• Introduzir o aluno da Graduação em Ciências Sociais em debates teóricos clássicos, bem como apresentar abordagens contemporâneas.• Apresentar e discutir os dilemas da pesquisa etnográfica no campo religioso. • Incentivar a análise das interseções do religioso com as dimensões da cidade, da política, das relações de gênero, da família, da sexualidade e da subjetividade.
O tema da religião tem alcançado cada vez mais visibilidade na esfera pública em controvérsias atinentes aos domínios da cidadania e dos direitos de distintas populações. Por outro lado, os dados de pesquisa mais recentes, como os produzidos nos Censos Demográficos no Brasil, assinalam as dinâmicas de alteração do religioso no mundo atual: crescem os processos de desinstitucionalização do mesmo modo que se acompanham movimentos de diversificação, trânsitos e circulação. O presente curso tem o propósito de introduzir o aluno da Graduação em Ciências Sociais em debates teóricos clássicos, bem como apresentar abordagens contemporâneas. Procura ampliar o olhar para o religioso como fenômeno multifacetado e colaborar para a desconstrução de visões essencialistas.
Ciências da religião ou antropologia da religião. Essencialismo e construtivismo. Clássicos em perspectiva. Magia e religião. Identidades e poder. Estudos dos cultos afro-brasileiros. Sincretismos, trânsitos e deslocamentos. Pluralismo religioso. Laico e religioso: fronteiras. Religião e Gênero. Religião e sexualidade. Moralidades e regulação. Religião e família. Religião e política. Religião e cidade. A questão da tolerância. Etnografia e religião: impasses da pesquisa.
Almeida, Ronaldo. Religião em transição. Antropologia. Horizonte das Ciências Sociais no Brasil. São Paulo: ANPOCS, 20110. Birman, Patricia. O que é umbanda. São Paulo: Abril cultural/ Brasiliense, 1985.Birman, Patrícia. Cultos de possessão e pentecostalismo no Brasil: passagens. In: Religião e Sociedade, v. 17, n. 1-2. Rio de Janeiro: ISER, 1996.Bourdieu, Pierre. "Sociólogos da crença e crenças de sociólogos". In: _____. Coisas Ditas. Sâo Paulo: Brasiliense, 1990, p. 108-113.Camurça, Marcelo. Ciências Sociais e Ciências da Religião: polêmicas e interlocuções. São Paulo: Paulinas, 2008. Carrara, Sergio. “Utopias sexuais modernas”. In: Religião e Sociedade, v.20, º 1, Rio de Janeiro, CER/ISER, 2000. Duarte, Luiz Fernando Dias. “Ethos privado e modernidade: o desafio das religiões entre indivíduo, família e congregação”. In: DUARTE, L. F. D. (Org.). Família e Religião. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2006.Durkheim, Émille. As formas elementares da vida religiosa. São Paulo: Martins Fontes, 2003.Fernandes, Rubem César. Pesquisadores e participantes: uma contraditória viagem ao interior: Comunicações do ISER, n. 12. Rio de Janeiro: ISER, 1984. Pp 33-39.Geertz, Clifford. O beliscão do destino: a religião como experiência, sentido, identidade e poder. Nova luz sobre a antropologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. Gomes, Edlaine. Um poder mais forte. Reflexões sobre grandes eventos neopentecostais e cidade. Os urbanitas. São Paulo, 2009. Hervieu-Leger. Representam os surtos emocionais contemporâneos o fim da secularização ou o fim da religião? Religião e Sociedade. Rio de Janeiro: ISER, 18/1, 1997a, pp. 31-47.Landes, Ruth. A Cidade das Mulheres. Rio de Janeiro: RJ, Editora UFRJ, 2002.Latour, Bruno. “Não congelarás a imagem ou como não desentender o debate ciência-religião”. Mana. Volume 10, número 2. Rio de Janeiro: PPGAS/MN, 2004.Machado, Maria das Dores e Mariz, Cecília Loreto. Pentecostalismo e a redefinição do feminino. Religião e Sociedade, n. 17, v.1 e 2. Rio de Janeiro: UERJ, 1996.Machado, Maria das Dores Campos e Burity, Joanildo.Os votos de Deus: evangélicos, política e eleições no Brasil. Recife: Massangana, 2006. Mafra, Clara. Na Posse da Palavra. Religião, conversão e liberdade pessoal em dois contextos nacionais. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2002.Mauss, Marcel e Hubert, Henri. Ensaio sobre a natureza e a função do sacrifício. Ensaio de sociologia. São Paulo: Perspectiva, 2001. Mauss, Marcel. Esboço de uma teoria geral da magia. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac-Naif, 2003. Novaes, Regina. "Errantes do novo milênio: salmos e versículos bíblicos no espaço público". In: Birman, Patrícia (org.) Religião e Espaço Público. São Paulo: Attar/CNPq/Pronex, 2003, p. 25-39.Segato, Rita. Um paradoxo do relativismo. Discurso racional da antropologia frente ao sagrado. Religião e Sociedade, 16/ 1-2. Rio de Janeiro: ISER, 1992.