Analisar historiograficamente temas que, a julgar por sua forte presença em currículos escolares, manuais, obras de divulgação científica e livros didáticos, parecem conformar as partes fundamentais do entendimento geral que professores de História e alunos do ensino fundamental, médio e pré-vestibular possuem sobre a história dos povos ameríndios no período Colonial, especialmente daqueles que ocupavam a chamada América Espanhola. Esse será o ponto de partida para procurarmos entender quais seriam as premissas e fundamentos teóricos que embasaram a longeva presença desses “temas e abordagens clássicos” nesses meios de divulgação científica e no ensino de modo geral. Ao mesmo tempo, procuraremos entender também as premissas e fundamentos da ausência ou do esquecimento historiográfico e curricular de outros temas, como as atuações e motivações políticas das populações indígenas no mundo colonial.Esses últimos temas vêm sendo estudados nas últimas duas ou três décadas por pesquisas que se situam na fronteira entre a Arqueologia, a Antropologia e a História. Essas pesquisas procuram mostrar que os processos históricos ocorridos em nosso continente na época colonial não significaram apenas constantes e crescentes “perdas culturais” para a população nativa e que, tampouco, foram dirigidos exclusivamente por agentes históricos ou processos de origem europeia, frente aos quais as populações nativas apenas sucumbiram, reagiram ou colaboraram incondicionalmente. Com uma abordagem diversa, tais pesquisas procuram mostrar que as populações nativas foram sujeitos históricos plenos nesse período, isto é, atuaram de maneira diversa e particular e foram movidas por “pautas”, projetos e modos de entendimento próprios – e, obviamente, distintos em relação aos da época pré-hispânica.Em suma, procuraremos entender as razões historiográficas – relacionadas diretamente a razões acadêmica ou políticas – da ausência ou da “estereotipia” dos povos indígenas em grande parte dos meios de divulgação científica e de ensino de História. Diante desse quadro, procuraremos mostrar que os estudos de História Indígena podem ser importantes ferramentas para a construção de uma visão mais complexa e menos estereotipada dos eventos e processos históricos do período colonial.
Desde a instituição acadêmica das ciências sociais, no século XIX, os povos ameríndios têm sido objetos preferenciais de estudo da Arqueologia e da Antropologia, responsáveis por enormes realizações no conhecimento desses povos e, também, por grandes avanços nas ciências humanas em geral. No entanto, nas últimas quatro ou cinco décadas, surgiu e se consolidou um vigoroso debate acadêmico sobre as limitações dessas duas disciplinas ao abordarem os povos ameríndios, pois deixavam de privilegiar aspectos fundamentais ou grandes períodos de sua história e cultura. Algumas questões podem exemplificar os aspectos ou períodos sobre os quais recai essa relativa limitação das abordagens mencionadas. Como considerar a relevância da atuação individual ou coorporativa na constituição das macroestruturas sociopolíticas que foram erigidas e tiveram vigência durante o período pré-hispânico? Quais foram as transformações e as continuidades mais significativas entre os povos ameríndios, desde o início do período colonial até os séculos XIX e XX? Qual a importância das diversas formas de atuação histórica dos povos e sujeitos ameríndios para a construção do regime colonial? Quais as diferentes formas de relação entre os povos ameríndios e os Estados-Nações do continente americano? Quais as relações entre o conhecimento acadêmico produzido sobre os povos indígenas e a memória social mais ampla, vinculada às outras populações que compõem os atuais Estados-Nações do continente americano? Como esse conhecimento e memória social incidiram sobre as políticas públicas dos Estados-Nações para os povos ameríndios? Quais as relações entre esse conhecimento acadêmico, essa memória social e os projetos educacionais de ensino de História desenvolvidos no ensino