Presentes na reflexão antropológica desde seus primórdios, Corpo, Substância e Pessoa são categorias cuja produtividade para a análise das sociedades ameríndias já estava prefigurada na obra de Lévi-Strauss em meados da década de 1960. O curso pretende acompanhar os desdobramentos do tema, considerando a importância ainda central da discussão sobre a corporalidade nas etnografias e nos modelos comparativos mais recentes.
Unidade I - Corpo, Sentidos. Um tema para a AntropologiaUnidade II - Corporalidade: uma categoria analítica para as terras baixas sul-americanasUnidade III - Noções de Substância e Pessoa.
A construção das noções de pessoa, substância e corpo como categorias antropológicas; a aplicação dessas categorias no estudo das sociedades ameríndias.
Unidade I - Corpo, Sentidos. Um tema para a AntropologiaMauss, M. 2003 [1950]. “Efeito físico no indivíduo da idéia de morte sugerida pela coletividade (Austrália, Nova Zelândia)”; “Uma categoria do espírito humano: a noção de pessoa. a de ‘eu’ ”; “As técnicas do corpo” in: Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac & Naify pp. 349-420.Lévi-Strauss, C. 1991 [1971]. O Cru e o Cozido (trad. Beatriz Perrone-Moisés). São Paulo: Brasiliense.Unidade II - Corporalidade: uma categoria analítica para as terras baixas sul-americanasOvering (Kaplan), Joanna. 1977. “Comments (Symposium ‘Social time and social space in lowland South American societi’)”. Actes du XLII Congrès International des Américanistes, vol. II, pp. 387-94.A-C Taylor. 1984. “L’ americanisme tropical: une frontiere fossile de l’ ethnologie?”in: B. Rupp-Eisenreich (org.). Histoires de l’ anthropologie: XVI-XIX siècles. Paris: Klinksieck, pp. 213-35.Unidade III – Noções de Substância e Pessoa.Melatti, Julio Cezar. 1976. “Nominadores e Genitores: um aspecto do dualismo krahó”, in: Schaden, Egon Leituras de Etnologia Brasileira São Paulo: Companhia Editora Nacional, pp. 139-48.Carneiro da Cunha, M. 1978. Os mortos e os outros: uma análise do sistema funerário e da noção de pessoa entre os índios Krahó. São paulo: Hucitec.Seeger, A., DaMatta, R. & Viveiros de Castro, E. 1979. “A construção da pessoa nas sociedades indígenas brasileiras”. Boletim do Museu Nacional n. 32.Viveiros de Castro, Eduardo. 1979. “A fabricação do corpo na sociedade xinguana”. Boletim do Museu Nacional n. 32.__2002. “Esboço de cosmologia yawalapiti”, in: A inconstância da alma selvagem - e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac & NaifyUnidade IV - A produção do corpo e os sentidos de comunidadeOvering, Joanna. 1991. “A estética da produção: o senso de comunidade entre os Cubeo e os Piaroa”. Revista de Antropologia, 34, pp. 7-33.Hugh-Jones, Stephen. 2002. “ Nomes secretos e riqueza visível: nominação no noroeste amazônico”. Mana. 8 (2): 45-68.Gow, Peter. 1997. “O parentesco como consciência humana: o caso dos Piro”. Mana. 3 (2). 39-65.Viegas, Susana de Matos. 2003. “Eating with your favourite mother: time and sociality in a brazilian amerindian community”. Royal Anthropological Institute. 9 (1), 21-37.Karadimas, Dimitri. 2000. “La parole engendrée. Analyse des conceptions miraña de la prise de coca”, in: Jamard, J-L., Terray, E. et Xanthakou, M (orgs) En substances. Textes pour Françoise Héritier. Paris: Fayard, pp. 443-56.A-C Taylor. 1993. “Remembering to forget: identity, mourning and memory among the Jívaro”. Man, 28 (4), pp. 653-78.__.1996. “The soul’s body and its states: an Amazonian perspective on the nature of being human”. Journal of Royal Antropological Institute, 1 (2), pp. 201-15.Unidade V - Predação: o que se assimila do inimigo – Nomes, Cantos, Substâncias, Energia, IdentidadeChaumeil, Jean-Pierre. 1985. “L’échange d´énergie: guerre, identité et reproduction sociale chez les Yagua de l’Amazonie péruvienne”. Journal de la Société des Américanistes , 71 pp143-157.Vilaça, Aparecida. 1992. Comendo como gente: formas do canibalismo wari’. R.J.: Editora UFRJViveiros de Castro, E. 2002. “A imanência do inimigo”, in: A inconstância da alma selvagem - e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac & NaifyFausto, Carlos. 2002. “”Banquete de gente:comensalidade e canibalismo na Amazônia”. Mana 8 (2): 7-44.Unidade VI. Animismo, Perspectivismo.Descola, P. 1986. La Nature domestique: symbolisme et praxis dans l´ecologie des Achuar. Paris: Maison des Sciences de L´Homme.Lima, Tania Stolze. 1996. “O dois e seu múltiplo. reflexões sobre o perspectivismo em uma cosmologia tupi”. Mana, 2 (2), pp. 21-47.__2002. “O que é um corpo?” Religião e Sociedade vol. 22 n.1. R.J.: ISERViveiros de Castro, E. 2002. “Perspectivismo e multinaturalismo na América indígena”, in: A inconstância da alma selvagem - e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac & Naify