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Júpiter - Sistema de Gestão Acadêmica da Pró-Reitoria de Graduação


Escola de Comunicações e Artes
 
Jornalismo e Editoração
 
Disciplina: CJE0395 - Cultura e Literatura Brasileira: Colônia
Brazilian Culture and Literature: Colony

Créditos Aula: 4
Créditos Trabalho: 2
Carga Horária Total: 120 h
Tipo: Semestral
Ativação: 01/01/2017 Desativação:

Objetivos
Apresentação de elementos para a formação de um método crítico de avaliação do texto escrito, tanto literário como não-literário.  Formação de uma atividade disciplinada e sistemática para ler, analisar, entender e interpretar o texto, com ênfase na apreciação do texto artístico. Exercícios de leitura voltados para a formulação de uma noção de valor da produção escrita, que possa orientar o julgamento e a avaliação de diversas espécies de textos. Desenvolvimento da idéia de que o crítico literário é aquele que ensina a ler; e da noção de que ler bem equivale a explorar as diversas camadas de significação de um texto, segundo a poética implícita dele próprio. Consolidar e desenvolver o pressuposto de que o texto escrito (literário ou não) é parte do discurso social de sua época, não necessariamente subordinado às coordenadas culturais do tempo, mas intercalado a um segmento maior de discurso, que será estudado como a poética cultural do período. 
Fornecer elementos essenciais para o conhecimento da evolução da cultura literária produzida no Brasil Colônia, desde o século XVI até o século XVIII, com vistas a formar um leitor consciente e apto a se posicionar corretamente diante de textos de épocas diferentes de seu tempo e, também, diante de textos de sua própria época. Paralelamente, serão postos em destaque o modo de veiculação da cultura literária nos diferentes períodos da formação do sistema que possibilita tal veiculação, em contínuo paralelo com os diversos modos de impressão e divulgação de textos literários ao longo da história da cultura, entendida como parte de um discurso maior, que é o discurso sócio-cultural.
Ps. A produção do século XIX será examinada na disciplina Cultura e Literatura Brasileira II; a do século XX, nas disciplinas Língua Portuguesa I e II (Teoria e Prática do Texto).
 
 
 
Docente(s) Responsável(eis)
1017463 - Jean Pierre Chauvin
1161792 - José de Paula Ramos Júnior
 
Programa Resumido
Noção de discurso social e discurso literário, interação entre ambos. Caracterização das particularidades estilísticas dos diversos períodos históricos do discurso literário, com destaque para sua função social nos respectivos períodos. Assim, será descrita a produção literária do século XVI, do XVII e do XVIII, com os respectivos nomes convencionais: Literatura de Informação e de Formação, Barroco e Arcadismo.
 
 
 
Programa
1. Conceito de literatura, a partir de Aristóteles (cap. I da Poética) e de Jonathan Culler (cap. II de Teoria Literária). Dualidade interpretativa: o método hermenêutico e o método retórico-poético ("Hermenêutica, Retórica e Poética nas Letras da América Portuguesa", Revista USP, Nº 50; Culler, cap. IV). Opção pela segunda hipótese. Leitura e discussão do ensaio "Literatura como Imaginário: Introdução ao Conceito de Poética Cultural" (Revista Brasileira, Academia Brasileira de Letras, Fase VI, out./nov./dez. 2003, Ano IX,  Nº 37. Leitura "O Corvo", de Edgar Allan Poe, para discutir a noção de experiência com o texto literário. 


2. Noção de teoria, como sistematização da dúvida e como o esforço de formulação de pressupostos que, partindo de determinada área do saber, possam ser aplicadas à outra. A distinção entre o natural e o cultural. A idéia do "natural" como dispositivo ideológico de legitimação do discurso que oculta seu verdadeiro interesse. Cap. I de Teoria Literária, de J. Culler.

3. O debate em torno da noção de identidade, de identificação e de sujeito. A literatura e a invenção da noção de indivíduo no final do século XVIII, por meio do romance inglês com personagens femininas. O eu empírico e o eu da literatura. Os processos culturais responsáveis pela criação do eu: o desejo e a identificação (Cap. VIII de J. Culler).