médio e fundamental?A relevância da atuação individual ou corporativa na construção de acontecimentos, conjunturas, processos e estruturas; a incessante transformação de qualquer sociedade humana e suas longas continuidades; e a relação entre conhecimento acadêmico, memória social, políticas públicas e ensino de História. De modo geral, tais questões têm sido bastante familiares aos historiadores e, desse modo, nessas últimas quatro ou cinco décadas, ao voltar sua atenção para o estudo dos povos ameríndios, eles têm contribuído com abordagens complementares às realizadas pela Arqueologia e Antropologia, seja no estudo dos povos pré-hispânicos (por exemplo, debatendo sobre a atuação do indivíduo ou de corporações sociais específicas na construção das macroestruturas sociopolíticas) ou no estudo de povos dos séculos XIX e XX (por exemplo, contribuindo para o entendimento das transformações socioculturais e econômicas que moldaram as sociedades ameríndias estudadas pelos antropólogos em trabalhos de campo).Não obstante essas importantes contribuições para o estudo dos povos ameríndios do período pré-hispânico e dos séculos XIX e XX, a atuação dos historiadores têm sido ainda mais relevante nos estudos direcionados aos povos do período colonial. Isso porque, de modo geral, tal período havia sido relegado, desde o século XIX, a uma espécie de “limbo científico”, não abrangido pelos estudos arqueológicos – preferencialmente voltados ao período pré-hispânico – nem pelos estudos antropológicos – majoritariamente focados sobre os povos ameríndios contemporâneos. Atualmente, é mais ou menos consensual que os povos ameríndios do período colonial precisam ser objetos de pesquisas próprias e específicas, seja por suas características e atuações históricas irredutíveis às de seus antepassados pré-hispânicos ou às de seus descendentes dos séculos XIX e XX, seja por sua participação fundamental na construção do regime colonial, com o qual entabularam uma enorme e variada gama de tipos de relação, que vão desde a colaboração até a mais ferrenha resistência, passando por rebeliões pontuais, pelo isolamento voluntário e por outras posturas e atitudes. Além disso, os estudos históricos sobre os povos ameríndios do período colonial também têm contribuído decisivamente para as pesquisas sobre os povos ameríndios do período pré-hispânico e dos séculos XIX e XX, seja elucidando o contexto de produção e uso de fontes coloniais centrais para o entendimento e interpretação de vestígios materiais, figurativos e escritos do período pré-hispânico, seja por explicar e apontar transformações decisivas na conformação das sociedades indígenas dos séculos XIX e XX, entendidas, cada vez mais, como resultados de suas condições históricas durante o período colonial.Às contribuições que o historiador tem levado às pesquisas antropológicas, arqueológicas ou multidisciplinares, somam-se as não menos relevantes contribuições que o historiador voltado aos povos indígenas tem trazido para a sua própria disciplina, seja no âmbito da investigação acadêmica ou no âmbito da formação dos professores de História – os quais caminham de modo bastante interligado em nosso curso de graduação. No primeiro caso, tais vantagens residiriam, centralmente, em propiciar um contato amplo e contínuo entre a sua disciplina e os estudos da Arqueologia e da Antropologia, cujos marcos teóricos e debates conceituais, especialmente no caso dessa última disciplina, têm sido fundamentais para grandes e importantes mudanças na ciência histórica ao longo do século XX. Ainda com relação ao primeiro caso, as pesquisas históricas sobre as populações indígenas coloniais têm sido fundamentais para suprir lacunas e rever modelos explicativos da história do continente americano bastante difundidos (por exemplo, questionando a difundida visão dicotômica da conquista e colonização europeia do continente, que supostamente oporia, desde o início do século XVI até o início do século XIX, europeus e nativos). No segundo caso, tais vantagens residiriam