Os estudos de história econômica ganharam um impulso renovado nos anos 1990, em parte como resultado das possibilidades metodológicas abertas pelas teorias neoclássicas, em parte - e paradoxalmente - como uma resposta à hegemonia neoclássica no âmbito da econometria. Em que pese esse impulso, um problema permanece para a Idade Média e para a Antiguidade: a aplicabilidade do termo “economia” antes do advento da época moderna. Karl Polanyi mostrou que a “economia” não ocupa, nas sociedades e na história, os mesmos espaços, podendo assumir formas distintas se está ou não “encrustada” no funcionamento das relações de parentesco ou nas relações político-religiosas. Estudos sobre a circulação, o valor e a gestão dos bens sustentam que os comportamentos “pré-modernos” em relação à abundância e à escassez podem sim ser definidos em termos econômicos. Este curso pretende, portanto, discutir as possibilidades e os limites do uso da noção de “economia” para a compreensão das sociedades antigas, em particular as sociedades medievais.
A disciplina aborda as diferentes concepções acerca da economia, desde a Antiguidade até o final da Idade Média. Também discute o lugar que as principais teorias da modernização atribuem à economia das sociedades pré-modernas. Finalmente, apresenta textos teóricos e práticos produzidos antes do advento da modernidade e que podem auxiliar na compreensão da economia. A disciplina também destinará 20 horas para o planejamento e desenvolvimento de práticas extensionistas, a serem computadas nas ACE constantes do Histórico Escolar do aluno. Essa atividade deverá ser voltada para o público externo à Universidade, previamente delimitado pelo aluno e com aval do professor, e deverá ter caráter historiográfico, que poderá assumir diferentes formas, tais como: formação historiográfica de público- externo à universidade, formação continuada de professores da rede básica, atividades e organização de eventos culturais com temas históricos, atividades de preservação patrimonial, organização documental e direito à memória, exposições, performances teatrais, intervenções urbanas, ações vinculadas a monumentos e contra monumentos, placas comemorativas, roteiros turísticos, dentre outros, podendo ser de caráter presencial ou remoto, de acordo com as definições institucionais e normas vigentes na Universidade. O desenvolvimento das atividades se fará sob a tutoria do docente- responsável pela disciplina, sendo avaliada conforme as regras vigentes para aprovação em disciplinas, mediante relatório final e sistematização da avaliação pelo grupo social envolvido, conforme indicadores previamente definidos pelo docente e pelos alunos envolvidos.
"Economia Política" e "Economia Moral”; A Oikonomia antiga; A economia do cristianismo; Sociedades pré-modernas e teorias da modernização: Karl Marx e Max Weber; Antropologia econômica e racionalidade; O problema da ação racional.
G. Agamben. O Reino e a Glória. Uma geneaolgia teológica da economia e do governo [Homo Sacer, II, 2]. São Paulo: Boitempo, 2011. M. Arnoux. “Vérité et questions des marchés médiévaux”. In: A. Hatchuel, O. Favereau, F. Aggeri (dir.). L’activité marchande sans le marché ? Colloque de Cerisy, p. 27-43. Nouvelle édition [en ligne]. Paris: Presses des Mines, 2010 (généré le 25 mai 2015). Disponible sur Internet :