Informações da Disciplina

 Preparar para impressão 

Júpiter - Sistema de Gestão Acadêmica da Pró-Reitoria de Graduação


Instituto de Relações Internacionais
 
Bacharelado em Relações Internacionais
 
Disciplina: BRI0044 - Mercados Ilícitos Globais e Segurança Doméstica
Global Illicit Markets and Homeland Security

Créditos Aula: 4
Créditos Trabalho: 0
Carga Horária Total: 60 h
Tipo: Semestral
Ativação: 01/01/2015 Desativação:

Objetivos
A percepção de que o crime organizado transnacional é uma séria ameaça aos países da América Latina não é consenso entre especialistas. A exemplo do que acontece na Europa e na América do Norte, encontramos um debate dividido em dois campos. Na pequena comunidade de especialistas em crime organizado transnacional considera-se o desenvolvimento do sistema de transporte, a melhoria da infraestrutura de comunicação e informática e mesmo a expansão do sistema do comércio mundial como fatores que geram oportunidades inéditas para as atividades ilícitas em escala global. Esse processo de expansão do crime organizado transnacional, por sua vez, exerceria uma forte pressão sobre os sistemas nacionais de segurança pública. No entanto, a maior parte dos criminologistas, economistas e cientistas sociais que trabalham com a temática do crime permanece cética com relação ao argumento de que o crime organizado transnacional constitui um fenômeno efetivamente novo no cenário mundial, ou mesmo que este seja particularmente relevante no contexto brasileiro.  O argumento cético defende que as formas mais sérias de crime são basicamente locais, ou que, pelo menos, antes do crime se constituir como uma atividade transnacional é necessário que esse tenha uma base local bem estabelecida. Esse é o debate de fundo que estrutura o curso.	Segundo a visão dos especialistas em crime organizado transnacional, os sistemas nacionais de justiça criminal e as sociedades atingidas pelo problema sofrerão um impacto direto com a expansão dessas novas formas de crime. O objetivo desse curso é justamente apresentar os principais modelos interpretativos sobre o crime organizado transnacional e avaliar a magnitude do impacto para a sociedade e para as instituições de justiça criminal produzido por esse fenômeno.
 
 
 
Docente(s) Responsável(eis)
3230041 - Leandro Piquet Carneiro
 
Programa Resumido
O curso está dividido em quatro módulos o módulo I apresenta os fundamentos teóricos para a análise do crime; o módulo II discute a literatura básica dobre o Crime Organizado Transnacional (COT); o módulo III analisa a estrutura dos principais mercados ilícitos globais; por fim, o módulo IV apresenta o debate sobre as políticas públicas de controle do Crime Organizado Transnacional.
 
 
 
Programa
Aula 1.  Apresentação do curso
Módulo I: Fundamentos teóricos para a análise do crime
Aula 2. O crime: uma explicação por mecanismos
Leituras:
1. WIKSTROM, Per-Olof & SAMPSON, R. (2006), introdução
2. NAYLOR (2004), capítulo 1
3. CARNEIRO, L.P. (2009)

Aula 3. O Modelo Econômico do Crime
Leituras:
1. BECKER, G. (1968)
2. DIIULIO, J. J. (1996)
3. EHRLICH, I. (1996)
Aula 4. Terrorismo e Crime
Leituras:
1. FORST, B. (2009) capítulo 1
2. NAYLOR (2004), capítulo 2
Aula 5. As redes criminais
Leituras:
1. MORSELI, C (2010) capítulos 1 e 2(ParteIII)
2. WIKSTROM, P.O. (2006)
3. FELSON, M. (2006)


Aula 6. A organização do crime e a carreira criminal
Leituras:
1. GOTTFREDSON, M. R. e HIRSCHI, T. (1990), Capítulo 10
2. GAMBETTA, D. (1993), Introd. e Capt. 1
3. LEVITT, S.D. & VENKATESH, S. (2000)


Módulo II: O Crime Organizado Transnacional
Aula 7. Crime Organizado Transnacional: Definições e Conceitos Operacionais.
Leituras:
Documentos
1. ONU (2000)
2. EUROPOL (2008)
Aula 8. Modelos de análise do crime organizado transnacional
Leituras:
1. NAÍM, M. (2006) Capítulos 1 e 2
2. ALBANESE, J. S. (2000)
3. HALSTEAD, B. (1998)
4. SUNG,H. E. (2004)

Módulo III: Mercados Ilícitos
Aula 9. O Mercado de Drogas Ilícitas
Leituras:
1. BROWNSTEIN et al. (2000)
2. REUTER, P. e GREENFIELD, V. (2001)
3. ONU (2008)
4. OEDT (2008).