em propiciar aos futuros pesquisadores e professores de história o contato com uma vasta e especializada bibliografia de estudos ameríndios, composta por obras redigidas nessas últimas quatro ou cinco décadas, tanto por arqueólogos e antropólogos quanto por historiadores, as quais têm sido praticamente ignoradas em nossa grade curricular, fato que, inevitavelmente, compromete a competência dos egressos de nosso curso de história para lidar com o ensino da história indígena nos níveis fundamental e médio.Por todas essas razões, é fundamental colocar o aluno do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, futuro historiador e professor de História, em contato com um objeto historiográfico já cinquentenário – os povos ameríndios –, assim como em contato com as outras disciplinas que a ele têm se dedicado de modo ainda mais longevo – a Arqueologia e a Antropologia –, preparando-o tanto para realizar pesquisas históricas sobre tal objeto como para lidar com as leis, manuais de história, livros didáticos e paradidáticos que tratam da história dos povos ameríndios em sua atividade professoral. Acreditamos que esse objetivo geral e amplo possa ser atingido por meio de uma disciplina optativa que realize objetivos mais específicos, descritos abaixo.
ConteúdoMódulo I – A América Pré-colombiana: cenário para a atuação do homem europeu?1. A Mesoamérica: muito além dos maias e astecas2. Os Andes centrais: muito além dos incas3. Amazônia e Circuncaribe: tribos e xamãs versus cacicados e sacerdotes?Módulo II – A conquista da América: fim da história indígena?4. A chegada dos europeus ao Circuncaribe e a sua conquista: epidemias, pactos e guerras entre europeus e nativos5. A rápida queda da Tríplice Aliança e a longa resistência das confederações e senhorios maias6. A conquista do Tahuantinsuyu: estavam os incas em guerra civil à chegada dos castelhanos?Módulo III – A “conquista espiritual” da América: sucesso ou fracasso?7. As distintas propostas e práticas missionárias: os vice-reinos da Nova Espanha e do Peru8. A recepção da nova ordem política e do cristianismo pelas elites nativas e nativo-cristãs da Nova Espanha e do PeruMódulo IV – As sociedades coloniais na Nova Espanha e Peru dos séculos XVII e XVIII: transformações e continuidades, choques e adaptações entre castelhanos e indígenas9. A estrutura sociopolítica na América Espanhola: qual o status do indígena?10. Privilégio, tributo e servidão indígenas nos vice-reinos da Nova Espanha e do Peru11. As Reformas Borbônicas e as rebeliões indígenas do século XVIII: o que mudou para os indígenas?Reflexões finais e encerramento12. O historiador e a História Indígena: novas propostas e problemas políticos atuais
ADAMS, R. E. W. & MACLEOD, Murdo (ed.). The Cambridge history of the native peoples of the Americas. Volume II. Mesoamerica. Cambridge: Cambridge University Press, 1999.ADORNO, Rolena. Guaman Poma. Writing and resistance in Colonial Peru. 2a. edição, Austin, University of Texas Press, 1991.BARNADAS, Josep M. A Igreja Católica na América Espanhola colonial. In: BETHELL, Leslie. História da América Latina: América Latina colonial, vol. I. Tradução Maria Clara Cescato, 2ª. edição, São Paulo: Edusp & Brasília: Fundação Alexandre Gusmão, 1998. pp. 521-551.BENNETT, Wendell C. The andean highlands: an introduction. In: Handbook of south american indians. Volume 2. The andean civilizations. Editor Julian H. Steward. Nova Iorque: Cooper Square Publishers, 1963. pp. 1-60.BERNAND, Carmen. El mundo andino: unidad y particularismos. In: BERNAND, Carmen (comp.). Descubrimiento, conquista y colonización de América a quinientos años. México: CONACULTA & FCE, 1994 (Sección de obras de Historia). p. 67-90.BETHELL, Leslie (org.). História da América Latina. América Latina colonial. 