4. Estrutura do texto literário: diferença entre poesia e prosa. Poesia: noção de linguagem poética, ritmo, rima, verso, estrofe. Gêneros literários: épico, lírico, dramático. Prosa: noção de narrativa. Noção de estrutura e de seus componentes: enredo, personagens, espaço, tempo. Os três gêneros do discurso segundo Aristóteles: epidítico, judicial e deliberativo. Leitura do capítulo III do Livro I da Retórica de Aristóteles.

5. Como ler uma página? Diferença entre entendimento e interpretação; tema e assunto. Exercícios a partir de pequenos fragmentos de grandes textos da tradição cultural européia, extraídos de clássicos da História, da Política, da Teologia, da Filosofia e da Literatura.

6. Relações da cultura européia com a cultua americana. Existe uma cultura americana ou esta não passa de transposição de estruturaras européias para o ambiente local? Discussão sobre o local e o universal, o nacional e o global. O indivíduo pensa ou o sistema o faz por ele? Noção de estrutura aplicada ao texto como meio de comunicação social. Investigação das possíveis reações do indivíduo diante da estrutura do texto consagrado pela norma culta. A idéia de valor cultural ou artístico: o valor reside no objeto, no sujeito ou na relação entre sujeito e objeto? Quais as condições para que um texto adquira valor? Como aferir o valor de um texto?

7. Cronologia literária na América Portuguesa: séc. XVI, XVII e XVIII. Noção canônica de Barroco por meio de textos de Manuel Botelho de Oliveira (Música do Parnaso, 1705). Leitura comentada de textos: a orientação gongórica e a quevedista. Pequeno trecho de Pe. Antônio Vieira. O caso Gregório de Matos. Leitura de "O Engenhoso Fidalgo Manuel Botelho de Oliveira" (Revista USP, Nº 50). São Salvador da Bahia: primeira capital do Brasil. Quem escrevia e quem lia na sociedade dos grandes engenhos seiscentistas? Como o Brasil conseguiu formar uma sociedade letrada sem imprensa e sem faculdade? Como se veiculava a arte escrita na época do Açúcar? Qual a função do manuscrito da Bahia desse período?

8. O Iluminismo ou Ilustração como fim do Antigo Regime e início da Era Contemporânea. Há um Iluminismo democrático? Noções fundamentais do pensamento de Locke, Rousseau e Voltaire para a formação do repertório setecentista. A transferência da capital do Brasil da Bahia para o Rio de Janeiro. O ciclo do ouro e a poesia neoclássica. O letrado de Minas Gerais e suas relações com a Europa. O Brasil diante da Ilustração européia: as relações do Marquês de Pombal (1750-1777) com a literatura e com as artes de seu tempo. O Despotismo Esclarecido de orientação católica. Relações de Portugal com a Ilustração européia. Relações da independência norte-americana com o Iluminismo europeu. A posição de D. Maria I diante das reformas Pombalinas. Os poetas da Inconfidência Mineira.

9. Leitura comentada de um poema importante do século XVIII brasileiro: O Uraguay (1769), de José Basílio da Gama. Alusão aos demais poetas do período árcade ou neoclássico no Brasil: Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Silva Alvarenga, entre outros.
 
 
 
Avaliação
     
Método
Exposição oral do professor, seguida de leituras de textos literários dos autores e de textos críticos consagrados sobre os mesmos. Discussão acerca do confronto entre a percepção do aluno e a visão do crítico escolhido como apoio para o questionamento da leitura.
Critério
a) Duas Provas: quatro questões dissertativas. Valor: 4,0 (quatro) pontos – cada atividade. b) Trabalho de aproveitamento: produção audiovisual (cartaz, leitura dramatizada, releitura de obra, paródia, podcasting etc) ou uma dissertação analítico-crítica sobre tema relacionado ao programa da disciplina (incluindo a aula ministrada pelo Professor Convidado). Valor: 2,0 (dois). c) Autoavaliação discente – Opcional. d) Efetiva participação em aula: 0,5 (meio) ponto extra acrescido à Média. e) Média = soma dos resultados obtidos [Duas Provas + Trabalho + Participação em Aula]. f) Frequência = calculada sob a forma de porcentagem.
Norma de Recuperação
Nova oportunidade de trabalho escrito, de prova teste ou de prova oral, mediante exposição de assunto previamente combinado.
 
Bibliografia
     
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