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Júpiter - Sistema de Gestão Acadêmica da Pró-Reitoria de Graduação


Escola de Comunicações e Artes
 
Relac.públicas,propaganda e Turismo
 
Disciplina: CRP0419 - Novas Narrativas no contexto de Comunicação e de Relações Públicas I
New Narratives in the context of Communications and Public Relations I

Créditos Aula: 4
Créditos Trabalho: 1
Carga Horária Total: 90 h
Tipo: Semestral
Ativação: 01/01/2019 Desativação:

Objetivos
Propiciar ao aluno de Relações Públicas e de Comunicação em Organizações a oportunidade de explorar, avaliar e conhecer a história, a evolução da teoria e das práticas relacionadas a produção de narrativas, em interface com os campos da Memória e História, da Literatura, da Arquitetura, do Teatro, da Música, das Artes Plásticas, do Audiovisual, da Antropologia, das Ciências Sociais, da Política, da Administração, dentre outros campos.
 
 
 
Docente(s) Responsável(eis)
2183089 - Paulo Roberto Nassar de Oliveira
 
Programa Resumido
Na atualidade, a seleção, a interpretação e a opinião sobre a informação - no contexto das inovações de mídia, do novo social e das mudanças sociais, econômicas, ambientais, culturais, comportamentais e tecnológicas, dentre outras – transformaram e tem impactado as políticas, os planejamentos, as formas de produção e a distribuição das narrativas de empresas e de instituições, a partir de uma forte conexão entre as comunicações, os conteúdos afetivos e/ou estratégicos e as artes.
 
 
 
Programa
AULAS 1, 2, 3 e 4

1.Sociedade contemporânea, informação e narrativas: Nas primeiras 4 aulas será discutido o ambiente de produção e de consumo de informação e de narrativas na sociedade contemporânea. Nos campos do jornalismo, das relações públicas, da publicidade e do entretenimento, as relações entre informação e narrativa seguem cada vez menos a lógica de criação e produção de bens e serviços voltados para as demandas massivas. Para se alinhar a esse ambiente, a disciplina deverá aproximar os alunos de conteúdos e práticas de uma comunicação crítica e humanizada.   O aluno obrigatoriamente lerá os capítulos 14, 15 e o Epílogo do livro “A Informação”, de James Gleick, Companhia das Letras, 2011. Os tópicos que serão discutidos são: a) - o déficit de atenção das pessoas em relação às mensagens veiculadas pelas inúmeras telas disponíveis (tablets, smartphones, televisão, computadores, dentre outros). O Google veiculou recentemente pesquisa que informa que cada brasileiro, em média, tem contato com 3 diferentes telas diariamente para acessar todo o tipo de informação/narrativa. Como prender a atenção deste tipo de público é um dos principais dilemas enfrentados pelos comunicadores. Diante disso, abre-se uma vertente de estudo que relaciona a Comunicação e as Relações Públicas à Psicologia. Durante a aula pensaremos sobre esta interface; b) O processo entrópico que envolve os receptores, tirando o sentido e o significado das informações disponibilizadas. c) O papel das narrativas como organizadora da realidade; d) as relações entre memória e história e o papel disso na produção de narrativas.
Atividades do aluno: Ler para acompanhar as discussões em aula os capítulo 1 (“Ascensão e queda do trabalho”] e o capítulo 9 [“Usos da pobreza] do livro “A sociedade individualizada: vidas contadas e histórias vividas” e os capítulos 27 (“Prever o imprevisível”] e 28 [“Calcular o incalculável”, do livro “44 cartas do mundo líquido moderno”, ambos os livros de Zygmunt Bauman. Estas leituras têm como objetivo prover o aluno de conteúdos e discussões ligadas à contemporaneidade, ao mundo do trabalho e as suas relações humanas. Tendo como lugar de fala a comunicação, as narrativas e as suas interfaces, entre elas a política, a história, a psicologia, a economia etc. Estas leituras iniciais são importantes para que o aluno compreenda que a produção e veiculação de informações direcionadas à sociedade, aos inúmeros públicos e redes de públicos está contextualizada em um ambiente onde o indivíduo estabelece novas relações com o trabalho e com o consumo, com os seus pares e chefias, com impactos sobre a sua integração, comprometimento e pertencimento no cotidiano do trabalho e na sociedade. As leituras sugeridas abrem para o aluno um universo de discussões sobre questões que influenciam o trabalho de comunicadores e relações-públicas na contemporaneidade. Afirmamos que não existe mais espaço na sociedade atual para comunicadores incultos. Para enfrentar as demandas da contemporaneidade o comunicador tem de trabalhar simultaneamente e de maneira excelente os âmbitos da técnica, da ética e da estética. Por isso, oferecemos ao aluno interessado e comprometido com o saber e com o seu destino intelectual, cidadão e profissional, como diria Oswald de Andrade (1890-1954), os biscoitos finos fabricados por grandes pensadores, oriundos das mais diversas orientações filosóficas e políticas, garantindo como isso a diversidade de pensamento na formação do aluno.  Zygmunt Bauman, por exemplo, tem uma trajetória intelectual e de vida voltada para essas questões e discussões no ambiente que denominou como “modernidade líquida”. Sugerimos que o aluno leia, entre outras obras de Bauman, o livro “Modernidade líquida”. E nesta perspectiva de reforçar a formação intelectual do aluno, sugerimos a leitura de outros autores que pensam sobre o período histórico contemporâneo, entre eles, Ulrich Beck, que reflete principalmente sobre o que denomina de “Sociedade de riscos”; Antony Guiddens, que trabalha os temas da modernidade tardia, identidade pessoal e social, da família, das relações e sexualidade, entre outros temas; Richard Sennett enfrenta conceitualmente as questões pessoais, a cultura e a corrosão do caráter, dentro do que chama de novo capitalismo. Jean-François Lyotard e David Harvey, que discutem a contemporaneidade e suas narrativas, a partir do conceito de pós-modernidade; Amartya Senn trabalha a relação entre Desenvolvimento, Direitos fundamentais e Liberdade.