2 volumes. Tradução Maria Clara Cescato e outros, 2ª. edição (vol. 1) e 1a. reimpressão (vol.2), São Paulo: Edusp & Brasília, DF: Fundação Alexandre Gusmão, 1998 e 2004.BOONE, Elizabeth Hill & CUMMINS, Tom (editores). Native traditions in the postconquest world. A symposium at Dumbarton Oaks – 2nd through 4th October 1992. Washington: Dumbarton Oaks Research Library and Collection, 1998. pp. 421-447.BRICKER, Victoria Reifler. El cristo indígena, el rey nativo. El sustrato histórico de la mitología del ritual de los mayas. Tradução de Cecilia Paschero. 1a. reimpressão, México: FCE, 1993 (Sección de Obras de Antropología).BROTHERSTON, Gordon. La América indígena en su literatura: los libros del cuarto mundo. Tradução de Teresa Ortega Guerrero e Mónica Utrilla, México: FCE, 1997 (Sección de Obras de Historia).CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. Introdução a uma história indígena. In: História dos índios no Brasil. Organização Manuela Carneiro da Cunha. 2a. edição. São Paulo: Companhia das Letras & Secretaria Municipal de Cultura & FAPESP, 1998. pp. 9-24.CARRASCO, Pedro. Estructura político-territorial del imperio tenochca. La Triple Alianza de Tenochtitlan, Tetzcoco y Tlacopan. México: El Colegio de México & Fideicomiso Historia de las Américas & FCE, 1996 (Sección de Obras de Antropología).CHIARAMONTE, José Carlos. Modificaciones del pacto imperial. In: ANNINO, Antonio & outros (direção). De los impérios a las naciones: Iberoamérica. Zaragoza: Iber-Caja & Obra Cultural, 1994. pp. 107-128.CLENDINNEN, Inga. Aztecs: an interpretation. Cambridge: Cambridge University Press, 1991.COOK, Noble David. Impact of disease in the sixteenth-century andean world. In: Disease and demography in the Americas. Editores John W. Verano e Douglas H. Ubelaker. Washington e Londres: Smithsonian Institution Press, 1992. pp. 207-213.DENEVAN, Willian M. (ed.). In: The native population of the Americas in 1492. Wisconsin: The University of Wisconsin Press, 1973.DOBYNS, Henri F. Native american trade centers as contagious disease foci. In: Disease and demography in the Americas. Editores John W. Verano e Douglas H. Ubelaker. Washington e Londres: Smithsonian Institution Press, 1992. pp. 215-222.FARRIS, Nancy. Indian in Colonial Yucatan: three perspectives. In: Spaniards and Indians in Southeastern Mesoamerica. Essays on the history of ethnic relations. Editores Murdo J. MacLeod & Robert Wasserstrom. Lincoln & Londres: University of Nebraska Press, 1983.FAUSTO, Carlos. Os índios antes do Brasil. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2000 (Descobrindo o Brasil).FLORES GALINDO, Alberto. Buscando un inca. Identidad y utopía en los Andes. México: Editorial Grijalbo & Consejo Nacional para la Cultura y las Artes, 1993 (Claves de América Latina).GIBSON, Charles. As sociedades indígenas sob o domínio espanhol. BETHELL, Leslie (org.). História da América Latina. América Latina colonial. Vol. 2. Tradução Mary Amazonas Leite de Barros e Magda Lopes, 1ª. reimpressão, São Paulo: Edusp & Brasília, DF: Fundação Alexandre Gusmão, 2004. pp. 269-308.GRUZINSKI, Serge. La colonización de lo imaginario. Sociedades indígenas y occidentalización en el México español, siglos XVI-XVIII. Tradução Jorge Ferreiro. 2ª. edição. México: FCE, 1995.GUERRA, François Xavier. La modernidad absolutista. In: Modernidad e indenpendencias. Ensayos sobre las revoluciones hispánicas. Madri: Editorial Mapfre, 1992 (Colección Relaciones entre España y América / Colecciones Mapfre 1492). pp. 55-83.HELMS, Mary W. The indians of the Caribbean and Circum-Caribbean at the end of the fifteenth century. In: The Cambridge history of Latin America. Volume I - Colonial Latin America. Editor Leslie Bethell. Cambridge, Londres, Nova Iorque, Nova Rochelle, Melbourne e Sidnei: Cambridge University Press, 1984. pp. 37-57.KARNAL, Leandro. Teatro da fé. Representação religiosa no Brasil e no México do século XVI. São Paulo: Hucitec e História Social USP, 1998.LATHRAP, Donald W. O alto Amazonas. Tradução Maria Adelaide Garcia. Lisboa: Editorial Verbo (Historia Mundi, 40).LEÓN PORTILLA, Miguel. A Mesoamérica antes de 1519. In: BETHELL, Leslie. História da América Latina: América Latina colonial, vol. I. Tradução Maria Clara Cescato, 2ª. edição, São Paulo: Edusp & Brasília: Fundação Alexandre Gusmão, 1998. pp. 25-61.LÉVI-STRAUSS, Claude. História e etnologia. Tradução Wanda Caldeira Brant. 