A dificuldade com a escrita acadêmica entre estudantes universitários tem motivado, na última década, principalmente, a criação de cursos e disciplinas, nas universidades, relacionados à área do letramento acadêmico. Isso demonstra alteração no antigo discurso sobre o déficit na escrita dos estudantes, por meio do qual alunos e escola básica eram responsabilizados pela qualidade de sua escrita e professores universitários não se sentiam responsáveis por ensinar o letramento em gêneros acadêmicos. A rejeição à ideia do déficit (BARTON e HAMILTON, 2000; GEE, 2015; LEA e STREET, 2014;) baseia-se no fato de que, desde seu ingresso no ensino superior, o estudante já é letrado, uma vez que conhece inúmeras outras formas de escrita, sem ter ainda se apropriado das práticas e dos gêneros acadêmicos exigidos no contexto da universidade, o que faz com que seja necessário que se explicitem os conhecimentos prévios de escrita dos alunos para que sejam desenvolvidos e ajustados ao padrão dos gêneros acadêmicos.
O letramento acadêmico na perspectiva linguístico-discursiva em diversas áreas do conhecimento.
1) Modelos de letramento; 2) Letramento prévio e letramento acadêmico 3) Variação do letramento acadêmico nas áreas e subáreas do conhecimento em relação: às habilidades linguísticas; aos gêneros acadêmicos (projeto, artigo, pôster, resenha, monografia, texto multimodal); ao contexto de produção do texto acadêmico (relações de poder na universidade, exigências governamentais e institucionais) 4) Redação e edição do texto acadêmico.
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