O curso aborda a comunicação a partir da experiência estética e suas formas de discurso. Expressando e ao mesmo tempo sendo expressão das visões de mundo que norteiam as culturas humanas, a música é relacionada com outras linguagens artísticas e outros saberes, como a filosofia, a história, a literatura, o cinema, o teatro etc. O curso é composto de temas nucleares que vão sendo paulatinamente contrapostos, comparados e conectados, permitindo reflexões baseadas não apenas no conhecimento cumulativo, mas no estabelecimento criativo de sinapses e redes significativas.
A disciplina CCA 315 - Música: Comunicação e Experiência Estética é notadamente interdisciplinar: tendo como ponto de partida a música enquanto experiência (estética e cultural), visa o estabelecimento de interfaces significativas entre as várias formas de comunicação e conhecimento. Por não ter um viés estritamente técnico, permitirá a participação e interação de uma grande gama de alunos da ECA e de outras unidades, propiciando-lhes um diálogo mais intenso e reflexões com horizontes mais amplos. Pretende igualmente oferecer aos alunos da ECA uma ponte entre as suas diversas áreas de atuação.
• Comunicação e experiência estética • Trágico, lírico e épico: questões de tempo e de espaço • História e mito: tempo cíclico, tempo evolutivo, eterno retorno• Memória e esquecimento: proximidade e distanciamento• O hiato e a criação • Certeza e ambigüidade • Formalismo, conteudismo, relativismo• Conflito e harmonia dos opostos: o sublime e o grotesco • Paradoxos: o sinistro, o estranho, o duplo • Condensações, deslocamentos, simultaneidades, fusões• Apolo/Dionísio, Parmênides/Heráclito, Aristóteles/Platão • Queda e ressurreição, caos e ordem • Música, drama, imagem e poesia • A poética do silêncio• Óticas discursivas: classicismo, romantismo, modernismo • Transcendência, imanência, niilismo: o aquém e o além• Direção, transformação e paralisia
BIBLIOGRAFIA (serão adotados estes ou outros livros de acordo com a dinâmica do curso) 1. FilosofiaAGOSTINHO, Sto. “Confissões” in: Sto. Agostinho - Os Pensadores, Abril Cultural, São Paulo, 1980. BERGSON, H. “Introdução à Metafísica”, in: Bergson, Bachelard - Os Pensadores, Abril Cultural, são Paulo, 1974..“O Pensamento e o Movente”, in: Bergson, Bachelard - Os Pensadores, Abril Cultural, São Paulo, 1974. BORGES, J. L. História da eternidade, Globo, Rio de Janeiro, 1982. MARCONDES, D. Textos básicos de filosofia – dos pré-socráticos a Wittgenstein, Rio de Janeiro: Zahar, 2000. MATOS, O. C. F. A escola de Frankfurt – luzes e sombras do iluminismo, São Paulo, Moderna, 2001 POPPER, K. Autobiografia intelectual, Cultrix/Edusp, São Paulo, 1977. SCHÜLER, D. Heráclito e seu (dis)curso, Porto Alegre, L&PM, 2000.STRAUSS, L. “A Ciência do Concreto”, in: O pensamento selvagem, São Paulo: Papirus, 1989.. Antropologia estrutural, Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1996, 5ª Ed. . De perto e de longe, São Paulo, CosacNaify, 2005.TRINGALI, D. Introdução à retórica, São Paulo, Duas Cidades, 1988. 2. EstéticaALBRIGHT, D. Untwisting the serpent - modernism in music, literature, and other arts, London, University of Chicago Press, 2000. BAKHTIN, M. Problemas da poética de Dostoievski, Rio de Janeiro, Forense Universitária, 1997. BOSI, A. O ser e o tempo da poesia, Cultrix/Edusp, São Paulo, 1977. BOUCOURECHLIEV. A. Beethoven, Antoni Bosch, Barcelona, 1980. CHEKHOV, M. Para o ator, Martins Fontes, São Paulo, 1986. DEWEY, John. Art as experience, London: Penguin (Perigee), 1934 (2005);EINSENSTEIN, S. “O Princípio Cinematográfico e o Ideograma”, in: Ideograma, Haroldo de Campos (org.), Edusp, São Paulo, 1994. GOETHE, J. W. Escritos sobre arte (“Sobre Laocoonte”), Humanitas/Imprensa Oficial, 2005. HUGO, V. Do grotesco e do sublime, Perspectiva, São Paulo, s.d. JAMESON, F. As marcas do visível, Rio de Janeiro, Graal, 1995. KUNDERA, M. A arte do romance, Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1988. LESSING, G. E. Laocoonte ou sobre as fronteiras da pintra e da poesia, São Paulo, Iluminuras, 1998. LOBO, L. Teorias poéticas do romantismo (em especial: “Da Literatura”, 1800, Mme Staël), Porto Alegre, UFRJ/Mercado Aberto, 1987PAREYSON, L. Os problemas da estética, São Paulo, Martins Fontes, 1989POE, E. A. “A Filosofia da Composição”, in: Poemas e ensaios, Globo, Rio de Janeiro, 1985.PAZ, O. Claude Lévi-Strauss ou o novo festim de Esopo, São Paulo, Perspectiva, 1977. ROSENFELD, A. Texto/Contexto, São Paulo, Perspectiva, 1976. . O teatro épico, São Paulo, Buriti, 1965. SEINCMAN, E. Estética da Comunicação Musical, São Paul, Via Lettera, 2008. STEINER, G. “O Poeta e o Silêncio”, in: Linguagem e silêncio - ensaios sobre a crise da palavra, Cia. das Letras, São Paulo, 1988.SCHORSKE, C. E. Viena fin-de-siecle – política e cultura (“Política e Psique: Schnitzler e Hofmannsthal, São Paulo/Campinas, Cia das Letras/Edunicamp, s.d. TRINGALI, D. A arte poética de Horácio, São Paulo, Musa, 1994.