Oferecer aos estudantes uma introdução ao tema da crítica da representação em Rousseau, tomando como referência a crítica desse filósofo à ideia de representação segundo Thomas Hobbes. Ao desenvolver uma crítica radical da representação política, Rousseau abre-nos as portas para o questionamento do que a modernidade consagrou como o modelo ideal de política, isto é, a democracia representativa. O guia da análise proposta pelo curso será o Paradoxo do espetáculo de Luiz Roberto Salinas Fortes.
A partir de Rousseau, discutir a concepção de democracia representativa, suas origens, suas virtudes e suas dificuldades.
1. A vida em sociedade como representação a) Análise do Discurso sobre a origem da desigualdade e da Nova Heloísa. 2. As primeiras relações de sociabilidade. a) A época de ouro da humanidade. b) Estado de natureza e estado de guerra. c) A posse e a propriedade. d) O pacto social proposto pelo rico. 3) Os Princípios do direito político. a) O pacto social no Contrato Social. b) As condições de legitimidade do estado civil. c) A vontade geral não pode ser representada. d) A vontade geral não pode ser alienada. 4) A representação segundo Hobbes. a) O pacto hobbesiano. b) A pessoa pública do Estado. c) O soberano como representante. d) O soberano como ator. 5) Representação teatral e representação política. a) O teatro e a política. b) A crítica de Rousseau ao modelo hobbesiano. c) A liberdade dos antigos contra a liberdade dos modernos. d) A representação contra a transparência. e) O povo e a festa: o povo como ator, a soberania popular.
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