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Júpiter - Sistema de Gestão Acadêmica da Pró-Reitoria de Graduação


Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
 
Antropologia
 
Disciplina: FLA0347 - Poder e Diferença
Power and Difference

Créditos Aula: 4
Créditos Trabalho: 0
Carga Horária Total: 60 h
Tipo: Semestral
Ativação: 01/01/2011 Desativação: 30/01/2023

Objetivos
Trata-se, em primeiro lugar, de discutir contribuições da Antropologia para a análise da dinâmica cultural e das relações entre cultura e política, focalizando debates e pesquisas em torno da politização das noções de identidade e diferença.  Procura-se recuperar uma parte do debate teórico-metodológico “clássico” da disciplina no entendimento da produção de identidades e da mudança cultural, bem como da relação mais geral entre ordem simbólica e agência, destacando referências que influenciaram tendências na antropologia das “sociedades complexas” praticada no Brasil nos anos 80, no estudo de populações urbanas (Partes I e II). Em segundo lugar, como os debates e pesquisas em torno de formas de expressão política ligadas às identidades e/ou diferenças grupais cada vez mais tendem a compor grandes áreas interdisciplinares com diferentes concentrações de interesse (identidade cultural, “raça”, gênero e sexualidade, entre outras), abre-se no curso uma janela para o diálogo com campos disciplinares afins (sociologia, ciência política, história, “estudos culturais”), especialmente no que diz respeito à compreensão das relações contemporâneas entre lugares, culturas, identidades, diferenças e seus sentidos políticos (Parte III).
 
 
 
Programa Resumido
 
 
 
Programa
Parte I – Questões teórico-metodológicas no estudo das relações entre cultura, “identidades” e política na Antropologia: algumas formulações “clássicas”

1. Dinâmica cultural e análises situacionais
• GLUCKMAN, M. “Análise de uma situação social na Zululândia Moderna” (parte I). In: Feldman-Bianco, Bela, org., Antropologia das sociedades contemporâneas: métodos. São Paulo: Global, 1987.
• DURHAM, E., “A dinâmica cultural na sociedade moderna”. Ensaios de Opinião, nº 2+2, 1977
• Leituras complementares: MALINOWSKI, B. “A coleta e a interpretação dos dados empíricos”. “O papel do mito na vida”. In: Durham, E.,org., Malinowski. São Paulo: Ática, 1986, caps. 8-9; MITCHELL, J. Clyde. “The kalela dance”. The Rhodes Livingstone Paper , nº 37, 1956; Leitura complementar:.

2. Estruturas como ficções
• LEACH, E. Sistemas políticos da Alta Birmânia. São Paulo: Edusp, 1995. “Introdução”, cap. 1,. “Gumsa e gumlao”, cap. 6; “O mito como justificação do faccionarismo e da mudança social”, cap. 9.
• Leitura complementar: SIGAUD, L. “Apresentação”. In: Leach, E., Sistemas políticos da Alta Birmânia. São Paulo: Edusp, 1995.

3. Sistemas simbólicos e ideologias políticas (duas aulas)
• LÉVI-STRAUSS, C. “A ciência do concreto”. In: O pensamento selvagem, cap. 1.
• GEERTZ, C. “Religião como sistema cultural”. In: A interpretação das culturas, cap. 4.
• GRAMSCI, A. “Alguns pontos preliminares de referência”. In: Concepção dialética da história, I, 1.
• DURHAM, E. “Cultura e ideologia”. Dados, vol 27, n° 1, 1984.

Parte II – Identidade e diferença: da “etnicidade” à análise de representações e práticas de populações urbanas

5 . A questão da identidade étnica (duas aulas)
• BARTH, F. “Os grupos étnicos e suas fronteiras” In: O guru, o iniciador e outras variações antropológicas. Rio de Janeiro: Contracapa, 2000.
• CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. “Etnicidade” (Bloco de 4 textos) In: Antropologia do Brasil. São Paulo, Brasiliense/Edusp, p.85-119.
• Leitura complementar: LÉVI-STRAUSS, C. L’identité. Paris, Grasset, 1977.

