – consequências de um modelo Apresentar as propostas urbanas que aparecem nesse momento, discutindo as tensões entre projetos e diretrizes distintos. Discutir os significados da metropolização do ponto de vista material e simbólico, definindo o conceito de metrópole cultural e debatendo a consolidação da arquitetura moderna como linguagem.7. Explosão da periferia nos 1970 – consolidação do padrão periférico de crescimento Discutir os significados da modernização e sua outra face, chamada pelos seus críticos de “espoliação urbana”. Compreender como o espaço urbano e as condições de vida da população geram um pensamento crítico que apontam os limites da modernização e denunciam a sua lógica. A consolidação da periferia e da marginalidade como temas urbanos.8. Redemocratização e movimentos sociais (anos 1980) – modelos de cidade em debateDiscutir a fragmentação das propostas após a abertura democrática e a falta de uma ideia que unifique o pensamento sobre a cidade, ou seja, o abandono do planejamento. Notar que a despeito das propostas inovadoras e promissoras, como a incorporação das práticas participativas e democráticas, há consequências negativas sobre o espaço, entre elas, as que advém do descrédito do papel do Estado.9. A cidade do capital nos anos 1990 – neoliberalismo e globalizaçãoDiscutir os anos 1990 para compreender como a cidade se apoia em uma imagem de cidade global, debatendo as consequências da mundialização para o espaço urbano. Tratar da imagem da cidade global, seus mitos e contra-faces.10. São Paulo hoje – pensar a cidade, entender a cidade Esboçar um balanço de como a cidade chega na contemporaneidade atravessada por todos essas camadas históricas, diversas imagens e identidades em conflito, visando discutir o papel do arquiteto e do urbanista na construção social do espaço.VISITASVISITA 1. Colina históricaPercorrer o perímetro da colina histórica de modo a perceber a escala da cidade antiga e os eixos de crescimento que se impuseram a partir das entradas da cidade, reforçados em seguida pelo Plano de Avenidas.VISITA 2. Zona LesteVisita à Zona Leste de São Paulo, percebendo o eixo de bairros operários que se estabelece à leste do centro, compreendendo a distância dos bairros e das ocupações periféricas ao longo do século 20 em relação ao centro, ou seja, o modelo de cidade espraiada.VISITA 3. Cidade NovaVisita ao vetor de expansão sudoeste, pela Marginal Pinheiros, para discutir os novos bairros, a visualidade almejada pela cidade contemporânea e os espaços residuais.
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