Aprofundar o trabalho iniciado no semestre passado (em Contraponto I) propiciando condições para que os/as alunos/as desenvolvam atividades práticas, reflexivas e criativas, relacionadas com as formas de pensamento musical que lidam com texturas polifônicas. Mantendo a perspectiva decolonial e antirracista que objetiva superar as abordagens tecnicistas e os paradigmas eurocêntricos, serão abordados e analisados repertórios diversificados com ênfase na produção musical brasileira que inclui as músicas tradicionais e populares das várias regiões do Brasil, a produção experimental, a música contemporânea, as práticas de improvisação etc. O objetivo é continuar a pensar a polifonia no contexto mais amplo da dimensão textural e em suas relações com a criação, a prática e a escuta enfatizando a realização de trabalhos criativos e experimentais em que a polifonia e o contraponto aparecem como recurso para a composição individual e coletiva. Mantem-se do semestre anterior o objetivo de dotar os/as alunos/as de capacidade crítica para discutir e avaliar os aspectos contextuais (sociais, históricos e geográficos) que condicionam a criação musical e as diversas metodologias de análise que extrapolam as dimensões estritamente musicais. Contraponto como metáfora para jogo, conversa, interação: improvisação livre e comprovisação.
Relações entre o pensamento vertical e o pensamento horizontal. Fundamentação harmônica para as diversas práticas contrapontísticas modais, tonais, atonais. Pensando o contraponto de camadas: por uma polifonia de eventos sonoros: diversidade ou unidade (heterogeneidade ou homogeneidade) de materiais, identidade de cada linha ou acontecimento (frase com notas, figuras, objetos sonoros, evento), independência ou interdependência, gradações, temporalidades (tempos convergentes ou divergentes, lisos ou estriados). Escuta de repertório abrangente, diversificado e variado. Sistematização do contraponto a partir dos repertórios examinados. Exercícios de estilo e exercícios experimentais. Contraponto na música eletroacústica. Contraponto como ferramenta da composição e de arranjo. Contraponto e texturas polifônicas na música gravada. Contraponto e improvisação (em vários estilos e territórios musicais). Contraponto no estúdio. Recursos de gravação, edição e montagem.
Escuta, apreciação e análise de polifonias em repertórios variados: MPB, Jazz, músicas tradicionais não ocidentais, música erudita europeia, música eletroacústica, música pop etc. Leitura de textos críticos e reflexivos sobre o ensino de teoria e contraponto. Exercícios de estilo, a partir dos diversos repertórios examinados. Invenção de ferramentas de análise. Contraponto livre e imitativo. Trabalhos colaborativos. Exercícios de improvisação com materiais determinados. Improvisação livre.
FUX, J.J. - The Study of Counterpoint, New York, W.W., Norton & Company, 1975. BENJAMIN, Thomas, The Craft Of Modal Conterpoint, Schirmer Books, New York, 1979. MOLINA, Sergio, Música de Montagem. A Composição de Música Popular no Pós-1967, É Realizações Editora, São Paulo, 2018. ALMADA, Carlos, Contraponto em Música Popular: Fundamentação Teórica e Aplicações Composicionais, Ed. UFRJ, Rio de Janeiro, 2013. NEELY, Adam, Music Theory and White Supremacy, https://www.youtube.com/watch?v=Kr3quGh7pJA EWELL, Philip, Music Theory and White Racial Frame, MTO - A Journal of the Society for Music Theory. SANTOS, Jorge Luiz, Artigo sobre textura Baseado em Wallace Berry – Simpom. COSTA, Rogério – Orquestra Errante: uma prática musical entranhada na vida. Revista Música.