Informações da Disciplina

Júpiter - Sistema de Gestão Acadêmica da Pró-Reitoria de Graduação


Escola de Comunicações e Artes
 
Cinema, Rádio e Televisão
 
Disciplina: CTR0680 - Estética do Audiovisual II
Audiovisual Aesthetics II

Créditos Aula: 4
Créditos Trabalho: 2
Carga Horária Total: 120 h
Tipo: Semestral
Ativação: 01/01/2020 Desativação: 31/12/2023

Objetivos
1. Fazer a revisão das principais teorias contemporâneas do audiovisual e das propostas estéticas mais recentes.
2. Estudar as mudanças que estão acontecendo no campo do audiovisual desde mais ou menos os anos 1960, principalmente a partir dos conceitos de cinema expandido (Youngblood), poética das passagens (Bellour), convergência dos meios (Jenkins) e cinema digital (Manovich).
3. Estudar as origens e o processo de desenvolvimento das tecnologias eletrônicas (analógicas e digitais) nos seus diferentes aspectos e sua perspectiva de inserção no contexto cultural da atualidade.
4. Identificar e analisar as novas formas narrativas, documentais e experimentais que despontaram nas últimas décadas.
 
 
 
Docente(s) Responsável(eis)
6689285 - Cristian da Silva Borges
 
Programa Resumido
Estudar as origens e o processo de desenvolvimento das tecnologias eletrônicas (analógicas e digitais) nos seus diferentes aspectos e sua perspectiva de inserção no contexto cultural da atualidade
 
 
 
Programa
De tempos em tempos acontece uma problematização do chamado dispositivo cinema: a sala escura, o projetor oculto às costas dos espectadores, as caixas de som também ocultas, as imagens projetadas numa tela branca, a câmera de arrasto mecânico, a película fotoquímica de 35 mm e assim por diante. Quando o cinema começa, no final do século XIX, ele ainda não havia cristalizado um modelo industrial único e, portanto, o primeiro cinema se caracteriza por certa anarquia produtiva. Somente a partir dos anos 1910 começa a constituir-se o modelo hegemônico de cinema que ainda hoje conhecemos. Mas, novamente, a partir dos anos 1960, esse modelo começa a ser questionado pelo surgimento de outras tecnologias de produção e exibição, por outras estratégias de construção de mensagens audiovisuais, como se, num certo sentido, estivéssemos voltando à anarquia produtiva do primeiro cinema. Mas se o filme, no seu sentido tradicional, declina, o cinema persiste, ou pelo menos as formas narrativas imaginadas e desenvolvidas por gente como Méliès, Griffith, Eisenstein, Welles, Godard e tantos outros, só que agora em roupagens novas. Muitas das chamadas “novas mídias” continuam fascinadas pela metáfora cinematográfica, de que não podem se desgrudar. O imaginário cinematográfico continua a povoar os vídeo games, os mundos virtuais, a realidade virtual e tudo o que hoje é mais updated. O propósito do curso é tentar entender como os meios digitais estão dando continuidade, como a televisão e o vídeo o fizeram em outros tempos, à cinematografia como a mais desenvolvida forma de cultura audiovisual do século XX, e como, ao mesmo tempo, eles estão preparando a emergência de uma nova cultura audiovisual, cujas fronteiras com relação ao cinema nós estamos ainda tentando distinguir.

Conteúdo:

História e modalidade das novas tecnologias do audiovisual
Cinema expandido e poética das passagens
Convergência dos meios e ampliação do leque do audiovisual
O diálogo entre cinema, vídeo, televisão e computação gráfica
Do analógico ao digital: mudanças e permanências
A nova narratividade: abertura, fragmentação e participação do espectador
Do documentário ao ensaio audiovisual
Tendências recentes do audiovisual
Interatividade, agenciamento e imersão
Pós-cinemas e vídeo games
 
 
 
Avaliação
     
Método
A disciplina alternará aulas expositivas, acompanhadas de análise e discussão de textos e trechos de obras artísticas, com exibição e debate de exercícios práticos (estudos artísticos) realizados ao longo do semestre e acompanhados de cadernos preparatórios.
Critério
Participação nas aulas; exercícios práticos; caderno preparatório.
Norma de Recuperação
Entrega de estudo(s) artístico(s) e/ou caderno preparatório faltante(s), no prazo estabelecido pelo calendário escolar.
 
Bibliografia
     
ADRIANO, Carlos. “Reapropriação de arquivo e imantação de afeto”, em Visualidades, v. 13, n. 2, jul.-dez. 2015, p. 60-80.
ASTRUC, Alexandre. “Nascimento de uma nova vanguarda: a câmera-caneta” (1948), em Foco – Revista de Cinema, n. 4, 2012.
AUMONT, Jacques. O Olho Interminável. São Paulo: Cosac Naify, 2004.
BAZIN, André. O que é o cinema? São Paulo: Cosac Naify, 2014.
BELLOUR, Raymond. Entre-Imagens - Foto, Cinema, Vídeo. Campinas: Papirus, 1997.
BORGES, Cristian. “Da pose fotográfica à passagem cinematográfica: fundamentos da imagem fotossensível”, em Significação: Revista de Cultura Audiovisual, n. 35, 2011, p. 153-167.
CARTIER-BRESSON, Henri. “O Instante Decisivo” (1952), em Revista Zum n. 1, outubro de 2011.
DUBOIS, Philippe. Cinema, vídeo, Godard. São Paulo: Cosac Naify, 2004.
FERREIRA, Glória; COTRIM, Cecília (org.). Escritos de artistas: anos 60/70. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2012.
FRAMPTON, Hollis. “Text of Poetic Justice” (1971), em MACDONALD, Scott (ed.). Screen writings: texts and scripts from independent filmmakers. Berkeley/ Los Angeles/ Londres: University of California Press, 1995, p. 70-90.
FRY, Roger. Visão e forma. São Paulo: Cosac Naify, 2002.
GALARD, Jean. A beleza do gesto: uma estética das condutas. São Paulo: Edusp, 2008.
GOLDBERG, RoseLee. A arte da performance: do futurismo ao presente. Lisboa: Orfeu Negro, 2012.
GULLAR, Ferreira. “Teoria do não-objeto” (1960), em Experiência neoconcreta: momento-limite da arte. São Paulo: Cosac Naify, 2007, p. 90-100.
MACHADO, Arlindo. O sujeito na tela. São Paulo: Paulus, 2007.
MATISSE, Henri. Escritos e reflexões sobre arte. São Paulo: Cosac Naify, 2007.
MORAES, Eliane Robert. O corpo impossível: a decomposição da figura humana de Lautréamont a Bataille. São Paulo: Iluminuras, 2012.
MORIN, Edgar. Cinema ou o homem imaginário. Lisboa: Relógio d’Água, 1997.
OMAR, Arthur. “Cinema e Música”, em XAVIER, Ismail (org.). O cinema no século. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
PAZ, Octavio. Marcel Duchamp ou o Castelo da pureza. São Paulo: Perspectiva, 1977.
PIGNATARI, Décio; CAMPOS, Haroldo de; CAMPOS, Augusto de. Trechos de Teoria da poesia concreta: textos críticos e manifestos 1950-1960. São Paulo: Invenção, 1965, p. 41-48.
RANCIÈRE, Jacques. A fábula cinematográfica. Campinas: Papirus, 2013.
STAM, Robert. Introdução à teoria do cinema. Campinas: Papirus, 2003.
WISNIK, José Miguel. O som e o sentido: uma outra histórias das músicas. São Paulo: Companhia das Letras, 2001
 

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