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Júpiter - Sistema de Gestão Acadêmica da Pró-Reitoria de Graduação


Instituto de Relações Internacionais
 
Bacharelado em Relações Internacionais
 
Disciplina: BRI0064 - Potências Emergentes em Perspectiva Comparada
Emerging Powers in Comparative Perspective

Créditos Aula: 4
Créditos Trabalho: 0
Carga Horária Total: 60 h
Tipo: Semestral
Ativação: 01/01/2016 Desativação:

Objetivos
O curso tem como objetivo principal discutir o processo de ascensão das potências emergentes, em particular a China, e seu impacto no sistema político-econômico internacional. Para tanto, o curso compara aquele país, tendo em vista os planos doméstico e internacional, com os processos de ascensão de Brasil, Rússia, Índia, África do Sul, Turquia e Indonésia. Assim, busca-se elucidar as diferenças e semelhanças nas estratégias dessas potências regionais que buscam maior influência no cenário global. Por fim, será analisado o relativo declínio do Ocidente à medida que as potências emergentes tentam consolidar seu crescente poder internacional.
 
 
 
Docente(s) Responsável(eis)
2795189 - Janina Onuki
 
Programa Resumido
Parte I – O Contexto da Ascensão de Novas Potências
1. Introdução e O que são Potências Emergentes?
2. A Ascensão e Queda das Grandes Potências
3. Transições Hegemônicas: Ontem e Hoje
4. Estados Unidos: Uma Potência em Declínio?
5. Regional ou Global: o Espaço de Poder das Novas Potências
Parte II – Estudos de Caso
6. China: Ascensão Global
7. China e sua Política Regional
8. Índia: Ascensão Global
9. Índia e sua Política Regional
10. Brasil: Ascensão Global e Regional?
11. África do Sul: Ascensão Global e Regional?
Parte III – Conseqüências da Ascensão de Novas Potências
12. Além dos BRICS
13. Fora de Moda? Poder Militar e Ascensão
14. Conclusão: Poder no Século XXI
15. PROVA FINAL
 
 
 
Programa
Parte I – O Contexto da Ascensão de Novas Potências
Estudaremos aqui as teorias e variáveis mais empregadas para explicar a ascensão, consolidação e declínio de grandes potências
1. Introdução e O que são Potências Emergentes?
Apresentação do curso e discussão de conceitos básicos (poder, níveis doméstico e internacional, potências emergentes, BRICS e MINTs).
2. A Ascensão e Queda das Grandes Potências
Discussão dos mecanismos domésticos e internacionais que levam à ascensão e declínio de Estados soberanos no sistema internacional, tendo como base a obra homônima de Paul Kennedy. O Hard Power (Militar) importa mais que o Soft (Econômico e Cultural) nesse processo?
3. Transições Hegemônicas: Ontem e Hoje.
Giovanni Arrighi associa a hegemonia de um país no sistema internacional à sua capacidade de controlar o sistema financeiro internacional. Será esse o fator preponderante para definir se nos tempos atuais vivemos num sistema uni, bi, ou multipolar? Confrontamos esse argumento com visões tradicionalmente fundamentadas em poder militar (visão realista) e institucional (visão liberal).
4. Estados Unidos: Uma Potência em Declínio?
Aproveitando a discussão conceitual das aulas anteriores, aplicaremos as teorias vistas até então ao caso Americano desde os anos 1970, com foco no período Pós-Guerra Fria. O multilateralismo seria expressão de declínio ou reconsideração do poder dos EUA num mundo descentralizado do ponto de vista econômico? Como entender a formação de mega-blocos econômicos (TTIP e TPP) à luz da reação ocidental ao crescente poderio asiático?
5. Regional ou Global: o Espaço de Poder das Novas Potências
Hurrell, entre outros autores, argumenta que regiões são espaços essenciais para potências que ambicionam ascender no plano mundial. Porém, como separar o poder regional do poder global que um país pode exercer? Um depende do outro. A aula conclui a primeira parte do curso e prepara os alunos para a discussão empírica a ser conduzida nas aulas da parte II.
Parte II – Estudos de Caso
6. China: Ascensão Global
Começamos com um breve histórico das origens da abertura e crescimento chineses sob a liderança de Deng Xiaoping, no fim dos anos 1970, até a expansão pós-1990, fundamentada em investimentos externos e exportações, assim como suas consequências no plano sistêmico, incluindo a criação de novas instituições internacionais, como o NDB, banco de desenvolvimento dos BRICS.
7. China e sua Política Regional
Legados históricos, em particular a rivalidade com o Japão, ainda moldam o ritmo e a estratégia chinesa em escala mundial. Também abordamos as recentes iniciativas regionais da China, com a criação do RCEP e do AIIB, assim como sua estratégia de acomodar a Rússia por meio da SCO.
8. Índia: Ascensão Global
A despeito de ser um país com desafios sociais de grande magnitude, a Índia tornou-se um grande player global desde sua abertura econômica nos anos 1990. Tal como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU o país possui armas nucleares e, devido a sua localização estratégica, conseguiu construir uma parceria com os EUA. Será a Índia capaz de rivalizar com a China?
9. Índia e sua Política Regional
No plano regional, porém, o Estado indiano ainda enfrenta desafios significativos, em particular com seu rival nuclear e vizinho Paquistão. No entanto, o país parece ter musculatura suficiente para consolidar seu poder no Oceano Índico, projetando-se em parte da África e do Sudeste Asiático.

10. Brasil: Ascensão Global e Regional?
Em contraste com a Índia, o Brasil renunciou ao direito a ter armas nucleares e encontra-se num ambiente regional mais pacífico, isso para não citar a conjuntura interna, com menores índices de pobreza absoluta. Porém, o Estado brasileiro tem encontrado mais dificuldades para consolidar e até mesmo afirmar sua ascensão como líder global e até mesmo regional. Quais são as causas dessa limitação?
11. África do Sul: Ascensão Global e Regional?
O país africano é o único membro dos BRICS, talvez mais pelo simbolismo que pela relevância econômica. Pode a economia mais industrializada da África formar um polo de poder regional, com influência tanto no Atlântico Sul quanto no Oceano Índico? Evidências sugerem que, mais do que Brasil e Índia, é a China quem mais limita as potenciais ambições internacionais sul-africanas.
Parte III – Consequências da Ascensão de Novas Potências
12. Além dos BRICS
Falar nos BRICS virou moda. Mas outras potências regionais não podem vir a ter um papel crucial num mundo multipolar? Muitos analistas citam os MINTs (México, Indonésia, Nigéria e Turquia) como Estados que, tal como os integrantes dos BRICS, podem contribuir decisivamente para com a ordem global neste século.
13. Fora de Moda? Poder Militar e Ascensão
No começo do curso discutimos a oposição entre Hard e Soft Power. Estaria aquele realmente em declínio num mundo de intensas trocas culturais e econômicas? As recentes tensões militares entre Rússia e o Ocidente, além da expansão do Estado Islâmico, sugerem que o Hard Power está mais vivo do que nunca.
14. Conclusão: Poder no Século XXI
Portanto, ao elaborar estratégias de ascensão nos níveis regionais e global, as novas potências confrontam desafios internos e externos. Como eles influenciam os níveis de poder internacional de cada uma delas?
 
 
 
Avaliação
     
Método
Prova 1 (15%)
Prova Final (40%)
Seminário (30%)
Participação em atividades durante aulas expositivas (15%)
Critério
Serão aprovados aqueles que atingirem média igual ou acima de 5 na nota final, calculada com base nos componentes acima e seus respectivos pesos.
Norma de Recuperação
Não aplicável.
 
Bibliografia
     
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