(I) Capacitar os discentes a pensarem a ecofisiologia marinha como uma ciência experimental e histórica a fim de que possam analisar criticamente conceitos fundamentais na área; (II) estimular uma apreciação integrativa, transdisciplinar e multidimensional da diversidade fisiológica, das perspectivas evolutiva e ecológica à uma prognóstica diante do clima em câmbio acelerado; e (III) familiarizar os alunos a um projeto de pesquisa em ecofisiologia marinha, do planejamento e análise laboratorial à discussão dos achados.
1. Princípios e conceitos fundamentais em ecofisiologia e fisiologia comparativa/evolutiva em organismos marinhos; 2. Evolução fisiológica e diversificação de habitats; 3. Padrões comparativos e filogenéticos da homeostase sistêmica e celular em animais marinhos; 4. Ecofisiologia das mudanças climáticas, susceptibilidade e saúde em ambientes marinhos; 5. Planejamento e execução de um projeto ecofisiológico e experimental em crustáceos e corais.
1. Reflexão conceitual crítica em ecofisiologia marinha: relação estrutura-função, homeostase, aclimatização, adaptação e filogenia. 2. O pensamento comparativo na ecofisiologia marinha: importância da filogenia; evolução da função e processos evolutivos; programa adaptacionista; ocupação de ambientes extremos. 3. Processos ecofisiológicos em animais marinhos: a) Fisiologia térmico-metabólica: tolerância térmica dependente de oxigênio; mecanismos anti-congelamento em animais polares; tolerância à hipóxia em animais mergulhadores; b) Fisiologia osmorregulatória: padrões de regulação osmótica e iônica; mecanismos de captação e secreção de sal em mar aberto e estuários; terrestrialização em animais do entre-marés. c) Fisiologia de animais fotossintetizantes: evolução da fotossimbiose animal; compromissos corpóreos e conflitos funcionais da aquisição da fotossíntese; assimilação e transferência de nutrientes. 4. A ecofisiologia diante de impactos antrópicos: aquecimento e estresse térmico na fisiologia de animais marinhos; efeitos fisiológicos da acidificação dos oceanos; biomarcadores de impactos globais e locais. 5. Prática experimental: avaliação dos efeitos da temperatura no branqueamento (corais recifais) e da salinidade na regulação osmótica (caranguejos do entre-marés).
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