AULAS 5 E 6
2. Dos públicos para as redes (A Sociedade organizada se comunicando em rede): Mídias inovadoras e o novo social: Na quinta e sexta aulas será discutida a transição histórica das formas de comunicação verticalizadas para as formas de comunicação horizontalizadas. Cada uma dessas arquiteturas comunicacionais - verticalizadas ou horizontais - dão origem ou reforçam as formas sociais do comunicar, reposicionando os papéis existentes no processo de emissão e recepção da comunicação, redefinindo as relações de força existentes no processo de comunicação, além de trazer à tona novas formas de conceber o social (redes de públicos organizacionais, coletivo, conectivo, grupo, individuo) e expressar os centramentos e descentramentos na produção de conteúdo.
 
Atividades do aluno: Ler primeiramente o capítulo A mensagem como centro da rede de relacionamentos, de Paulo Nassar. In: Massimo Di Felice. (Org.). Do público para as redes. São Caetano do Sul/SP: Difusão, 2008. p. 191-201. Neste texto o autor discute o descentramento dos poderes institucionais tradicionais. A discussão se dá a partir da perspectiva do poder de pensar, produzir e veicular conteúdos no contexto da cultura digital. Esse poder dos públicos e até de grupos e indivíduos de produzir conteúdo e obviamente outros pontos de vista, principalmente sobre questões controversas, impõe para os comunicadores e relações-públicas a estruturação de processos colaborativos no âmbito da formatação dessas mídias, em seus aspectos tecnológicos e editoriais. Sobre isso, o aluno pode ampliar os seus conhecimentos a partir da leitura de Marshal McLuhan, que antecipa o fortalecimento daqueles que eram “receptores tradicionais” em seu livro “O meio é a massagem” (não se assustem é massagem, mesmo), Editora Imã, que teve como co-autor o designer Quentin Fiori. É neste livro que McLuhan afirma, pensando na abrangência das mídias eletrônicas dos anos 1950 e 1960, que "o caráter de uma pessoa não é mais forjado a partir de dois indivíduos bem-intencionados e desajeitados. Agora todo mundo é sábio". Em nosso tempo em que a cultura digital ampliou exponencialmente as comunicações e as relações podemos afirmar que todos são relações-públicas, todos são comunicadores. McLuhan nos disse, nos anos 1960, que: "Há um mundo de diferença entre o ambiente moderno caseiro de informação eletrônica integrada e a sala de aula. A criança televisiva de hoje em dia está afinada com notícias "adultas " atualizadas a cada minuto - inflação, quebra-cabeças, guerras, impostos, crimes, mulheres de biquíni - e fica desnorteada ao entrar no ambiente do século 19 que ainda caracteriza muitas instituições de ensino onde a informação é pouca, mas ordenada e estruturada por padrões fragmentados e categorizados, matérias e horários. É naturalmente um ambiente igual ao das fábricas, com seus inventários e linhas de montagem". Por fim, o aluno deverá ler o capítulo 4 [“Por que o poder está perdendo força? As revoluções do Mais, da Mobilidade e da Mentalidade”, de Moisés Naím, que foi editor-chefe da revista Foreign Policy e atualmente é membro sênior do Carnegie Endowment for International Peace. A partir das leituras exigidas acima, o aluno deve pensar qual deve ser a estrutura das plataformas comunicacionais da contemporaneidade, com foco nas plataformas impressas e suas relações com as novas mídias digitais. Terminamos a explanação desta parte de nossa aventura intelectual, empacotada em 4 horas semanais, refletindo sobre o pensamento de Aldous Huxley que nos diz que a “experiência não é o que acontece a um homem. É o que o homem faz com aquilo que lhe acontece”. Faça destas aulas uma experiência!

