Na história das ciências no Brasil há uma variedade muito grande de temas e posições teóricas em estudos diversificados, incluindo a formação histórica do país, a criação de instituições científicas, o ensino, a pesquisa, etc. Neste curso procura-se discutir alguns autores que auxiliem a compreender as relações entre ciência e sociedade, além de dar uma visão de conjunto da institucionalização das ciências no Brasil e das grandes transformações técnico-científicas ocorridas ao longo da história do país, mostrando seus aspectos de descontinuidades e permanências.
Trata-se de apresentar uma visão geral de práticas e conhecimentos chamados de ciências, técnicas e tecnologias como se apresentam e se desenvolvem nos diferentes períodos da história do Brasil - Colônia, Império e República. Das técnicas e saberes indígenas e dos trabalhadores escravos e livres, passando pelos viajantes, imigrantes, a constituição de instituições de ensino e pesquisa nas diversas áreas, ciência e tecnologia são analisadas nos seus aspectos de descontinuidades e permanências e como atividades humanas relacionadas a outras variáveis do processo histórico, como as econômicas, políticas, culturais, etc.
• Introdução aos estudos de ciência e tecnologia: questões teóricas, metodológicas e novas abordagens;• Estudos de ciência e tecnologia e as recentes abordagens culturais• História da historiografia das ciências no Brasil e América Latina• História das ciências no período colonial• Ciência e tecnologia no Brasil Império• Viajantes e a História Natural• Os museus de ciências• História das ciências no período republicano• A recepção ao darwinismo • Práticas de cura• Introdução à Saúde Pública• A vacina e o espaço urbano• As diferentes eugenias e suas relações políticas, científicas e culturais• Produção experimental: a microbiologia e a medicina • A produção de saberes, objetos e práticas em suas articulações
BENCHIMOL, Jaime. Dos micróbios aos mosquitos: febre amarela e revolução pasteuriana no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz/ Editora UFRJ, 1999.BIZZO, N. História de la ciencia y enseñanza de la ciencia: ¿Qué paralelismo cabe estabelecer. CL & E: Comunicación, lenguaje y educación, 18, 05-14. 1993.COELHO, Edmundo Campos. As profissões imperiais: medicina, engenharia e advocacia no Rio de Janeiro 1822 - 1930. Rio de Janeiro/São Paulo: Editora Record, 1999.CORRÊA, Mariza. As ilusões da liberdade: a escola Nina Rodrigues e a antropologia no Brasil. Bragança Paulista: São Paulo, Editora da Universidade São Francisco, 2001. DANTES, Maria Amélia M. Espaços da Ciência no Brasil. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2001.EDLER, Flávio Coelho. A constituição da medicina tropical no Brasil oitocentista: da climatologia à parasitologia médica. Tese de doutorado, Instituto de Medicina Social, RJ, 1999.FERNANDES, Tânia. Vacina Antivariólica: ciência, técnica e o poder dos homens (1808-1920). Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 1999.FIGUEIRÔA, Sílvia F. de M. (Org.). Um Olhar sobre o Passado: História das Ciências na América Latina, Campinas, 2000.FOUCAULT, Michel. O nascimento da Clínica. Forense Universitária, RJ, 1980.HOCHAMN, Gilberto. A era do saneamento: as bases da política de saúde pública no Brasil. São Paulo: Ed. Hucitec, 1998.KUHN, Thomas S. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Editora Perspectiva, 1994.LANGEVIN, Paul. “O Valor Educativo da História das Ciências”. In: GAMA, Ruy. Ciência e Técnica: Antologia de Textos Históricos. São Paulo: T. A. Queiroz, 1992.LATOUR, Bruno & WOOLGAR, Steve. A vida de laboratório: a produção dos fatos científicos. Rio de Janeiro : Relume Dumará, 1997. LATOUR, Bruno. A esperança de Pandora. Bauru, SP: EDUSC, 2001. Tradução Gilson César Cardoso de Sousa. pp. 97-132, ISBN 85-7460-062-8.LATOUR, Bruno. Ciência em ação. São Paulo: Unesp, 2000b. LIMA, Nísia Trindade. Missões civilizatórias da República e interpretação do Brasil. In: História, Ciências, Saúde – Manguinhos, vol. V (suplemento), jul. 1998, p. 163-93.LOPES, Maria Margarida. O Brasil Descobre a Pesquisa Científica. Hucitec, 1997.LOWY, Ilana. Universalidade da ciência e conhecimentos “situados”. In: Cadernos Pagu, Núcleo de Estudos de Gênero-Pagu/Unicamp, 15, 2000, p. 15-38.MACHADO, Roberto et al. Danação da norma: medicina social e constituição da psiquiatria no Brasil. Rio de Janeiro : Edições Graal, 1978.MAGALHÃES, Gildo. Força e luz. S. Paulo: Unesp, 2000.MICELI, Sérgio. História das Ciências Sociais no Brasil. 2 vols.MOTOYAMA, Shozo (Org.). Prelúdio para uma História: Ciência e Tecnologia no Brasil. São Paulo: EDUSP, 2004MOTT, Maria Lucia e SANGLARD, Gisele (orgs.). História da saúde: São Paulo: instituições e patrimônio histórico e arquitetônico (1808-1958) / Barueri, SP: Minha Editora, 2011.NADAI, Elza. Ideologia do progresso e ensino superior (São Paulo 1891 - 1934). São Paulo: Edições Loyola, 1987.QUEIROZ, Francisco A. de. A Revolução Microeletrônica: Pioneirismos Brasileiros e Utopias Tecnotrônicas. São Paulo: Annablume/FAPESP, 2007.RIBEIRO, Márcia - A ciência dos trópicos (S. Paulo: Hucitec, 1997).RIBEIRO, Maria Alice Rosa. História sem fim: inventário de saúde pública. São Paulo, Unesp, 1993.SCHWARTZMAN, Simon. Formação da comunidade científica brasileira. São Paulo: Ed. Nacional, 1979.SHAPIN, Steven e SCHAFFER, Simon. El Leviathan y la bomba de vacío. Hobbes, Boyle y la vida experimental. Bernal : Universidad Nacional de Quilmes, 2005. SHAPIN, Steven. A Revolução Científica. Capítulo I. Lisboa, Difel, 1996.SANTOS FILHO, Gildo Magalhães - Força e luz. S. Paulo: Unesp, 2000.SILVA, Márcia Regina Barros da. O processo de urbanização paulista: a medicina e o crescimento da cidade moderna. Revista Brasileira de História. [online]. 2007, vol.27, n.53, pp. 243-266. http://www.scielo.br/pdf/rbh/v27n53/a11v5327.pdfSTEPAN, Nancy - Gênese e evolução da ciência brasileira (R. Janeiro: Artenova, 1976).