3a. edição, Campinas: Depto. de Antropologia do IFCH da UNICAMP, 2004 (Textos Didáticos nº. 24).______. O pensamento selvagem. Tradução Tânia Pellegrini. 5a. edição, Campinas: Papirus, 2005.LOCKHART, James. The nahuas after the conquest. A social and cultural history of the indias of Central Mexico, sixteenth through eighteenth centuries. Stanford, California: Stanford University Press, 1992.LÓPEZ AUSTIN, Alfredo. Hombre-dios: religión y política en el mundo náhuatl. México: UNAM – IIH, 1973. (Serie de Cultura Náhuatl. Monografías 15).LOWIE, Robert H. The tropical forests: an introduction. In: Handbook of south american indians. Volume 3. The tropical forest tribes. Editor Julian H. Steward. Nova Iorque: Cooper Square Publishers, 1963. pp. 1-56.LUMBRERAS, Luis G. De los pueblos, las culturas y las artes del antiguo Perú. Lima: Moncloa-Campodónico Editores Asociados, 1969.MANZANILLA, Linda & LÓPEZ LUJÁN, Leonardo (coordenadores). Historia antigua de México. 4 volumes. 2a. edição, México: INAH & IIA – UNAM & Miguel Ángel Porrúa, 2001.MEGGERS, Betty J. América Pré-histórica. Tradução Eliana Teixeira de Carvalho. 2a. edição, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.MILLONES, Luis. Historia y poder en los Andes Centrales (desde los orígenes ao siglo XVII). Madri: Alianza Editorial, 1987 (Alianza América Monografías).MIRA CABALLOS, Esteban. Las Antillas Mayores. 1492-1550. Ensayos y documentos. Madri & Frankfurt: Iberoamericana & Vervuert, 2000.MONTEIRO, John Manuel. Armas e armadilhas. História e resistência dos índios. In: A outra margem do Ocidente. Organização Adauto Novaes. São Paulo: Companhia da Letras & Minc-Funarte, 1999. pp. 237-249.______. Labor systems, 1492-1850. In: Cambridge Economic History of Latin America. Edição John H. Coatsworth & Roberto Cortés-Conde & Victor Bulmer-Thomas (no prelo). Disponível em < http://www.ifch.unicamp.br/ihb/estudos/Labor1492-1850.pdf> Consultado em junho de 2008.MURRA, John. As sociedades andinas anteriores a 1532. In: História da América Latina: América Latina colonial, I. Tradução Maria Clara Cescato, 2ª. edição, São Paulo: Edusp & Brasília, DF: Fundação Alexandre Gusmão, 1998. pp. 63-99.______. Las etnocategorías de un khipu estatal. In: LECHTMAN, Heather & SOLDI, Ana María (org). La tecnología en el mundo andino. Tomo I: subsistencia y mensuración. 2a. edição. México, Universidad Nacional Autónoma de México, 1985, pp.434-442.NAVARRETE LINARES, Federico. Las fuentes indígenas: más allá de la dicotomía entre historia y mito. Disponível em Consultado em 09 de dezembro de 2000.______. La conquista europea y el régimen colonial. In: MANZANILLA, Linda & LÓPEZ LUJÁN, Leonardo (coordenadores). Historia antigua de México. Vol. III. 2a. edição, México: INAH & IIA – UNAM & Miguel Ángel Porrúa, 2001. pp. 371-405.NEVES, Eduardo Góes. Paths in dark waters: Archaeology as indigenous history in the upper Rio Negro basin, northwest Amazon. Tese de doutorado. Bloomington: Department of Anthropology – Indiana University, 1998.NICHOLSON, H. B. Middle American ethnohistory: an overview. In: WAUCHOPE, Robert (editor geral) & CLINE, Howard F. (editor dos volumes). Handbook of Middle American Indians. vol. 15. Austin e Londres: University of Texas Press, 1975. pp. 487-505.O’GORMAN, Edmundo. A invenção da América: reflexão a respeito da estrutura histórica do Novo Mundo e do sentido do seu devir. (tradução Ana Maria Martinez Corrêa e Manuel L. Belloto). São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1992. (Biblioteca Básica).PAGDEN, Anthony. La caída del hombre: el indio americano y los orígenes de la etnología comparativa. (tradução Belén Urrutia Domínguez). Madrid: Alianza Editorial, 1988.PEASE G. Y., Franklin. Las crónicas y los Andes. Lima: Pontificia Universidad Católica del Perú & México: FCE, 1995.PÉREZ ROCHA, Emma & TENA, Rafael. La nobleza indígena del centro de México después de la conquista. México DF: INAH, 2000.PIETSCHMANN, Horst. Las reformas borbónicas y el sistema de intendencias en la Nueva España. Un estudio político administrativo. Tradução Rolf Roland Meyer Mistelli. México: FCE, 1996.PORRO, Antonio. O povo das águas. Ensaios de etnohistória amazônica. Rio de Janeiro: Vozes, 1995.RESTALL, Matthew. Sete mitos da conquista espanhola. Tradução Cristiana de Assis Serra. