Familiarizar os alunos com os debates contemporâneos acerca das relações entre direito e justiça e permitir-lhes a discussão racional, objetiva e fundamentada dos temas de moral inerentes ao sistema jurídico. Ao final do curso o aluno deverá ser capaz de justificar a tomada de decisões e o uso de institutos jurídicos em termos de teorias da justiça, bem como dominar os conceitos básicos apresentados na bibliografia de leitura obrigatória.
A disciplina visa explorar as relações entre direito e justiça, presumindo que estas são necessárias e não contingentes, e são conceituais e não empíricas. Para fazer isso a disciplina divide-se em três módulos, tratando do conceito e das concepções de justiça e de suas relações com o direito O primeiro módulo refere-se ao conceito de justiça tal como desenvolvido na tradição da filosofia moral clássica e moderna. O segundo módulo diz respeito ao debate contemporâneo em torno do tema. O terceiro módulo procura explicar como o conceito de justiça é logicamente integrante do conceito mesmo de direito.
1 – Teoria das virtudes e conhecimento moral 2 – A justiça como virtude – as formas da justiça 3 – O aspecto intelectual da virtude da justiça 4 – A justiça distributiva e sua prioridade 5 – O debate contemporâneo sobre a natureza da justiça 6 – O debate contemporâneo sobre os princípios de justiça 7 – Justiça e direito – o campo do direito privado 8 – Justiça e direito – o campo do direito público
Abramovich, V. e Courtis, Christian. (2002) “La estrutura de los derechos sociales”, in Los derechos sociales como derechos exigibles. Mardrid: Trotta. Aquino. Comentários á Ética de Aristóteles, Livro I, Leitura 1.(trad. J.R. Lopes) Aquino. Suma de teologia. Ia IIae (questões sobre as virtudes intelectuais), Ia IIae (questões sobre a lei), IIa IIae (questões sobre a justiça). Aristóteles. Política. Aristóteles – Ética a Nicômaco. Barry, Brian. (1995) Justice as impartiality. Oxford: Clarendon Press. Berti, Enrico. As razões de Aristóteles. S. Paulo: Loyola. Campbell, Tom. (2006?) Justice. New York: St. Martin’s Press. Dworkin, Ronald. (2000) “Justice and the high cost of health”, in Sovereign virtue. Cambridge (Ma): Harvard Univ. Press. Finnis, John. (1992) cap. 4 (“Community, communities and common good”) in Natural law and natural rights. Oxford: Oxford Univ. Press. Fletcher, George. (1993) “Corrective justice for moderns”, Harvard law review, 106, pp. 1658-1678. Fuller, Lon (1979) “The forms and limits of adjudication”, 92 Harvard Law Review. Gordley, James. (2006) “Basic principles” e “Differences among legal systems”, in Foundations of private law. Oxford, Oxford Univ. Press. Gargarella, Roberto. (1999) Las teorias de la justicia después de Rawls. Barcelona: Paidós (há tradução brasileira pela Martins Fontes) Grisez, Germain. “O primeiro princípio da razão prática.” Direito GV, n. 6. Kelsen, Hans. (1993) “As normas da justiça”, in O Problema da justiça. São Paulo: Martins Fontes. Lopes, José R. de L. (1994) “Judiciário, democracia, políticas públicas”, Revista de Informação Legislativa, no. 31/122, pg. 255-265. Lopes, José R. de L. (2004) “Raciocínio jurídico e economia”, Revista de Direito Público da Economia, n. 8, pg. 136-170. Lopes, José R. de Lima. (2004) “A justiça distributiva (ou do sentido)”, in As palavras e a lei (direito, ordem e justiça na história do pensamento jurídico moderno). São Paulo: Direito GV/ Editora 34. Lopes, José R. de L. (2006) “Justiça e poder judiciário ou a virtude confronta a instituição”, in Direitos sociais: teoria e prática. São Paulo: Método. MacCormick, Neil. (2008) Institutions of law. Oxford: Oxford University Press. MacIntyre, Alasdair. (1983) After virtue. Notre Dame: Notre Dame Univ. Press. Nascimento, Carlos Arthur. “A prudência segundo Santo Tomás de Aquino.” Síntese Nova Fase. V. 20, no. 62, p. 365-385. Olson, Mancur.( 1971) “The purpose of organization” e “Exclusive and inclusive groups”, in The logic of collective action. Cambridge (Ma): Harvard Univ. Press. Perelman, Chaim. La giustizia. Cap. 2 (p. 31-55 - ), cap. 4 (p. 69-82 – “Igualdade e regularidade”), conclusão (p. 103-105), apêndice (p. 109-133 – “Três aspectos do problema da justiça”). Perine, Marcelo. (2006) Quatro lições sobre a ética de Aristóteles. S. Paulo: Loyola, PP. “Introdução”, Phronesis: um conceito inoportuno?” e “O silogismo da ação em Aristóteles: ética, política, metafísica”. Ramsay, Iain. (1995) “Consumer credit Law, distributive justice and the welfare state”, Oxford Journal of legal studies, 15 (2), pp. 177-198. Rawls, John. “Idéias fundamentais” e “Prioridade do justo e as idéias de bem”, in Liberalismo político Taylor, Charles. (1993) The nature and scope of distributive justice. In Philosophy and the human sciences. Cambridge: Cambridge Univ.Press (p.289-317). Taylor, Charles. (1993) Atomism. In Philosophy and the human sciences. Cambridge: Cambridge Univ.Press. Tugendhat, Ernst. Lições sobre ética. Petrópolis: Vozes. Weinreb, Lloyd. (1984) The complete idea of justice. University of Chicago Law Review. 51, p. 752-809. Weinrib, Ernst. (1991-1992) “Corrective justice”, Iowa Law Review. Whilelmsson, Thomas. (1996) “Consumer law and social justice”, in Twelve essays on consumer law and policy. Helsinki: Department of Private law of the Univ. of Helsinki.