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Júpiter - Sistema de Gestão Acadêmica da Pró-Reitoria de Graduação


Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
 
Antropologia
 
Disciplina: FLA0382 - Antropologia das Emoções: Modos de (re)construção e de Regulação da Vida Social
Anthropology of emotions: ways of (re) constructing and regulating social life

Créditos Aula: 4
Créditos Trabalho: 1
Carga Horária Total: 90 h
Tipo: Semestral
Ativação: 15/07/2016 Desativação:

Objetivos
Ao explorar as emoções e a moral de um ponto de vista sócio-antropologico, político e histórico espera-se dar inteligibilidade a processos sociais e a construções de coletividades, identidades e sujeitos que se posicionam de modo político e subjetivo a partir de experiências de dor e sofrimento. Pretende-se, portanto retirar as emoções da sua zona de conforto – a ordem do privado – e interpelá-la enquanto uma prática discursiva, permeada por relações de poder, que conforma sujeitos, políticas e coletividades.
 
 
 
Docente(s) Responsável(eis)
5597260 - Laura Moutinho da Silva
 
Programa Resumido
Esta disciplina tem por objetivo abordar temáticas presentes, mas em parte resistentes às análises antropológicas como a emoção e a moral. O foco deste curso incidirá sobre a dimensão micro-politica da emoção, dos sentimentos e da moral na (re)construção do tecido social, especialmente em contextos sociais expostos a um tipo de violência reconhecida “sob o signo do horror”, como o apartheid, por exemplo. Neste sentido, dor, ressentimento, perdão e reconciliação, compaixão e desprezo serão explorados e analisados tanto da forma como ecoam nas relações pessoais e nas negociações cotidianas (na domesticação ou não da violência e do racismo, por exemplo) quanto nos eventos políticos mais amplos (desde revoltas populares às comissões de verdade).
 
 
 
Programa
- Emoção e moral do ponto de vista antropológico
- Dimensão micro-política dos sentimentos, da emoção e da moral 
- Marcadores sociais da diferença (raça/racismo, sexualidade, homossexualidade, gênero)
- Processos de reconstituição do tecido social e Comissões Verdade (Alemanha, Índia, África    do Sul, Serra Leoa, Brasil, Argentina e Chile) 
- Reflexões sobre a economia moral contemporânea em diferentes contextos
- (Des)construção de reputações: rumores, honra e vergonha; a construção de si
 
 
 
Avaliação
     
Método
Aulas expositivas; seminários; filmes e materiais audiovisuais; leituras dirigidas.
Critério
Presença e participação em sala de aula; provas e trabalhos escritos; seminários individuais e coletivos.
Norma de Recuperação
Prova individual em data a definir sobre o conteúdo total do programa. A nota final dos alunos em recuperação resultará da média da primeira e segunda avaliação [nota final do curso + recuperação)/2].
 
Bibliografia
     
Adriana Vianna e Juliana Farias. A guerra das mães: dor e política em situações de violência institucional. Cadernos Pagu (UNICAMP. Impresso), v. 37, p. 79-116, 2011.
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CLIFFORD, James. A Experiência Etnográfica – Antropologia e Literatura no século XX. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1998.
DAS, Veena. “Fronteiras, violência e o trabalho do tempo: alguns temas wittgensteinianos”. RBCS, v. 14, n. 40, jun. 1999
DAS, Veena. O ato de testemunhar: violência, gênero e subjetividade. Cad. Pagu [online]. 2011, n.37, pp. 9-41. 
FASSIN, Didier. “Beyond good and evil? Questinoning the anthropological discomfort with morals”. Anthropological theory, vol. 8, no 4, pp. 225-246, 2011.
HOOKS, bell. Intelectuais Negras. Revista de Estudos Feministas, vol. 3, nº2, Florianópolis, UFSC, 1995, pp.464-478.
HOOKS, Bell. Vivendo de Amor. http://arquivo.geledes.org.br/areas-de-atuacao/questoes-de-genero/180-artigos-de-genero/4799-vivendo-de-amor
Leo Spitzer.Vidas de Entremeio: assimilação e marginalização na Áustria, no Brasil e na África Ocidental (1780-1945). EdUERJ: Rio de Janeiro, 2001. Capítulos: “Situação de marginalidade, psicologia individual e ideologia” e Não pertenço a lugar algum e por toda parte sou um estranho”: as tribulações de André Rebouças, Cornelius May e Stefan Zweig”.
LUTZ, Catherine.Antropologia com emoção.Mana[online]. 2012, vol.18, n.1 [cited  2014-09-24], pp. 213-224;
MAUSS, Marcel. "As técnicas do corpo" In: Sociologia e antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2003, p. 401 a 422.
MAUSS, Marcel. “A expressão obrigatória de sentimentos” In Marcel Mauss: antropologia. Coleção Grandes Cientistas Sociais. São Paulo: Ática, 1979, p. 147 a 153.
McCLINTOCK, Anne. Couro Imperial: raça, gênero e sexualidade no embate colonial. Editora Unicamp: Campinas, 2010.
MOUTINHO, Laura. Sob a ótica do feminino: raça e nação, ressentimentos e (re)negociações na África do Sul pós-apartheid (no prelo)
MOUTINHO, Laura.Diferenças e desigualdades negociadas: raça, sexualidade e gênero em produções acadêmicas recentes.Cad. Pagu[online]. 2014, n.42 
MOUTINHO, Laura. Razão, Cor e Desejo: uma Analise Comparativa dos Relacionamentos Afetivos-Sexuais no Brasil e na África do Sul. São Paulo, Editora UNESP, 2004. 

MOUTINHO, Laura et alii. "Retóricas ambivalentes: ressentimentos e negociações em contextos de sociabilidade juvenil na Cidade do Cabo (África do Sul”). Cadernos Pagu, No35, 2010, p.139-176. [http://www.scielo.br]
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ROSS, Fiona. “La elaboración de uma Memoria Nacional: la Comisión de Verdad y Reconciliación de Sudáfrica”. Cuadernos de antropología social, n. 24, Buenos Aires, jul./dez, 2006.
SARTI, Cynthia. A vítima como figura contemporânea. Caderno CRH (UFBA. Impresso), v. 24, p. 51-61, 2011.
SARTI, Cynthia. Sofrimento e memória: retrato calado. In: AGUILERA, Yanet (org). Imagem e exílio. São Paulo: Discurso Editorial, 2014.
SCOTT, Joan. “A Invisibilidade da Experiência”. In: Proj.História, São Paulo (16), fev. 1998, pp.297-325.
TRAJANO FILHO, Wilson. Outros rumores de identidade na Guiné-Bissau. Série Antropologia, 279. Brasilia: DAN-UnB, 2000.
TUTU, Desmond. No future Without Forgiveness. New York, Ed. Doubedlay, 1999.
 

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