Compreender a razão irracional capitalista, de modo a analisar as determinações espaciais da forma-valor. Neste sentido, observar elementos que contribuam à compreensão de que o próprio espaço, como elemento necessariamente constituinte de uma realidade econômica moderna, onde a riqueza em sua forma abstrata e tautológica, isto é, com um fim em si mesmo, é elo lógico de uma possibilidade social na medida em que se efetiva como ilusão de sucessão a tornar possível, através do fetiche, o seu oposto, isto é, as determinações espaciais (contraditórias) para esta formação econômico social. Aprecia-se, no entanto, a importância da efetivação de uma realidade a partir de suas determinações abstratas, do que se deriva para uma necessária análise da condição abstrata do espaço na modernização. Isto tudo em contraposição com o que forma o argumento científico de Geografia a partir de uma defesa materialista do espaço, isto é, que se apropria, na justificativa de sua disciplinaridade, da materialidade do espaço como principal argumento
Estudam-se as relações categoriais do capital em abstrato, determinando formas sociais que efetivam uma relação entre ao simultâneo (espaço) e sucessivo (tempo). Para isso, além de atividades teóricas realizam-se atividades práticas como trabalho de campo.
1. Aspectos de uma Geografia Econômica Francesa e sua influência na Geografia Brasileira, através de um pensamento desenvolvimentista, de modo a confrontá-lo com uma perspectiva donde as contradições da forma-valor e dos processos de acumulação de capital passam a ser objeto da análise geográfico-econômica. 2. Valor e forma-valor. O fetiche da mercadoria e do capital como explanação da relação entre simultaneidade e sucessão. 3. Distinção entre F.E.S pré-capitalistas e F.E.S capitalista de modo a considerar o problema relativo à simultaneidade e à linearidade temporais como referências explicativas às determinações espaciais do mundo moderno. Trata-se, assim, de observar as relações entre acumulação de capital e determinações espaciais. 4. Observações a respeito da divisão social do trabalho como elemento constituinte e necessário da modernização. 5. Reprodução e reprodução crítica do capital em seus aspectos espaciais, o problema da “compressão temporal”. 6. Uma análise da grande indústria sob a perspectiva de uma distinta forma de realização têmporoespacial do capital e de seu processo de acumulação. Imperialismo e a queda tendencial da taxa de lucro. 7. O Espaço como teoria e como método. 8. Observações relativas à reprodução capitalista na periferia do sistema. A noção de periferia, alguns aspectos. 9. A distinção entre periferia e países subdesenvolvidos
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