AULAS  7, 8, 9 10,11,12,13, 14 e 15

Como as narrativas são criadas, produzidas e consumidas na contemporaneidade. Neste conjunto de aulas, estudaremos as principais categorias que organizam as informações; os tipos de fluxos, níveis e redes de informação e suas relações com as publicações; os conceitos de Marshal McLuhan denominados mídias quentes e mídias frias e suas relações com as publicações e mensagens organizacionais; Paradigma de Laswell, que será utilizado como um “conceito-pensamento” inicial para a análise de mídias e narrativas 
Atividades do aluno: Ler primeiramente o célebre texto “Meios quentes e meios frios de Marshall McLuhan”, capítulo do livro “Meios de Comunicação como extensões do homem (Understand Media)” relacionando com a produção de mídias como jornais, revistas, smartphones e redes sociais. Neste texto temos esta afirmação provocante: “Em experimentos nos quais todas as sensações externas são bloqueadas, o paciente desencadeia um furioso processo de preenchimento ou substituição dos sentidos, que é a alucinação em forma pura. Do mesmo modo, a excitação de um único sentido tende a provocar um efeito de hipnose, equivalente à maneira como a privação de todos os sentidos tende a produzir visões”. Refletir sobre a relação entre quantidade de informação e os impactos no campo da recepção. Refletir sobre a arquitetura informacional das chamadas mídias quentes e frias e suas relações com os diferentes contextos sociais, econômicos, tecnológicos, psicológicos, culturais, entre outros. Refletir sobre o conceito de entropia e seus efeitos principalmente no processo de comunicação humana. Além de pensar sobre tipos de mídias e abordagens transmídias, sobre um leitor ativo e produtor de conteúdos e contraconteúdos, sobre os conceitos de missão aplicados às mais diferentes mídias, sobre conteúdos e formas de organizá-los.
 
 
 
Avaliação
     
Método
Aulas expositivas, encontros com especialistas, pesquisas em acervos de publicações, atividades práticas.
Critério
Prova (3 pontos) Seminários (3 pontos), resenhas (2 ponto), trabalho final (2 pontos).
Norma de Recuperação
Não há recuperação, o aluno é avaliado durante todo o processo desenvolvido em aulas.
 
Bibliografia
     
BAUMAN, Zygmunt. 44 cartas do mundo líquido moderno. Tradução: Vera Pereira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2015.
BAUMAN, Zygmunt. A sociedade individualizada: vidas contadas e histórias vividas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2015.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.
BECK, Ulrick. Sociedade de Riscos. São Paulo: Editora 34, 2011.
CASALEGNO, Federico (org.). Memória cotidiana. Porto Alegre: Sulina, 2006.
COGO, Rodrigo. Storytelling: as narrativas da memória na estratégia da comunicação. São Paulo: Aberje, 2016.
GLEICK, James. A informação. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
GUIDENS, Anthony. Modernidade e Identidade. Rio de Janeiro: Zahar, 2011. 
HARVEY, David. A condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 2011.
LIPOVESTSKY, Gilles. Metamorfoses da cultura liberal: ética, mídia, empresa. Porto Alegre:Sulina, 2015.
LOYOTARD, Jean-François. A condição pós-moderna. São Paulo: José Olympio, 1998.
MANUAIS DE ESTILO E REDAÇÃO - Folha de S.Paulo, 2018.
MCLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação como extensões do homem. São Paulo: Cultrix, 1996.
MCLUHAN, Marshall; FIORI, Quentin. O meio é a massagem. Rio de Janeiro: Imã Editorial, 2011.
Molina, Matías M. Os melhores jornais do mundo: uma visão da imprensa internacional. São Paulo: Globo, 2014.
NASSAR, Paulo. Tudo é Comunicação. São Paulo: Lazuli, 2003.
________________. A mensagem como centro da rede de relacionamentos. In: Di FELICE, Massimo. Do público para as redes: A comunicação digital e as novas formas de participação social. São Caetano do Sul: Difusão, 2007.
________________. A evolução das publicações em jornalismo empresarial para o jornalismo em empresas. Anuário Unesco/Metodista de Comunicação Regional. v. 13, n. 13, p. 127-144, 2009.
NASSAR, Paulo; FIGUEIREDO, Rubens. O que é comunicação empresarial. São Paulo: Brasiliense, 2003.
NASSAR, Paulo; RIBEIRO, Renato Janine; GUTTILLA, Rodolfo Witzig. A Comunicação Organizacional frente ao seu tempo: missão, visão e valores ABERJE. São Paulo: ABERJE Editorial, 2007.
NASSAR, Paulo. Relações públicas: a construção da responsabilidade histórica e o resgate da memória institucional das organizações. 3 ed. São Caetano do Sul, SP: Difusão Editora, 2012.
SENN, Amartya. Desenvolvimento como Liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
SENNETT, Richard. A corrosão do caráter: consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 1998.
 

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