Aula 10. A Economia Política das Drogas na América Latina
Leituras:
1. SMITH,P. (1993)
2. CARNEIRO,L.P. (2009b)
3. THOUMI, F.E. (2002)
4. MEZA, R.V. (2006)
Aula 11. Lavagem de Dinheiro e Outros Crimes de “Colarinho Branco”
Leituras:
1. NAÍN, M. (2006) Capts. 6 e 7
2. NAYLOR, R. T. (2003)
Aula 12. Tráfico humano, crimes cibernéticos, armas e órgãos humanos (opções de leitura segundo o interesse)
Leituras:
1. NAÍN, M. (2006) Capts. 3, 5 e 8
2. SMALL ARMS SURVEY (2009)
3. NAIR, A. (2007)

Módulo IV: Políticas de Controle

Aula 13. O Controle do Crime Transnacional e do Terrorismo
Leituras:
1. MIDDLETON, D. J. e LEVI, M. (2005)
2. SCHLEGEL, K. (2000).
3. WILLIAMS, P. e GODSON, R. (2002)
4. NAÍN, M. (2006) Capts. 9
5. FORST, B. (2009) Capítulos 9, 11 e 12
6. ANDREAS, P., NADELMANN, E. (2006)


Aula 14. TESTE EM SALA DE AULA
 
 
 
Avaliação
     
Método
Além da frequência regular, será cobrada a leitura dos textos indicados antes das aulas por meio de perguntas orais nas aulas. A participação em sala de aula representa 20% da nota final. Durante o semestre, o aluno deve preparar um artigo de opinião de 700 palavras sobre um evento atual relacionado a um dos temas tratados no curso (10% da nota). Pense nesse artigo como algo que poderá ser enviado a um jornal para publicação. Além disso, são esperados três ‘policy memo outlines’ de uma pagina (10%), um policy memo de 3 páginas (10% da nota) e teste em sala de aula (50% da nota).
Compatíveis com as atividades exigidas dos alunos, conforme inciso 1º do artigo 65 do Regimento Geral da USP.
Critério
Conforme artigos 81 a 84 do Regimento Geral da USP, as notas variarão de zero a dez e para ser aprovado o aluno deverá obter nota final igual ou superior a cinco e ter, no mínimo, setenta por cento de frequência na disciplina.
Norma de Recuperação
Poderão participar da recuperação os alunos que alcançarem média final mínima 3,0 e frequência mínima de 70%, em conformidade com a Resolução CoG nº 3583.
 
Bibliografia
     
ALBANESE, J. S. (2000). “The Causes of Organized Crime: Do Criminals Organized Around for Crimes or do Criminal Opportunities Create New Offenders?” Journal of Contemporary Criminal Justice 2000, Vol 15, p 409-423.

ANDREAS, P., NADELMANN, E. (2006) Policing the Globe: Criminalization and Crime Control in International Relations. Oxford University Press.

BAILEY, J. e GODSON, R. (2002) Organized Crime and Democratic Governability: Mexico and the U.S.-Mexican Borderlands. Ed. Prentice Hall e Pittisburg Latin American Studies.

BROWNSTEIN, H. H., CRIMMINS, S. M. e SPUNT, B. J. (2000). “A Conceptual Framework for Operationalizing the relationship between Violence and Drug Market Stability.” Contemporary Drug Problems 27:867-90.

BARLOW, H. D. (1995), “Introduction: Public Policy and the explanation of crime”, in Hugh Barlow, D. (editor), Crime and public policy: putting theory to work, Westview Press, Boulder, Colorado.