6. Identidade (e diferença) em dois estudos brasileiros de populações urbanas dos anos 80 (duas aulas)
• ZALUAR,.A. A máquina e a revolta. São Paulo, Brasiliense, 1985. “O antropólogo e os pobres: introdução metodológica e afetiva”; “Trabalhadores e bandidos: identidade e discriminação”; “Os vizinhos e os outros: organizações populares”; “Os vizinhos, o povo e os políticos”.
• Leitura complementar: ZALUAR, A. “Teleguiados e chefes: juventude e crime”. In: Condomínio do diabo, Rio de Janeiro: Revan/Ed. da UFRJ, cap.12.

• PERLONGHER, Nestor. O negócio do michê. São Paulo, Brasiliense, 1987. “Introdução”; “Territórios e populações”; “Derivas e devires”, “As transas”.
• Leitura complementar: FRY. P. “Da hierarquia à igualdade: a construção histórica da homossexualidade no Brasil” In: Para inglês ver: identidade e política na cultura brasileira, cap. 4.

Parte III – Mundos em pedaços?: Lugares, culturas, identidades

7. Fluxos culturais, disjunções, “hibridações”, “pós-colonialismo”. (duas aulas)
• APPADURAI, A. “Disjunção e diferença na economia cultural global”. In: Featherstone, M., org., Cultura global. Petrópolis, Vozes, 1994, p. 311-327.
• HANNERZ, Ulf. “Fluxos, fronteiras, híbridos: palavras-chaves da antropologia transnacional.”. Mana, vol. 3, nº 1, abril 1997.
• BHABHA, H. “A outra questão: o estereótipo, a discriminação e o discurso do colonialismo”. In: O local da cultura. Belo Horizonte, Ed. UFMG., 1998, cap. 3.
• Leitura complementare: SAID, E. “Introdução”. In: Orientalismo. São Paulo, Cia. das Letras, 1990.

8. Culturas, identidades e diferenças (duas aulas)
• HALL, S., “Quem precisa de identidade?”. In: Silva, Tomaz, T. , org. Identidade e diferença. Petrópolis, Vozes, 2000, p.103-133.
• KUPER, A. “Cultura, diferença, identidade”. In: Cultura: a visão dos antropólogos, Bauru: EDUSC, 2002, cap.7.
• AGIER, M. “Distúrbios identitários em tempos de globalização”. Mana, vol. 7, n° 2, 2001.
• Leitura complementar: HALL, S., Identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro, DP&A, 1998.

9. Disjunções, fluxos culturais, identidades e diferenças – voltando à antropologia das sociedades complexas à brasileira...
• CALDEIRA, Teresa. “Violência, o corpo incircunscrito e o desrespeito aos direitos na democracia brasileira.” In: Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo. São Paulo, Edusp/Ed. 32, cap.9.
• GOLDSTEIN, Donna. Por que os homens não envelhecem? Violência, morte, conversão religiosa e vida cotidiana nas favelas do Rio de Janeiro. In: Debert, G. & Goldstein, D., orgs., Políticas do corpo e o curso da vida. São Paulo, Ed. Sumaré, 2001. cap. 1.

10. Questões de identidade e diferença nos estudos de gênero e sexualidade (duas aulas)
• MOORE, H. “Compreendendo sexo e gênero” (tradução para uso didático)
• BUTLER, J. “Sujeitos do sexo/gênero/desejo”. In: Problemas de gênero. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2003, cap. 1.
• BUTLER, J. “Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do ‘sexo’. In; Louro, Graça L., org. O corpo educado. Belo Horizonte, Autêntica, 1999.
• Leituras complementares: FOUCAULT, M. “Soberania e disciplina”; “Sobre a história da sexualidade. In: Microfísica do poder, Rio de Janeiro: Graal, caps 12 e 16.; HARAWAY, D. Manifesto ciborgue: ciência, tecnologia e feminismo socialista. In: Antropologia do ciborgue, Belo Horizonte, Autêntica, 2000. ALMEIDA, H. et al., orgs., Gênero em matizes. Bragança Paulista, EDUF, 2002.

 
 
 
Avaliação
     
Método
Aulas expositivas, aulas dialogadas, seminários.
Critério
Leitura da bibliografia básica, preparação e apresentação de seminários, elaboração de um trabalho final.
Norma de Recuperação
A recuperação nesta disciplina será uma prova escrita ou trabalho que devem ser enviados até a primeira semana do semestre seguinte.
 
Bibliografia
     
Vide programa.
 

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