Desenvolver no estudante a capacidade de atender aos pacientes em condições cirúrgicas, com enfoque na avaliação pré-operatória e seguimento pós-operatório, com desenvolvimento de hipóteses diagnósticas, identificação de sinais de complicações, seleção e definição da realização de exames pré-operatórios e de seguimento pós-operatórios. Acompanhamento de atividades em campo cirúrgico entendendo os processos de paramentação, desparamentação, preparação de mesa cirúrgica e instrumentação. Desenvolver senso de responsabilidade na relação estudante-paciente e treinar os preceitos de ética médica, profissionalismo e trabalho em equipe multidisciplinar no atendimento ao paciente cirúrgico.
Ao fim do estágio espera-se que o estudante tenha atingido as seguintes competências: Domínio Cognitivo: a) Discutir os conceitos de fisiopatologia das principais doenças e síndromes cirúrgicas; b) Possibilitar ao estudante aprender as noções básicas dos exames subsidiários necessários para o diagnóstico, induzindo-o a raciocinar a respeito das indicações, objetivos, relação custo-benefício e limitações dos exames disponíveis; c) Possibilitar ao estudante, entender e aplicar a classificação de risco cirúrgico e sua relevância na indicação e contraindicação de cirurgias, os exames pré-operatórios e pós-operatórios; d) Reconhecer a presença ou ausência de comorbidades que impactem o planejamento e seguimento cirúrgico; e) Conhecer as diferentes etapas do procedimento cirúrgico e cuidados necessários; f) Entender os processos de anestesia e acompanhamento do paciente anestesiado; g) Conhecer as principais afecções cirúrgicas frequentes incluindo diagnóstico diferencial e indicação cirúrgica; Domínio Psicomotor: Ao fim do estágio espera-se que o estudante esteja habilitado a realizar os seguintes procedimentos técnicos: a) paramentação e desparamentação para atuação no campo operatório; b) montagem de mesa cirúrgica; c) sutura de pele; d) drenagem de abcessos; e) realização de pequenas biópsias; f) intubação orotraqueal; Domínio Afetivo: Desenvolver no estudante capacidade de: a) lidar com a ansiedade de seus pacientes; b) aceitar e lidar com ansiedade da família; c) valorizar as pressões psicológicas, sociais e econômicas no mecanismo de doença; d) explicar ao paciente e familiares diretos a doença, os procedimentos indicados ou realizados, tirando as dúvidas e esclarecendo o que for necessário; e) trabalhar em equipe demonstrando respeito por todos os profissionais médicos e paramédicos.
Temas teóricos: Os temas teóricos serão abordados com aulas assíncronas e discussões de casos / situações a) Classificação de risco cirúrgico b) Exames pré-operatórios segundo o risco cirúrgico c) Avaliação de drenos e sua retirada d) Drenagem de abcessos e secreções locais e) Cuidados com curativo cirúrgico e sua reposição f) Príncípios de sutura, anestesia e cirurgia para pequenos procedimentos g) Antibioticoterapia em Cirurgia h) Dor abdominal - diagnóstico e tratamento do abdome agudo i) Reconhecimento dos diversos tipos de abdome agudo j) Hérnias da parede abdominal k) Hemorragia digestiva alta e baixa l) Tumores do trato digestivo m) Doenças orificiais n) Drenagem de tórax (Pneumotórax/hemopneumotórax e empiema) o) Afecções cirúrgicas da infância p) Doenças da próstata e bexiga q) Urgências urológicas r) Pé diabético e outras lesões tróficas de membros inferiores s) Princípios básicos do exame primário e secundário no ATLS t) Cuidados com a traqueostomia u) Diagnóstico e tratamento da dor lombar. Reconhecimentos dos diagnósticos diferenciais e estratificação de seu tratamento de urgência v) Fratura de fêmur em idoso w) Fraturas em crianças x) Fratura exposta y) Síndrome compartimental Estratégias e Cenários de Prática: A principal ferramenta envolvida no aprendizado do internato em cirurgia é o contato direto com o paciente nos diferentes níveis de atendimento. Neste estágio específico considerando o ambiente de enfermaria, centro cirúrgico e