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Júpiter - Sistema de Gestão Acadêmica da Pró-Reitoria de Graduação


Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
 
Hist da Arq e Estética do Projeto
 
Disciplina: AUH0337 - O Brasil "condenado ao moderno": arquitetura e arte dos anos 1920 até os dias de hoje
Brazil "condemned to be modern": architecture and art from the 1920s to nowadays

Créditos Aula: 4
Créditos Trabalho: 0
Carga Horária Total: 60 h
Tipo: Semestral
Ativação: 01/01/2020 Desativação:

Objetivos
Rastrear e estabelecer pontos de contato entre a arquitetura e a arte modernas e contemporâneas no Brasil, cujas proximidades e afastamentos permitem diálogos frutíferos em uma mirada comparativa. Dotar o aluno de instrumental crítico para a compreensão da arte e da arquitetura brasileiras na contemporaneidade, considerando a dimensão histórico-cultural em que são produzidas. Aprofundar o conhecimento sobre o tema como complementação do conteúdo das disciplinas obrigatórias. 
 
 
 
Docente(s) Responsável(eis)
919922 - Guilherme Teixeira Wisnik
 
Programa Resumido
Se até a construção de Brasília as artes visuais e a arquitetura pareciam andar juntas no Brasil, sob o signo da “síntese das artes”, tal como formulado por Mário Pedrosa, a partir dos anos 1960 – e sobretudo após o golpe militar de 1964 – abre-se um fosso entre essas produções. Pois se a arquitetura brutalista da Escola Paulista mantém uma produção ligada aos ideais desenvolvimentistas que marcaram o ciclo anterior, e a um firme projeto de Estado, as demais vanguardas artísticas se aliam ao espírito negativo da contracultura, mirando um Brasil trágico e carnavalesco, cuja potência está em sua “pobreza”. E se o elo perdido entre esses dois polos é a obra e o pensamento de Lina Bo Bardi, os ataques de Artigas às artes abstratas, de um lado, e de Oiticica à arquitetura oficial, por outro, revelam uma situação de antagonismo que convém analisar e refletir. 
 
 
 
Programa
Aula 1: Lucio Costa e Mário de Andrade: modernidade e tradição
Aula 2: Mário Pedrosa: o Brasil “condenado ao moderno”
Aula 3: Niemeyer e Portinari: modernidade tropical
Aula 4: O Rio de Janeiro e a arquitetura Bossa Nova
Aula 5: Concretismos no Rio e em São Paulo
Aula 6: Brasília e a “síntese das artes”
Aula 7: Prova Intermediária
Aula 8: Vilanova Artigas e a dialética dos esforços
Aula 9: Anos de ruptura: neoconcretismo, arte ambiental, tropicalismo
Aula 10: Lina Bo Bardi e o elo perdido do popular
Aula 11: Hélio Oiticica: o exercício experimental da liberdade
Aula 12: Paulo Mendes da Rocha e o não-objeto
Aula 13: Cildo Meireles e o “público” como circuito comercial
Aula 14: O público e o privado em oposição: casas e cidades
Aula 15: Prova Final
 
 
 
Avaliação
     
Método
A avaliação será feita a partir de uma composição entre três atividades: 1) conjunto de resenhas dos textos de leitura obrigatória [25% da média final]; 2) prova intermediária [25% da média final]; 3) prova final [50% da média final]. O conjunto de resenhas deve apresentar pelo menos 8 textos indicados para leitura, resumindo suas ideias principais e propondo articulações conceituais entre elas. As provas serão dissertativas e sem consulta, tendo como escopo todo o conteúdo visto em sala de aula e nos textos indicados para leitura.
Critério
A avaliação procurará aferir a capacidade de discernimento do aluno a partir dos conteúdos
Norma de Recuperação
A recuperação será feita por uma prova que contempla todos os temas tratados na disciplina, a partir de bibliografia selecionada.
 
Bibliografia
     
AMARAL, Aracy (org.). Dos murais de Portinari aos espaços de Brasília. São Paulo: Perspectiva, 1981.
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BRAGA, Milton. O concurso de Brasília: sete projetos para uma capital. São Paulo: Cosac Naify, 2010.
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BRITO, Ronaldo. Neoconcretismo: vértice e ruptura do projeto construtivo brasileiro. São Paulo: Cosac Naify, 2000.
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FERRO, Sérgio. Arquitetura e trabalho livre. São Paulo: Cosac Naify, 2006.
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XAVIER, Alberto (org.). Arquitetura moderna brasileira: depoimento de uma geração. São Paulo: Cosac Naify, 2003.
________. Lucio Costa: obra escrita. Brasília, Universidade de Brasília, 1968. 
 

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