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Júpiter - Sistema de Gestão Acadêmica da Pró-Reitoria de Graduação


Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
 
Filosofia
 
Disciplina: FLF0511 - História da Filosofia Medieval IV
History of Medieval Philosophy IV

Créditos Aula: 4
Créditos Trabalho: 2
Carga Horária Total: 120 h
Tipo: Semestral
Ativação: 01/01/2018 Desativação:

Objetivos
Estudo da política medieval a partir da abordagem de alguns autores nucleares, visando capacitar o estudante a trabalhar com as especificidades da produção filosófica do período.
 
Estudo da política medieval a partir da abordagem de alguns autores nucleares, visando capacitar o estudante a trabalhar com as especificidades da produção filosófica do período
 
 
Docente(s) Responsável(eis)
2542645 - Carlos Eduardo de Oliveira
66115 - Jose Carlos Estevao
2917163 - Lorenzo Mammi
2809666 - Moacyr Ayres Novaes Filho
 
Programa Resumido
A concepção da política como área de reflexão autônoma parece ausente das principais fontes patrísticas do pensamento medieval. O exemplo maior talvez seja Agostinho, para o qual a cidade bem ordenada só pode ser concebida como aquela na qual o homem orienta-se para aquilo que lhe é superior – Deus, seu princípio e seu fim. Essa visão da política como necessariamente submetida a um plano superior começa a se modificar com a tradução de Aristóteles para o latim a partir do século XII. A transformação se cristaliza em meados do século seguinte, em uma obra como a de Tomás de Aquino. A partir daí, temos os casos de Egídio Romano, no século XIII, que tomará partido na grande disputa tardo-medieval acerca da relação entre poder eclesiástico e poder secular, e, já no século XIV, o de Guilherme de Ockham, que proporá a separação entre esses os poderes. O que se pretende neste curso é mostrar como – tendo por pano de fundo a leitura de Agostinho e, mais tardiamente, de Aristóteles – os autores tardo-medievais partiram de uma concepção hierárquica de mundo (tomada ao Pseudo-Dionísio) que tornava impossível uma política enquanto ciência autônoma e, abandonando tal hierarquização, chegaram a vislumbrar uma política enquanto campo independente. Para tanto, essa política autônoma deverá ser uma política de indivíduos, o que nos coloca no caminho direto (embora ainda longo) para a política moderna.
 
A concepção da política como área de reflexão autônoma parece ausente das principais fontes patrísticas do pensamento medieval. O exemplo maior talvez seja Agostinho, para o qual a cidade bem ordenada só pode ser concebida como aquela na qual o homem orienta-se para aquilo que lhe é superior – Deus, seu princípio e seu fim. Essa visão da política como necessariamente submetida a um plano superior começa a se modificar com a tradução de Aristóteles para o latim a partir do século XII. A transformação se cristaliza em meados do século seguinte, em uma obra como a de Tomás de Aquino. A partir daí, temos os casos de Egídio Romano, no século XIII, que tomará partido na grande disputa tardo-medieval acerca da relação entre poder eclesiástico e poder secular, e, já no século XIV, o de Guilherme de Ockham, que proporá a separação entre esses os poderes. O que se pretende neste curso é mostrar como – tendo por pano de fundo a leitura de Agostinho e, mais tardiamente, de Aristóteles – os autores tardo-medievais partiram de uma concepção hierárquica de mundo (tomada ao Pseudo-Dionísio) que tornava impossível uma política enquanto ciência autônoma e, abandonando tal hierarquização, chegaram a vislumbrar uma política enquanto campo independente. Para tanto, essa política autônoma deverá ser uma política de indivíduos, o que nos coloca no caminho direto (embora ainda longo) para a política moderna.
 
 
Programa
1) Sobre a recepção medieval de Agostinho de Hipona: cidade de Deus e cidade dos homens. 
2) Pseudo-Dionísio, o Areopagita: hierarquia celeste e hierarquia eclesiástica. 
3) Tomás de Aquino: as leis (divina, natural, humana e revelada). 
4) Egídio Romano: poder eclesiástico e poder secular. 
5) Guilherme de Ockham: uma política do indivíduo.
 
1) Sobre a recepção medieval de Agostinho de Hipona: cidade de Deus e cidade dos homens. 2) Pseudo-Dionísio, o Areopagita: hierarquia celeste e hierarquia eclesiástica. 3) Tomás de Aquino: as leis (divina, natural, humana e revelada). 4) Egídio Romano: poder eclesiástico e poder secular. 5) Guilherme de Ockham: uma política do indivíduo.
 
 
Avaliação
     
Método
Trabalho escrito e/ou seminário.
Critério
A nota final será aquela da atividade de avaliação proposta. Se houver mais de uma atividade, o peso de cada uma será indicado pelo professor responsável pela disciplina.
Norma de Recuperação
Elaboração de prova ou dissertação, a critério do professor, versando sobre conteúdos do curso, cuja nota substituirá a da primeira avaliação.
 
Bibliografia
     
Fontes:
AGOSTINHO DE HIPONA. A Cidade de Deus. Trad. O. P. Leme. Petrópolis: Vozes, 2010, 2 vol.
EGÍDIO ROMANO. Sobre o poder eclesiástico. Trad. C. P. B G. Vel Lejbman e L. A. de Boni. Petrópolis: Vozes, 1989.
GUILHERME DE OCKHAM. Obras políticas. Trad. J. A. Souza. Porto Alegre: Edipucrs, 1999.
JOÃO DE QUIDORT. Sobre o poder régio e papal. Trad. L. A. de Boni. Petrópolis: Vozes, 1989.
PSEUDO-DIONÍSIO. Obra completa. Trad. R. A. Frangiotti. São Paulo: Paulus, 2004.
TOMÁS DE AQUINO. Escritos políticos. Trad. C. A. R. Nascimento e B. Souza Netto. Petrópolis : Vozes, 1997.

Estudos:
ARQUILLIÈRE, H.-X. L’augustinisme politique. Essai sur la formation des théories politiques du Moyen Âge. Paris: J. Vrin, 1955.
BASTIT, M. Nascimento da lei moderna: o pensamento da lei de Santo Tomás a Suárez. Trad. M. Galvão e C. Berliner. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010.
FINNIS, J. Lei natural e direitos naturais. Trad. L. Mendes. São Leopoldo: Unisinos, 2007.
DE MURALT, A. L’unité de la philosophie politique. De Scott, Occam et Suarez au libéralisme contemporain. Paris: J. Vrin, 2002.
ULLMANN, W. Historia del pensamiento político en la Edad Media. Trad. R. Vilaró Piñol. Barcelona: Ariel, 2006.
 

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