As disciplinas de "Composição" (I a IV) tem ênfase na prática da escrita musical, com maior destaque para aspectos poéticos e abordagem de conceitos que permeiam a prática da criação e invenção musical ao longo do séc. XX e XXI. Continuam os objetivos gerais de: 1. Dar condições ao aluno de desenvolver projetos próprios e coletivos de composição musical, circunscrito à escrita musical acústica e eletroacústica. 2. Dar ênfase ao contato do aluno com técnicas composicionais diversas que permearam a música do séc. XX e XXI. 3. Realização de projeto composicional em obra para conjunto instrumental livre, em que técnicas e materiais da escrita musical recente sejam contemplados. Aulas de acompanhamento e problematização de projetos individuais dando a esta forma de acompanhamento um aspecto coletivo que permita aos outros alunos da turma a acompanharem os trabalhos individuais de seus colegas bem como as estratégias de leitura empregadas pelo professor.
O curso visa apresentar em teoria e prática noções de escrita musical contemporânea, com fundamentação histórica, funcional, estrutural, dinâmica, perceptiva e generativa. Além dos aspetos de poética composicional e composição como prática coletiva e individual. Os principais aspectos abordados serão: Escritas do tempo na música do séc.XX Escolha e construção (mise-en-forme) do material
No que tange às Escritas do tempo na música do séc.XX serão trabalhadas as ideias de compositores como : Messiaen (tempo-eternidade-aevum) ; Xenakis (fora-do-tempo, temporal e no-tempo) ; Boulez (liso e estriado) ; Grisey (tempo liminar) ; Stockhausen (forma momento) ; Ferneyhough (tactilidade do tempo) ; Vaggione (micro-tempos) Ao longo das aulas serão trabalhadas propostas individuais e coletivas de composição conforme temática do semestre, acompanhadas de análise de obra que tomam por repertório base: Stockhausen - Klavierstück VIII e Momente Xenakis – Analogique A e B e Pithoprakta Ferneyhough – Mnemosine Berio – Circles e O King Willy Correa de Oliveira - Instantes Aspectos como escolha de material e constituição da forma como horizontalidade, verticalidade, sobreposição e profundidade, linearidade, dispersão/foco, luminosidade, volume, rugosidade, colorido elasticidade, serão abordados não apenas nestas composições como em estudo da construção da forma (mise-en-forme) dos objetos musicais, pensando a música como grande objeto musical em modulação e justaposição.
BOULEZ. P.. Penser la musique aujourd’hui. Paris: Seuil. 1968. DELEUZE, J.Pierre. Les écritures musicales - Recherche et enseignement basés sur les pratiques compositionnelles. Paris: Mardaga, 2007. FERNEYHOUGH, Brian. “The tactility of time”. Perpectives of new Music, v.31, no.1. Seattle: Univ. of Washington, 1983.Vaggione, Horacio. “On object-based composition” In: O. Laske (Ed.) Composition Theory, Interface-Journal of new music research 20 (3-4). Ghent: Ipem. 1991. Versão francesa disponível em: FERRAZ, S.. “Pequena trajetória do tempo musical”. NASCIMENTO, Guilherme (org.) Diálogos com o som. Belo Horizonte: EdUEMG. 2014. http://www.ars-sonora.org/html/numeros/numero02/02e.htm KRAMER, David. The time of music. Nova York: Schirmer. 1988. MESSIAEN, Olivier. Techniques d mon langage musicale Paris: Leduc. 1942. [trad.port. Silvio ferraz] MESSIAEN, Olivier. Traité de rythme, de couleur et d’ornithologie (1949-1992). Tome I-VIII. Paris: Leduc., 1994. ROADS, Curtis. Microsounds. Massachussets: MIT Press. 2001. SOURIS, A.. “Notes sur le rythme concret”. Polyphonie, revue musicale trimestrelle: le rythme musical. Paris: Richard Masse Editeurs, Deuxième Cahier, 1948. [trad. Port. Ferraz, Silvio. 2019] VICTORIO, Roberto. Música ritual Bororo e omundo mítico sonoro. Cuiabá: UdUFMT. 2016. XENAKIS, Iannis. Formalized Music. NY: Pendragen Press. 1992. Revistas: Contemporary Music Review. Cambrige: Harvard Acad Press. Musique en Jeu. Paris: Seuil. Contrechamps. Paris: L’age d’Homme. Perspectives of New Music Princeton: From Music Fond.