BECKER, G. (1968), Crime and Punishment: an economic approach, Journal of Political Economy, 76, 169-217.

CARNEIRO, L. P. (2009). “Violência Urbana, Segurança Pessoal e Criminalidade”. In: Fernando H. Cardoso e Alejandro Foxley (editores), América Latina desafios da democracia e do desenvolvimento: políticas sociais para além da crise, São Paulo, Elsevier.

CARNEIRO, L. P. (2009b). “A Economia Política das Drogas na América Latina: magnitude, conceitos e políticas de controle”, Texto para Discussão Instituto Fernando Henrique Cardoso. Disponível em http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=1472428

CHALK, Peter e RABASA, Angel (2001). Colombian Labyrinth the Synergy of Drugs and Insurgency and Its Implications for Regional Stability, Santa Monica, CA: Rand Project Air Force.

DIIULIO, John J. (1996), Help wanted: economists, crime and public policy (in Symposia: The Economics of Crime), The Journal of Economic Perspectives, Vol. 10, No. 1. (Winter, 1996), pp. 3-24.

EHRLICH, I. (1973). Participation in illegitimate activities: a theoretical and empirical investigation, Journal of Political Economy, vol. 81, n. 3.

EHRLICH, I. (1996). “Crime, Punishment and the Market of Offenses”, Journal of Economic Perspective, vol. 10: 43-67.

EROKHINA, L. D. e BURIAK, M. Iu (2007). “The Problem of Trafficking in Women in Social Risk Groups.” Sociological Research 46:6-19.

EUROPOL (2008). European Organized Crime Threat Assessment (OCTA), Luxembourg, Office for Official Publications of the European Communities

FORST, B. (2009), Terrorism, Crime and Public Policy. New York. Cambridge University Press.

FELSON, M. (2006), Crime and Nature. Thousand Oaks. Sage Publications.

FRIMAN, R. e ANDREAS, P. (1999). The illicit Global Economy and State Power, New York, Rowman & Littlefield.

GAMBETTA, D. (1993). The Sicilian Mafia: the business of private protection, Cambridge, Harvard University Press.

GOOTENBER, P. (2008). Andean Cocaine: The Making of a Global Drug. The University of North Carolina Press

GOTTFREDSON, M. R. and HIRSCHI, T. (1990), A general theory of crime, Stanford University Press, Stanford.

HALSTEAD, B. (1998). “Use of Models in the Analysis of Organized Crime and Developemnt of Policy“, Transnational Organized Crime, 4, 1 p 1-24.

HELLEINER, E. (1999). “State Power and the regulation of Illicit Activity in Global Finance”. In: R. Friman, e P. Andreas, (organizadores), The illicit Global Economy and State Power. New York Rowman & Littlefield.

KOPPEN M. Vere van Poot , CHRISTIANNE J. de, KLEEMANS Edward R., and NIEUWBEERTA, P.(2009). “Criminal Trajectories in Organized Crime”. British Journal of Criminology Advance Access published on November 3.

LACZKO, F. e GOŹDZIAK, E.M (eds.) (2004). “Data and Research on Human Trafficking: A Global Survey“, Special issue of International Migration 43(1/2).

LAMP, K von (2003). Use of Models in the Analysis of Organized Crime, Paper presented at the 2003 conference of the European Consortium for Political Research (ECPR).Marburg, Germany, 19 September 2003

LEVITT, S.D. & VENKATESH, S. (2000). "The Financial Activities of an Urban Street Gang", Quaterly Journal of Economics, vol. 115, no. 3, pp. 755-789.

NAÍM, M. (2006). Ilícito: o ataque da pirataria, da lavagem de dinheiro e do tráfico à economia global, Jorge Zahar Editores, Rio de Janeiro.

MEZA, R.V. (2006). "Political challenges posed by the failure of prohibition Drugs in Colombia and the Andean-Amazonian region", Transnational Institute, Drug Policy Briefing, vol. 16, no. May, pp. 59-79.

