Propiciar a reflexão teórica e metodológica sobre conceitos fundamentais da antropologia social britânica e do culturalismo norte-americano (fases clássicas). Debater como as teorias clássicas se relacionam com as temáticas da diversidade cultural, das relações raciais e do racismo, e das diversidades religiosas no ambiente da sociedade e no contexto escolar. Explorar questões, conteúdos e materiais (textos de divulgação, filmes – documentários e ficções –, ensaios fotográficos, reportagens, acervo disponível no Laboratório de Imagem e Som de Antropologia – LISA) relacionados ao curso, de forma a instrumentalizá-los na capacitação dos alunos para a docência.
Os conceitos de cultura (e seus processos de atribuição de significado) e de sociedade (organização, estrutura, instituição e função sociais) abordados a partir de dimensões como arte, parentesco, religião, economia etc. O método comparativo e a observação participante como fundamentos da pesquisa etnográfica.
UNIDADE I – Antropologia norte-americana: cultura e personalidade A busca de leis no desenvolvimento das culturas. O método comparativo. Relação entre cultura e personalidade. Ênfase na construção e identificação de padrões culturais (“patterns of culture”) ou estilos de cultura (“ethos”). BOAS, Franz. Antropologia cultural. (Org: Celso Castro). Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2004. “As limitações do método comparativo na antropologia”, p.25-39 [1896]; “Os métodos da etnologia” p.41-52 [1920]; “Raça e progresso” [1931], p.67-86; Os objetivos da pesquisa etnológica [1932], p.87-109. BOAS, Franz. “Pontos de vista antropológicos básicos”, in: Stocking Jr., G. (org. e introd.) A formação da antropologia americana 1883-1911. Antologia. RJ: Contraponto/Editora UFRJ, 2004 pp. 84-104. BATESON, G. Naven. Um exame dos problemas sugeridos por um retrato compósito da cultura de uma tribo da Nova Guiné, desenhado a partir de três perspectivas. São Paulo: EDUSP [1958] 2008 Cap. 2 “As cerimônias do Naven” (pp. 73-86); Cap. 9 “O ethos da cultura Iatmul: os homens” (pp. 175-190); Cap. 10 “O ethos da cultura Iatmul: as mulheres” (pp. 191-200); Cap. 13 “Contrate etológico, competição e cismogênese” (pp. 219-240). MEAD, Margaret - Sexo e temperamento. São Paulo, Perspectiva, 4. ed., 2000 [1935]. “Introdução”, p. 19-27; “A padronização do temperamento sexual”. p.267-277; “O inadaptado”, p. 277-292; “Conclusão”, p. 293-303. BENEDICT, Ruth. 1934. Padrões de cultura. Lisboa, Livros do Brasil, s.d. “Primeira Parte: Apresentação do Problema”, p. 7-70. Unidade II - Funcionalismo Britânico: as noções de estrutura e Função Origens e características do modelo funcionalista. A sociedade como totalidade. Interesse pelas instituições e suas funções para a manutenção da totalidade social. A ênfase no trabalho de campo (observação participante), na abordagem sincrônica dos processos sociais e nas noções de estrutura e função. MALINOWSKI, Bronislaw. 1977. Argonautas do Pacífico Ocidental, São Paulo, Abril, Coleção Os Pensadores. RADCLIFFE-BROWN, A. R. Estrutura e função na sociedade primitiva. Petrópolis, Vozes, 1973. “Sobre a estrutura social” [1940], p. 232-251; “O irmão da mãe na África do Sul” [1924], p. 27-45; “Os parentescos por brincadeira” [1940], p. 115-133. EVANS-PRITCHARD, E.E. Bruxaria, oráculos e magia entre os Azande. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2. ed., 2005 [1937]. “A bruxaria é um fenômeno orgânico e hereditário”, p. 33-48; “A noção de bruxaria como explicação dos infortúnios”, p. 49-61; “As vítimas dos infortúnios buscam os bruxos entre os inimigos”, p.62-81”; O oráculo de veneno na vida diária”, p.136-158. EVANS-PRITCHARD, E.E. Os Nuer. São Paulo: Perspectiva, 2. ed., 2002 [1940]. “Introdução” (p. 5-21); “Tempo e espaço” (p. 107-150); “O sistema político” (p. 151-200). LEACH, Edmund Sistemas políticos da Alta Birmânia. São Paulo, Edusp, 1996 [1954]. “Introdução”, p.65-80; “Gumlao e gumsa”, p. 247-260; “O mito como justificação da facção e da mudança social”, p. 307-319; “Conclusão”, p. 321-333. Unidade III - As críticas às noções de estrutura e função LEACH, Edmund “O mito como justificação da facção e da mudança social”, in: Edmund LEACH, Sistemas políticos da Alta Birmânia. São Paulo, Edusp, 1996 [1954] p. 307-319. GLUCKMAN, Max 1974. Ordem e rebelião na África tribal (Cap.3. “Rituais de rebelião no sudeste da África”) Cadernos de Antropologia, n. 4, Ed. da UnB. GLUCKMAN, Max “Análise de uma situação social na Zululândia moderna” (Parte I). In: Antropologia das sociedades contemporâneas (org. Bela Feldman-Bianco), São Paulo, Global, 1987, [1940] p. 227-267. Outras referências ALMEIDA, Heloísa B.; COSTA, Rosely Gomes (orgs.) Gênero em Matizes. Bragança Paulista, EDUSF, 2001. CARREIRA, Denise; SOUZA, Ana Lúcia Silva. Guia metodológico - educação e relações raciais: apostando na participação da comunidade escolar. São Paulo, Ação Educativa, 2013. SANTOS, Ricardo Ventura; MAIO, Marcos Chor. “Qual ‘retrato do Brasil’? Raça, biologia, identidades e política na era da genômica”. MANA, 10 (1), 2004. SIMÕES, Julio e GIUMBELLI, E. “Cultura e alteridade”. In: MORAES, A. C. (org.) Sociologia: ensino médio Brasília: MEC/SEB, 2010 (Coleção explorando o ensino). VALENTE, Ana Lúcia. “Conhecimentos antropológicos nos parâmetros curriculares nacionais: para uma discussão sobre a pluralidade cultural”. In: GUSMÃO, Neusa (Org.). Diversidade, cultura e educação: olhares cruzados. São Paulo: Biruta, 2003, p. 17-46. VALENTE, Gabriela. “Laicidade, Ensino Religioso e religiosidade na escola pública brasileira: questionamentos e reflexões”. Pró-Posições, 29 (1), 2018. Olhos Azuis. Direção: Bertram Verhaag, 1996 (Documentário, 90 minutos, EUA).