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.ROMERO GALVÁN, José Rubén. Los privilegios perdidos. Hernando Alvarado Tezozómoc, su tiempo, su nobleza, y su Crónica mexicana. México: IIH – UNAM, 2003 (Serie Teoría e Historia de la Historiografía, nº. 1).ROOSEVELT, Anna Curtenius. Arqueologia amazônica. In: História dos índios no Brasil. Organização Manuela Carneiro da Cunha. 2a. edição. São Paulo: FAPESP, Companhia das Letras, Secretaria Municipal de Cultura, 1998. pp. 53-86.ROSTWOROWSKI DE DIEZ CANSECO, María. Estructuras andinas del poder. Ideología religiosa y política. 3a. edição. Lima: Instituto de Estudios Peruanos, 1988 (Historia Andina, 10).ROWE, John Howland. Inca Culture at the time of the spanish conquest. In: Handbook of south american indians. Volume 2. The andean civilizations. Editor Julian H. Steward. Nova Iorque: Cooper Square Publishers, 1963. pp. 183-330.SALOMON, Frank & Schwartz, Stuart B. (organizadores). The Cambridge history of the native peoples of the Americas. Volume III. South America. Part 1. Editores Frank Salomon e Stuart Schwartz. Cambridge: Cambridge University Press, 1999.SALOMON, Frank. Introductory essay: the Huarochirí Manuscript. In: The Huarochirí Manuscript. A testament of ancient and colonial andean religion. 2a. edição. Transcrição George L. Urioste. Tradução, introdução e notas Frank Salomon. Austin: University of Texas Press, 1998. pp. 1-38.SAMPAIO, Patrícia Melo & ERTHAL, Regina de Carvalho (org.). Rastros da Memória. Histórias e trajetórias das populações indígenas na Amazônia. Manaus: EDUA, 2006.SANTOS, Eduardo Natalino dos. A construção de uma nova memória mesoamericana: reflexões sobre a produção histórico-literária de religiosos espanhóis na região do Vale do México no século XVI. In: Revista Tempo Brasileiro – História: Memória e Esquecimento. Direção Eduardo Portella, Rio de Janeiro: Edições Tempo Brasileiro, nº. 135, pp. 181-196, outubro – dezembro de 1998.______. As tradições históricas indígenas diante da conquista e colonização da América: transformações e continuidades entre nahuas e incas. In: Revista de História. Departamento de História, FFLCH-USP. São Paulo: Humanitas & FFLCH-USP, nº. 150, pp. 157-207, 1o. semestre de 2004.______. Tempo, espaço e passado. O calendário, a cosmografia e a cosmogonia nos códices e textos nahuas. São Paulo: Alameda Casa Editorial, 2009.______. Conquista do México ou queda de México-Tenochtitlan? Guerras e alianças entre castelhanos e altepeme mesoamericanos na primeira metade do século XVI. In: Os índios na História do Brasil. Direção John Manuel Monteiro. Disponível em: Desde setembro de 2005.______. Deuses do México indígena. Estudo comparativo entre narrativas espanholas e nativas. São Paulo, Editora Palas Athena, 2002.______. Fontes históricas nativas da Mesoamérica e Andes. Conjuntos e problemas de entendimento e interpretação. In: Clio Arqueológica. Editoras Gabriela Martin Avila e Bartira Ferraz Barbosa. Recife: Programa de Pós-graduação em Arqueologia – Universidade Federal de Pernambuco, nº. 22, vol. I, pp. 7-49, 2007. ______. História e cosmogonia nativo-cristã na Nova Espanha e no Peru. Chimalpahin Cuauhtlehuanitzin e Guamán Poma de Ayala. In: Contextos missionários. Religião e poder no império português. Adone Agnolin e outros (org.). São Paulo: Hucitec & FAPESP, 2011. pp. 308-340.______. Los ciclos calendarios mesoamericanos en los escritos nahuas y castellanos del siglo XVI: de la función estructural al papel temático. In: LEVIN ROJO, Danna & NAVARRETE LINARES, Federico (coord.). Indios, mestizos y españoles. Interculturalidad e historiografía en la Nueva España. México: Universidad Autónoma Metropolitana & Instituto de Investigaciones Históricas – Universidad Nacional Autónoma, 2007. pp. 225-262 (Colección Humanidades – Serie Estudios & Biblioteca de Ciencias Sociales y Humanidades).