- Observar e analisar noções, concepções e representações de tempo construídas por várias sociedades ao longo da história, mas com ênfase no mundo ocidental entre os séculos XVIII e XXI.- Propor tópicos de um diálogo interdisciplinar, envolvendo História, Ciências da Natureza, Psicologia e Arte, dentre outros campos.- Discutir tópicos teóricos e metodológicos em torno das possibilidades de construção e prática de uma história social do tempo.
Tempo é noção fundamental para o conhecimento histórico; mais do que isso, toda e qualquer sociedade, necessariamente, forja e vive modos de relacionamento coletivo com algo que pode ser assim denominado – e que assim se converte em um tempo histórico. Desse modo, não apenas é imprescindível que o historiador lide com noções de tempo, como também que as considere como socialmente construídas e conceitualmente expressas (em termos como passado, presente, futuro, época, história, etc.). Esse duplo estudo é o objeto deste curso, concebido sob a forma de duas linhas de desenvolvimento simultâneas: uma de caráter histórico-sequencial, outra de caráter temático abrangente.
1 – Apresentação do problema: o tempo como objeto de estudo histórico.2 – As sociedades e os ciclos da natureza.3 – Cosmogonias, teogonias e os tempos mítico-religiosos.4 – Contraponto I: o tempo segundo as Ciências da Natureza.5 – Marcações e medições: os relógios, a cronologia e o tempo preciso.6 – Historia, magistra vitae e o conceito de história/História no mundo ocidental7 – Contraponto II: o tempo em sociedades orientais.8 – A revolução industrial, o capitalismo e o novo tempo do trabalho.9 – Revoluções políticas e a invenção do futuro.10 – Contraponto III: vida e morte. Sociedades e tempos biológicos.11 – O advento do indivíduo e a subjetivação do tempo.12 – Utopia e distopia no mundo contemporâneo.13 – Exibição e discussão de filme.14 – Encerramento: Modernidade e Pós-modernidade - o que fazer do tempo?
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