O curso compara diferentes modelos de organização político-econômica na contemporaneidade, com particular atenção às variedades de capitalismo e ao impacto da divisão internacional do trabalho nas estratégias de desenvolvimento disponíveis a países e regiões que estão entre os mais relevantes para a estabilidade econômica mundial.
Parte I – Modelos Diversos, Desenvolvimento Desigual1. Introdução e Instituições Domésticas, Sistema Internacional e Desenvolvimento2. Coordenação Econômica Global3. Variedades de Capitalismo: O Modelo Liberal4. Variedades de Capitalismo: O Modelo Coordenado5. Outras Variedades e o Capitalismo de EstadoParte II – Estudos de Caso6. Leste Asiático7. América Latina8. Leste Europeu9. China10. Sudeste Asiático11. ÍndiaParte III – Democracia e Desenvolvimento12. O Modelo Endógeno13. Qual Riqueza das Nações?14. Conclusão: Desenvolvimento além das Instituições15. PROVA FINAL
Parte I – Modelos Diversos, Desenvolvimento DesigualEstudaremos aqui as teorias e variáveis mais empregadas para explicar a ascensão, consolidação e declínio de grandes potências1. Introdução e Instituições Domésticas, Sistema Internacional e DesenvolvimentoOs países são livres para escolher suas trajetórias de desenvolvimento ou sua posição internacional impacta as opções disponíveis para a promoção do progresso material? Os planos doméstico e internacional são muitas vezes analisados separadamente nos estudos relativos ao desenvolvimento. Enfatizamos aqui a necessidade de conciliar essas duas dimensões em tal área do conhecimento.2. Coordenação Econômica GlobalA tradicional divisão de trabalho entre o Norte industrializado e o Sul subdesenvolvido foi posta em xeque com a ascensão das potências emergentes, notadamente na Ásia. Porém, como a coordenação econômica internacional respondeu a esse processo? Para responder à questão, exploramos o papel de organizações como o Banco Mundial e o FMI, além do G-20 financeiro.3. Variedades de Capitalismo: O Modelo LiberalAs economias de mercado liberais (LMEs) têm menor proteção estatal a direitos sociais. Isso reduz ou aumenta sua competitividade? Analisamos as reformas liberalizantes nos Estados Unidos e Reino Unido nos anos 1980 e 1990 e suas consequências posteriores.4. Variedades de Capitalismo: O Modelo CoordenadoPor sua vez, as economias de mercado coordenadas (CMEs) teriam um papel mais ativo do Estado nas relações econômicas. Mas tal característica as torna menos competitivas? Exploramos a questão com foco nos casos de Alemanha e Japão, os dois paradigmas para esse formato de capitalismo.5. Outras Variedades e o Capitalismo de EstadoRecentemente surgiram tentativas de expandir a tipologia das variedades, como é o caso da ideia de economias de mercado hierarquizadas (HMEs), com empresas familiares fortemente associadas ao Estado. Discutiremos as diferenças desses modelos em relação às CMEs à luz do recente debate sobre Capitalismo de Estado.Parte II – Estudos de Caso6. Leste AsiáticoA proximidade entre empresas e o Estado sempre resulta em rent-seeking e outros comportamentos predatórios? O caso da Coreia do Sul desafia tal conclusão. 7. América LatinaNesse continente, porém, as parecerias entre Estado e capital privado parecem ter sido menos virtuosas. Com base no conceito de desenvolvimento dependente aplicado ao Brasil dos anos 1970 e comparações com o Leste Asiático, procuramos elucidar esse quebra-cabeça.8. Leste EuropeuAs experiências socialistas no pós-Guerra Fria foram totalmente malsucedidas? Uma comparação entre Polônia e Rússia nos anos 1990 e 2000 sugere que uma combinação de fatores domésticos e exteriores explicam trajetórias distintas de desenvolvimento na transição para uma economia de mercado.9. ChinaCrescimento por demanda externa ou interna? O modelo asiático teria sido caracterizado pelo primeiro enquanto o segundo teria predominado na América Latina e no Leste Europeu. Porém, a China dos anos 1980 desafia essa dicotomia.10. Sudeste AsiáticoPouco se discute no Brasil a experiência de nações como Indonésia e Vietnã. Com um legado de regimes autoritários e industrialização incipiente, esses países se beneficiaram de sua localização geográfica e redes de imigrantes do Leste Asiático à medida que liberalizaram suas economias.11. ÍndiaDa autarquia à liberalização paulatina: a maior democracia do mundo desafia a lógica da correlação entre desenvolvimento econômico e a evolução das instituições políticas. Na Índia, o sufrágio universal precedeu a industrialização, complicando o argumento de que regimes autoritários são necessários para promover o desenvolvimento.Parte III – Implicações Domésticas e Internacionais do Desenvolvimento12. O Modelo EndógenoEstudos mostram que, ao atingir uma determinada renda média, um país torna-se uma democracia, com eleições livres e competitivas e sufrágio universal. 13. Qual Riqueza das Nações?O tradicional foco dos Estudos de desenvolvimento eram os Estados. Como avaliar o desenvolvimento dos indivíduos/cidadãos em democracias e regimes autoritários com diversos níveis de desenvolvimento? A desigualdade importa mais que renda média? Ou o que prevalece é o poder estatal no sistema internacional?14. Conclusão: Desenvolvimento além das InstituiçõesMais do que Instituições Políticas adequadas, o Desenvolvimento talvez dependa de Relações Sociais que colocam Estado, Sociedade e Mercado em sinergia. Como dar conta dessa complexidade? A economia tem uma dinâmica social cujo entendimento é essencial em períodos de grande transformação.
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