A disciplina propõe um estudo transdisciplinar da performance como dispositivo de questionamento das identidades de gênero e construções relacionados à sexualidade e como instrumento de mobilização política (artivismo). Vincula a produção acadêmica com a artística, possibilitando o desenvolvimento da reflexão crítica sobre arte, política e sexualidade e a criação artística dos alunos participantes.
O programa divide-se em três unidades distantes. A primeira unidade trata da revisão dos trabalhos mais atualizados sobre performance, gênero e artivismo, fornecendo subsídios teóricos e artísticos para que os/as participantes reflitam criticamente sobre esses temas. A segunda unidade trata da cena contemporânea e consiste na análise de produções artísticas relacionadas aos objetivos da disciplina. A terceira unidade é dedicada à produção artística dos participantes.
Unidade I – Perspectivas transdisciplinares sobre performance, gênero e artivismo • As perspectivas do corpo e dos gêneros na contemporaneidade: Teoria Queer, Teoria King Kong, Manifesto Ciborgue e Manifesto Contrassexual • O arquivo e o repertório: a performance como leitura da contemporaneidade • Performance e sexualidade: a performance queer e feminista na cena contemporânea • Performance e manifestação política: artivismo e dispositivos disparadores do pensamento crítico e das formas de mobilização Unidade II – Gênero e artivismo na cena contemporânea • Corpo e esfera pública: as coralidades performativas • Utopias contemporâneas • Performance, tecnologia e espaço • Urbanidade, cosmopolitismo e performance Unidade III – Expressão em performance e artivismo
AUSLANDER, Philip. From acting to performance. Londres, Routledge,1997. BENEDETTI, Marcos. “Aventuras antropológicas pelo universo trans”. Toda feita. O corpo e o gênero das travestis. Rio de Janeiro: Garamond, 2005. BUTLER, Judith. “Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do sexo”. In: LOURO, Guarcia Lopes (org.). O corpo educado. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2001, pp. 151-172. BUTLER, Judith. “Fundamentos contingentes: o feminismo e a questão do pós-modernismo”. Cadernos Pagu, n. 11, pp. 11-42, 1998. BUTLER, Judith. Problemas de Gênero. Feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. BUTLER, Judith. Relatar a si mesmo. Crítica da violência ética. Rio de Janeiro: Autêntica, 2015. COHEN, Renato. Performance como linguagem. São Paulo, Perspectiva, 1995. COLLING, Leandro; SANTOS, Matheus Araújo. "O corpo intersex e a politização do abjeto em XXY". Intertexto. Porto Alegre: UFRGS, v. 2, n. 25, 2011, pp. 234-250. DELEUZE, Gilles. Sacher-Masoch. O frio e o cruel. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009. DELEUZE, Gilles; GUATTARRI, Félix. “Como criar para si um corpo sem órgãos”. Capitalismo e Esquizofrenia. Vol 3. São Paulo: Editora 34, 1996. HARAWAY, Donna. “Manifesto ciborgue: ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX”. In: SILVA, Tomaz T. (org). Antropologia do ciborgue: as vertigens do pós-humano. Ed. Autêntica, Belo Horizonte, 2000. MONTAIGNE, Michel Eyquem de. Ensaios. Tradução de Sergio Milliet, 2a .ed. Brasília: UnB; Hucitec, 1987. MORENO, Newton. A Máscara Alegre Contribuições da Cena Gay para o Teatro Paulista. Sala Preta (USP), v. 2, p. 36-50, 2002. SCHECHNER, Richard. Performance studies. An Introduction. Londres e Nova York, Routledge, 2003. SCHECHNER, Richard. Performance Theory. Nova York e Londres, Routledge,1988. SCOTT, Joan. “Gênero: uma categoria útil de análise histórica”. Educação e Realidade. pp. 71-99, jul./dez., 1995. TAYLOR, Diana. O arquivo e o repertório. Performance e memória cultural nas Américas. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2016.