O principal objetivo do estudo da Percepção Musical é aprimorar e intensificar a percepção de estruturas musicais. A importância desse estudo está associada ao fato dessa prática constituir tanto um subsídio como uma finalidade do estudo da análise musical. E a composição, a análise musical e a interpretação são processos intrinsecamente interdependentes e auxiliares. Estabelecem um relacionamento de troca de informações imprescindível, mantenedor de sua sustentação, permanência e renovação. A percepção do planejamento, da estrutura, da lógica e do padrão sonoro de uma obra musical intensifica a compreensão e a apreciação do ouvinte. Assim sendo, o sucesso de um músico é inevitavelmente limitado e regulado por sua habilidade de escuta.O estudo da Percepção Musical reporta-se: (1) ao treino da percepção auditiva – um estudo concreto que desenvolve a capacidade humana de se obter uma consciência e uma compreensão clara das estruturas musicais; (2) ao treino da leitura à primeira vista cantada – que incita o aumento da capacidade de criação de imagens auditivas; e (3) à ampliação do universo rítmico do aluno através da compreensão do movimento da rítmica musical e da independência de movimentos corporais. Objetivos específicos:O objetivo da disciplina Percepção Musical VIII é finalizar o processo de treinamento da audição e de execução iniciado durante o curso da disciplina Percepção I e desenvolvido pelos módulos intermediários. Foca o repertório composto durante o século XX. Ou seja, o processo de desenvolvimento auditivo foi organizado em oito módulos, formulados em um grau crescente de dificuldade, a partir de peças escolhidas do repertório que se estende da Idade Média ao século XX, através da execução dos exercícios descritos no campo Conteúdo.
1) a leitura à primeira vista intervalar cantada e a identificação pela audição: de passagens que integram obras compostas durante o século XX; de melodias atonais que privilegiam o uso dos seguintes intervalos, em ordem crescente de dificuldade: 2m, 2M, 4J, 5J, 3M, 3m, trítono, 6m, 6M, 7M, simples e compostos; de conjuntos de alturas.(2) a ampliação do universo rítmico com base no desenvolvimento: de leituras rítmicas escritas a duas vozes; da peça Viola - violão; da Canção em 9 (para piano ou cravo); do Exercício em 9/16; de Leituras em 12/16 e Leituras em 15/16; de Exercício alternando 2/4 em dois compassos 15/16, de Exercício alternando 2/4 e 5/16 e de Estudos com mudanças de andamento. A realização do trabalho rítmico é ampliada através de execuções que fazem uso de instrumentos.
Bibliografia principal: EDLUND, Lars. Modus novus: Studies in reading atonal melodies. Stockholm: AB Nordiska, 1963. Cap. 7-12. FRIEDMANN, Michael L. Ear Training for Twentieth-Century Music. NH: Yale University Press, 1990. Parte 2. GRAMANI, José Eduardo. Rítmica viva: A consciência musical do ritmo. SP: Editora da Unicamp, 1996. Parte 3. Bibliografia complementar: McADAMS, Stephen & BIGAND, Emanuel. Thinking in Sound: The Cognitive Psychology of Human Audition. 2nd. Ed. Oxford: Oxford University Press, 2001. HERDER, Ronald. Tonal/atonal: Progressive ear training, singing and dictations studies in diatonic, chromatic and atonal music. NY: Continuo Music Press, 1973. BOULEZ, Pierre. A música hoje 2. SP: Editora Perspectiva, 1992.