______. Os códices mexicas: soluções figurativas a serviço da escrita pictoglífica. In: Revista do MAE – USP. São Paulo: MAE da USP, nº. 14, pp. 241-258, 2004.______. Usos historiográficos dos códices mixteco-nahuas. In: Revista de História. Departamento de História, FFLCH-USP. São Paulo: Humanitas & FFLCH-USP, nº. 153, pp. 69-115, segundo semestre de 2005.SAUER, Carl Ortwin. Descubrimiento y dominación española del Caribe. Tradução Stella Mastrangelo. México: Fondo de Cultura Económica, 1984.SCHWARTZ, Suart B. & LOCKHART, James. A América Latina na época colonial. Tradução Maria Beatriz de Medina. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.SPALDING, Karen. The crises and transformation of invaded societies: Andean area (1500-1580). In: The Cambridge history of the native peoples of the Americas. Volume III. South America. Part 1. Editores Frank Salomon e Stuart Schwartz. Cambridge: Cambridge University Press, 1999. pp. 904-972.STERN, Steve J. Los pueblos indígenas del Perú y el desafío de la conquista española, Huamanga hasta 1640. Madrid, Alianza Editorial, 1986.STEWARD, Julian H. The Circum-Caribbean tribes: an introduction. In: Handbook of South American indians. Volume 4. The Circum-Caribbean tribes. Editor Julian H. Steward. Nova Iorque: Cooper Square Publishers, 1963. pp. 1-41.TAYLOR, Anne-Christinne. Génesis de un arcaísmo: la amazonia y su antropología. In: BERNAND, Carmen (comp.). Descubrimiento, conquista y colonización de América a quinientos años. México: CONACULTA & FCE, 1994 (Sección de obras de Historia). p. 91-126.TAYLOR, Gerald. El sol, la luna y las estrellas no son Dios... La evangelización en quechua (siglo XVI). Lima: Instituto Francés de Estudios Andinos & Fondo Editorial de la Pontificia Universidad Católica del Perú, 2003.THEODORO, Janice. América barroca: tema e variações. São Paulo: Edusp & Nova Fronteira, 1992.THOMAS, Nicholas & HUMPHREY, Caroline (ed.). Shamanism, History, and the State. Michigan: University of Michigan Press, 1996.VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. A inconstância da alma selvagem e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2002.WASHBURN, Wilcomb E. Ethnohistory: History in the round. In: Ethnohistory, vol. 8, nº. 1. Duke University Press, inverno 1961. pp. 31-48. www.jstor.org consultado em janeiro de 2006.WAUCHOPE, Robert (editor). Handbook of Middle American Indians – vol. 14-15. Austin: University of Texas Press, 1975.ZUIDEMA, R. Tom. La civilización inca en Cuzco. Tradução de Sergio Fernández Bravo. México: Fondo de Cultura Económica, 1991.WHITEHEAD, Neil. The crises and transformations of invaded societies: the Caribbean (1492–1580). In: SALOMON, Frank & Schwartz, Stuart B. (organizadores). The Cambridge history of the native peoples of the Americas. Volume III. South America. Part 1. Editores Frank Salomon e Stuart Schwartz. Cambridge: Cambridge University Press, 1999. pp. 864-903.AbreviaturasADV – Akademische Druck-und VerlagsanstaltCUP – Cambridge University PressCIESAS – Centro de Investigaciones y Estudos Superiores en Antropología SocialCONACULTA – Consejo Nacional para la Cultura y las ArtesEDUSP – Editora da Universidade de São PauloFAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São PauloFCE – Fondo de Cultura EconómicaFFLCH – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências HumanasIIA – Instituto de Investigaciones AntropológicasIIH – Instituto de Investigaciones HistóricasINAH – Instituto Nacional de Antropología e HistoriaINCP – Instituto Nacional de Cultura del PerúMAE – Museu de Arqueologia e EtnologiaUNAM – Universidad Nacional Autónoma de MéxicoUNICAMP – Universidade Estadual de CampinasUSP – Universidade de São PauloUTP - University of Texas Presssdp – sem data de publicaçãoscp – sem casa publicadoraslp – sem local da publicação