A formação econômica e social capitalista guarda aspectos particulares na forma brasileira de sua constituição; enquanto realidade econômica e social forma-se segundo os pressupostos de uma i-racionalidade moderna, determinada pelos sentidos da mercadoria como elo entre uma dimensão colonial/nacional/industrial /financeria e a reprodução da realidade mundial. Busca-se, assim, uma apreensão do conhecimento que, ao se apropriar de formas clássicas de conhecimento sobre as formações modernas, não se feche numa leitura modelar, mas resguarde em sua apreensão a particularidade de uma formação que seja, na dimensão têmporo-espacial, o redobrar do moderno por sobre o moderno mesmo. Neste aspecto, todo momento constituinte do moderno e da modernização é, em algum aspecto, a reiteração da reprodução daquilo que faz do colonial/nacional/indústria/financeiro uma reprodução do mundial. Trata-se, portanto, de discutir como que o Estado de São Paulo se constitui como uma forma espaço-temporal de reprodução desta relação.
. Ementa: Estuda-se a modernização do Estado de São Paulo segundo a forma periférica do capitalismo mundial que, através deste Estado, pode revelar as contradições entre o universal e o particular do/no conceito de capital. Sob a divisão internacional do trabalho a periferia do sistema capitalista se forma negativamente. Para isso tanto atividades teóricas como os trabalhos de campo são exigidos como prática pedagógica.
1. A formação negativa econômico e social (brasileira). 1.1. O Estado de São Paulo no contexto colonial 1.2. A questão indígena no planalto paulista. Os aldeamentos indígenas. 2. São Paulo e a Cafeeicultura 2.1. Contradições agrário-urbanas no Estado de São Paulo. 2.2. A divisão campo cidade na crise do café. Aspectos de uma modernização negativa. 2.3. Alguns elementos sobre a industrialização negativa de São Paulo. Modernização e negatividade categorial. 2.4. Elementos da agroindústria canavieira. A crise como determinação da expansão agroindustrial no Estado de São Paulo. O Pró-Alcool. 3. A metropolização de São Paulo e crise periférica do urbano e da cidade.
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