O objetivo deste curso é abordar de forma prática e teórica a improvisação musical nos vários ambientes histórico-geográficos em que ela ocorre. Num primeiro momento trata-se de compreender a natureza deste processo criativo em que o pensamento musical se dá em tempo real e, na maior parte das vezes, em ambientes interativos. Será examinada a importância deste tipo de atividade para o desenvolvimento da linguagem através da história da música ocidental desde antes do surgimento da notação até sua utilização na música contemporânea assim como seu papel no funcionamento dos idiomas musicais étnicos.
1. Conceituação de improvisação: pensamento musical e interação em tempo real.2. Uma pequena introdução histórica. O surgimento da notação e a separação entre intérprete e compositor. A idéia de escritura e de nota.3. A improvisação em contextos idiomáticos (música étnica, o blues, o jazz etc). As regras idiomáticas implícitas: a idéia de jogo com regras.4. A improvisação livre e a idéia de jogo sem regras: o intérprete criador. A criação musical a partir do som e seus dinamismos. Música empírica.5. A improvisação na música contemporânea: como ferramenta composicional e como recurso formal. Música aleatória, indeterminação e improvisação.6. A figura, o gesto e a textura na improvisação. 7. A improvisação e as estratégias de educação musical.
1.AEBERSOLD, Jamey (1992). Como improvisar e tocar jazz, Jamey Aebersold, New Albany.2.BAILEY, Derek (1993), Improvisation, its nature and practice in music, Da Capo Press, Ashbourne, England.3.BERLINER, Paul F. (1994),The infinite art of improvisation, The university of Chicago Press, Chicago and London.4.BERENDT, Joachim E. (1975). O Jazz, do Rag ao Rock, Perspectiva, S.Paulo.5.BERIO, Luciano (1998), Entrevista sobre a música contemporânea, realizada por Rosana Dalmonte, Ed. Civilização Brasileira.6.BOULEZ, Pierre (1995). Apontamentos de aprendiz, Ed. Perspectiva, São Paulo, SP.7.COOK, Nicholas (1992). A guide to musical analyses, W.W. Norton & Company, Inc, New York – London.8.COSTA, Rogério Luiz Moraes (2000), Suite Improviso- A construção da improvisação:composição e interpretação em práticas interativas, dissertação de mestrado apresentada à ECA-USP, orientador Prof. Dr. Marco Antonio da Silva Ramos, São Paulo.9.COSTA, Rogério Luiz Moraes Costa (2003), O músico enquanto meio e os territórios da livre improvisação, tese de doutorado apresentada à PUC-SP, orientador Prof. Dr. Silvio Ferraz. 10.ECO, Humberto (1976). A Obra Aberta, Ed. Perspectiva, São Paulo.11.EIMERT , Herbert (1959). The composer’s freedom of choice, in Die Reihe, Theodore Presser C.O., Brin Mauer, vol: Musical Craftmanship, Pensilvania. 12.FERAND, Ernest T, Improvisation in 9 centuries of western music, in Anthology of Music, Arno Volk Verlag Hans Gerig KG, Cologne.13.GARDNER, Howard (1994). Estruturas da mente: A teoria das inteligências múltiplas, Artes médicas, Porto Alegre, RGS.14.GLOBOKAR, Vinko (1970). Ils improvisent..improvisez...improvisons in Musique en Jeu, Editions du Seuil, vol. 6, Paris.15.GLOBOKAR, Vinko (1970). Réagir, in Musique en Jeu, Editions du Seuil, vol. 1, Paris.16.HUIZINGA, Johan, (1993), Homo Ludens, Ed. Perspectiva, São Paulo, SP.17.IAZZETTA, Fernando (1996), Sons de silício: corpos e máquinas fazendo música, tese defendida no departamento de comunicação e semiótica da PUC/SP. 18.IAZZETTA, Fernando (1993), Música, processo e dinâmica, Annablume, São Paulo, SP.19.JAIRAZBHOY, Nazir A (1980). – verbete Improvisation do dicionário musical The New Grove Dictionary of music and Musicians, Macmillan, pg. 30, London.20.MUNTHE, Christian (1992), Vad är fri improvisation, in Nutida Musik, n.2, pg. 12 a 15, Estocolmo.21.NETTL, Bruno (1974). Thoughts on improvisation: a comparative aproach, in The Musical Quaterly, G. Schirmer Inc., vol. LX, no. 1, jan, New York.22.NETTL, Bruno (1985). Música folklórica y tradicional de los continentes occidentales, Alianza Editorial, Madrid.23.NYMAN, Michael (1999) Experimental Music, Cage and Beyond, Cambridge University Press, Cambridge, United Kingdom. 24.RICHTER, Hans (1965) – Dada: Art and Anti Art, Thames and Hudson, London.25.SALLES, Cecília de Almeida (1998), Gesto Inacabado, Processo de criação artística, FAPESP, Annablume, São Paulo, SP.26.SCHAEFFER, Pierre (1994), Tratado dos objetos musicais, Edunb, Brasília.27.SORREL, Neil, (1992). Improvisation, in Companion to Contemporary Musical Thought, Edited by John Paynter, Tim Howell, Richard Orton and Peter Seymour, Ed. Routledge, London and New York.28.STOCKHAUSEN, Karlheinz (1959). ...How time passes...., in Die Reihe, Theodore Presser C.º, Bryn Mauer, vol: Musical Craftmanship, Pensilvania.