Desenvolver projeto paisagístico valorizando os aspectos sensíveis e poéticos do espaço vivido, considerando a percepção e vivência do espaço, as dimensões artísticas e construtivas, as especificidades dos elementos vivos, o repertório projetual e sua representação. Compreender as diversas etapas do projeto desde o partido conceitual até as etapas executivas como processos criativos, aproximando-se do campo profissional. Contribuir para o desenvolvimento da linguagem e dos meios de projeto específicos do paisagismo.
História e poética do jardim. A vegetação na natureza e no projeto. Estudos da composição artística nas artes e no paisagismo. Exercícios de percepção e sensibilização no espaço natural e construído. Estudos e vivências da natureza, da paisagem, da vegetação para uma linguagem criativa. Estudo dos elementos inertes, da atmosfera e dos tempos no projeto de paisagismo. Linguagem do projeto e referenciais de projeto. O espaço da intimidade, da memória, da sociabilidade e cognição no projeto. “Implantação, o bem contido e o tempo” (Robert Cardozo). Desenvolvimento de projeto na pequena escala. Estudo de projetos profissionais. “Arquitetura é construção concebida com intenção estética em funçã de...” (Lúcio Costa). As etapas de um projeto da concepção à execução como etapas criativas.
I. SENSIBILIDADE E CONHECIMENTO NA ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO VIVIDO. História do jardim, arte, natureza e organização do espaço. Exemplos de pequenos jardins, quintais e pequenos espaços públicos. Metodologias projetuais e processos criativos. Princípios artísticos. A arte e a natureza no paisagismo. A experiência da paisagem e contribuições artísticas e científicas no desenvolvimento da linguagem projetual. O jardim como arte e como lugar, o jardim como afeto e fruição. Jardins populares e a linguagem do arquiteto. Emprego da vegetação no projeto dos pequenos espaços. As escalas do espaço. De quem é esse lugar; para quem é esse lugar? Qualidades plásticas e espaciais do projeto e da vivência do espaço. A leitura sensível do espaço. Aspectos socioculturais, cognitivos e ambientais. O espaço interpessoal como espaço político, criativo, de intimidade e fruição, de memória. O espaço do corpo e o corpo no espaço, percepção de si, do outro e das relações sensíveis, socioculturais e cognitivas do espaço. A dimensão lúdica e fruitiva do espaço. Vivências exploratórias em Museus, espaços urbanos e naturais, jardins selecionados, com exercícios de sensibilização ao espaço, à vegetação e aos materiais de projeto. II. DO PARTIDO CONCEITUAL AO PROJETO BÁSICO As etapas de elaboração de um projeto e suas linguagens de representação. “A implantação, o bem contido, o tempo”. O estar contido, o tempo, o descobrir os espaços de intimidade, sociabilidade, divertimento, os elementos naturais e processados no usufruir do espaço em suas escalas de apreensão e proximidade. Apresentação e estudo de um amplo referencial projetual com destaque para modos de organização dos espaços da proximidade e do papel dos diversos elementos e seu comportamento na fruição do projeto, muito próximas à experiência corporal e subjetiva dos viventes. A vegetação na natureza, biogeografia e processos artísticos de organização do projeto. Viveiros e floras. Conhecendo as espécies vegetais. Conhecendo, utilizando e ampliando um repertório básico, em suas características dinâmicas morfológicas e estéticas, funcionais, naturais e de cultivo e manutenção. Jardins de sensibilidade e jardins dos sentidos. Jardins da memória. Jardins de vanguarda. Jardins sensoriais. A forma e a vida das plantas. As variações da luz natural e o tempo no processo projetual. A atmosfera e os ciclos do projeto. A dimensão sensível do emprego da água, de materiais inertes e artísticos na organização e fruição dos espaços a partir de estudos de diversas soluções e de referências projetuais. Grafite, elementos lúdicos e dinâmicos, elementos sensórios. Aspectos sensíveis, sensoriais, contemplativos, táteis, simbólicos, vivenciais, cognitivos do espaço projetado na escala do lugar. Elementos ecológicos e ambientais no projeto. Os tempos do projeto e os tempos do espaço vivido. A linguagem do arquiteto na proposição do espaço e as expectativas na vivência do espaço. A poética do espaço imaginado e do espaço construído. Essa criatura hipotética chamada cliente ou usuário é um ser real e complexo. O usuário da perspectiva e o vivenciador do espaço. Do partido conceitual ao projeto básico: momentos contínuos de uma poética criativa na construção do espaço. Análise de alguns projetos tal como produzidos em escritórios de paisagismo. A importância dos aspectos da execução no partido e no detalhamento do projeto e o refinamento da ideia perseguida. A influência do orçamento e condicionantes da produção nas decisões de projeto.
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