MIDDLETON, D. J. e LEVI, M. (2005). “The role of solicitors in facilitating ‘organized crime’: situational crime opportunities and their regulation”. Crime, Law & Social Change, 42

NAIR, A. (2007). Internet Content Regulation: Is a Global Community Standard a Fallacy or the Only Way Out? International Review of Law, Computers and Technology, volume 21, number 1, p 15-25.

NAYLOR, R. T. (2003).”Towards a General Theory of Profit-Driven Crimes”, British Journal of Criminology, 43, p 81-101.

NAYLOR, R.T. (2004) Wages of Crime: Black Markets, Illegal Finance, and the Underworld Economy, Cornell University Press.

OEDT (2008).Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência, A Evolução do Fenômeno das Drogas na Europa, Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias, Luxemburgo.

OEA (2007). Organização dos Estados Americanos – Projeto de Resolução, Execução de Plano de Ação Hemisférica Contra a Criminalidade Organizada Transnacional. Conselho Permanente, Comissão de Segurança Hemisférica CP/CSH-870/07, rev 3, 22 de maio de 2007.

ONU (2000). Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional, Convençaõ de Palermo.

ONU (2002). United Nations Global Program against Transnational Organized Crime: Results of a Pilot Survey of Forty Selected Organized Criminal Groups in Sixteen Countries, United Nations Office on Drugs and Crime

ONU (2008) United Nations Office on Drugs and Crime, World Drug Report, United Nations Publication.

REUTER, P. e GREENFIELD, V. (2001). "Measuring Global Drug Markets How good are the numbers and why should we care about them?". World Economics, vol. 2, no. 4, pp. 159-173.

RUBIO, M. (2007). De la Pandilla a la Mara Pobreza, Educación, Mujeres y Violencia Juvenil, Bogotá, Editora de la Universidad Externado de Colombia.

SALT, John (2000). “Trafficking and human smuggling: a European perspective”, International Migration 38(3): 31-56.

SAMPSON, R. (2006), “How Does Community Context Matter? Social Mechanisms and the Explanation of Crimes Rates”. in R. Sampson e P.O. Wikstrom: The Explanation of Crime. Cambridge, Cambridge University Press.

SCHLEGEL, K. (2000). “Transnational Crime: Implications for Local Enforcement. Journal of Contemporary Criminal Justice, vol 16, p 365-384.

SMALL ARMS SURVEY (2009). Small Arms Survey, disponível em http://www.smallarmssurvey.org/files/sas/publications/yearb2009.html

SMITH, P.H. (1993). "La economía política de las drogas: cuestiones conceptuales y opciones de política", in: P.H. Smith: El Combate a las Drogas en América, ed., Fondo de Cultura Económica, Mexico, pp. 37-66.

SUNG, Hung-En (2004). “State Failure, Economic Failure, and Predatory Organized Crime: A Comparative Analysis”, Journal of Research in Crime and Delinquency, 41, 111-129.

THOUMI, F.E. (2002). "Illegal Drugs in Colombia: From Illegal Economic Boom to Social Crisis", Annals of the American Academy of Political and Social Science, vol. 582, no. , Cross-National Drug Policy, pp. 102-116.

WIKSTROM, Per-Olof. (2006), “Individuals, Settings and Acts of Crime: Situational Mechanisms and the Explanation of Crime”. in R. Sampson e P.O. Wikstrom: The Explanation of Crime. Cambridge, Cambridge University Press.

WILLIAMS, P. e GODSON, R. (2002). “Anticipating Organized and Transnational Crime”, Journal Crime, Law and Social Change, 37, 4 / June, p 311-355.

Algumas indicações para facilitar leitura e o uso de dados quantitativos:

WONNACOTT, R. e WONNACOTT, T. (1985). Fundamentos de Estatística. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora S.A.

WILLIANS, F. (1991). Reasoning with statistics: How to read quantitative research, Fort Worth: HBJ.

HUCK, S.W.(2008). Reading Statistics and Research, Boston: Pearson Education, Inc.

DALGUAARD, P. (2002). Introductory Statistics with R, Springer Science, 2002.
 

Clique para consultar os requisitos para BRI0044

Clique para consultar o oferecimento para BRI0044

Créditos | Fale conosco
© 1999 - 2024 - Superintendência de Tecnologia da Informação/USP