ambulatório. É nesta interação médico-paciente que se desenvolvem as diferentes habilidades afetivas e psicomotoras que, complementada com os estudos e discussões, possibilitará o desenvolvimento das competências cognitivas correlatas. Para tanto cada grupo de 12 estudantes desenvolverá atividades durante 6 semanas com a seguinte estratégia - Manhã - Enfermaria e Centro Cirúrgico com ciclos incluindo Hospital das Clínicas de Bauru, Hospital Estadual de Bauru, Hospital de Base de Bauru - 4 a 6 estudantes por hospital a cada 3 semanas em ciclos - Na enfermaria o estudante terá pacientes sob sua responsabilidade com supervisão de preceptores e professores. As atividades incluem: a) Evolução dos pacientes com avaliação clínica, avaliação da evolução pós-operatória ou cuidados pré-operatórios e preenchimento do prontuário b) Discussão dos casos internados em visita com discussão dos casos e condutas c) Discussão dos exames e fluxos de investigação e conduta d) Diariamente, um estudante terá atividades do centro cirúrgico - de preferência para acompanhar a cirurgia dos seus pacientes - participando do processo desde a indução anestésica e entrando em campo cirúrgico para apoio à instrumentação e acompanhamento das atividades cirúrgicas. - Tarde - Atividades ambulatoriais incluindo: - Ambulatório Médico de Especialidades - 1 período por semana - Em ambulatórios de especialidades cirúrgicas. - Unidade Básica de Saúde ou Ambulatório HC - 1 período por semana - para avaliação de casos de saúde do adulto em geral - Tarde - Atividades de Simulação Cirúrgica no CECS para desenvolvimento dos principais procedimentos e cenários de simulação cirúrgica - Plantões noturnos poderão ser incluídos nas atividades em situações especiais sendo garantido o período pós-plantão regularmentar. Observações do Programa: 1 – No início do semestre letivo será disponibilizado para todos os estudantes, um manual com as regras específicas do estágio, incluindo potenciais adaptações e ajustes imediatos em elementos da presente ementa, bem como detalhamento das estratégias de avaliação quando aplicável. 2 – O estágio funciona em formato de rodízio, os grupos são definidos por critérios mistos de afinidade e integração realizados através de um sistema computacional. O estágio poderá ocorrer no 1º ou 2º semestre dependendo do grupo. 3 - As Atividades Práticas são Desenvolvidas nas Unidades de Saúde do Município de Bauru conforme calendário prévio acordado com a Secretaria Municipal de Saúde. Atividades hospitalares são realizadas no Hospital das Clínicas de Bauru, Hospital de Anomalias Crânio-Faciais – HRAC, Hospital Estadual de Bauru, Hospital de Base de Bauru, Maternidade Santa Isabel, Instituto Lauro Souza Lima, Hospital Beneficência Portuguesa, Hospital da Unimed e demais equipamentos de saúde conveniados do município de Bauru, Boracéia, Duartina e de outros municípios.
Bibliografia Básica: AULER JUNIOR, J. O. C. et al. Manual teórico de anestesiologia para o aluno de graduação. Rio de Janeiro: Atheneu, 2001. 282 p. BIROLINI, D.; STEINMAN, El.; UTIYAMA, E. M. Cirurgia de emergência. 2. ed. rev. ampl. Rio de Janeiro: Atheneu, 2011. 832 p. BUTTERWORTH, J. F.; MACKEY, D. C.; WASNICK, J. D. Anestesiologia clínica. 5. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2017. 1128 p. MITTELDORF, C.; RASSLAN, S.; BIROLINI, D. Infeccção & cirurgia: Divisão de Clínica Cirúrgica III, Hospital das Clínicas - FMUSP. Rio de Janeiro: Atheneu, 2007. 668 p. RODRIGUES, J. J. G.; MACHADO, M. C. C.; RASSLAN, S. (Ed.). Clínica cirúrgica. 2. ed. Barueri: Manole, 2008. 2400 p. SABISTON tratado de cirurgia: a base biológica da prática cirúrgica moderna. 20. ed. Rio de Janeiro: Ganabara Koogan, 2019. 2248 p. TRATADO de anestesiologia SAESP. 9. ed. São Paulo: Ed. dos Editores, 2021. 3 v. UTIYAMA, E. M.; RASSLAN, S.; BIROLIN, D. Procedimentos básicos em cirurgia. 2. ed. Barueri: Manole, 2012. 825 p. UTIYAMA, E. M. et al. Propedêutica cirúrgica. 2. ed. Barueri: Manole, 2007. 480 p.