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Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
 
História
 
Disciplina: FLH0134 - História e Liberalismo
History and Liberalism

Créditos Aula: 5
Créditos Trabalho: 1
Carga Horária Total: 105 h ( Práticas como Componentes Curriculares = 20 h )
Tipo: Semestral
Ativação: 01/01/2018 Desativação:

Objetivos
Este curso tem o objetivo de discutir as principais contribuições do pensamento liberal à escrita da
História e sua pertinência para o debate historiográfico contemporâneo. Tendo como pano de
fundo o estudo de autores liberais, o curso pretende abordar três questões essenciais à formação
de pesquisadores e de professores de História: a racionalidade, a causalidade e a agência humana.
Assim, ao invés de tratar a formação de professores em um tópico específico, “História e
Liberalismo” pretende contribuir para esse objetivo através de uma reflexão sobre alguns dos
princípios basilares da disciplina histórica. O curso também prevê, como uma das formas de
avaliação dos alunos, a realização de seminários, o que ajudará no desenvolvimento da prática
pedagógica dos matriculados.
 
 
 
Docente(s) Responsável(eis)
4873631 - Marcelo Candido da Silva
 
Programa Resumido
A recepção, entre os historiadores, do livro O Fim da História e o último homem, de Francis
Fukuyama, contribuiu para reforçar a ideia de incompatibilidade entre Liberalismo e História. Da
mesma forma, o debate político dos últimos anos, no Brasil e no exterior, tendeu a apresentar, por
vezes, o Liberalismo como uma doutrina essencialmente econômica. Longe de se limitar à
justificativa de um determinado modelo econômico, ou mesmo de um projeto político, o
Liberalismo reuniu autores engajados em questões centrais à prática e à teoria da História. De um
ponto de vista epistemológico, esses pensadores se dedicaram a adequar a disciplina à mudança
de paradigma científico observada no início do século XX, seja advogando por princípios
universais de investigação – como o preceito da falseabilidade de Karl Popper –, seja defendendo
o distanciamento entre as humanidades e as ciências naturais – como na crítica de Friedrich Hayek
ao cientificismo. De um ponto de vista temático, historiadores liberais estimularam a análise sobre
o papel do indivíduo nos processos históricos, sobre a influência da racionalidade nas ações dos
atores históricos, bem como sobre as conexões causais dos eventos entre si e dos eventos com os
processos históricos. Cabe salientar que a ênfase na agência humana não se deu por meio um
retorno à historiografia romântica do século XIX, mas de maneira a responder ao problema das
contingências do social na ação humana, tal como enfatizado, ao longo do século XX, por
proponentes de visões holísticas da história. Nesse percurso, a vertente liberal fomentou a
investigação segundo eixos que, se não inéditos entre historiadores, nem sempre haviam sido
trabalhados com a mesma centralidade aferida em disciplinas análogas, como a Sociologia, a
Economia ou a Ciência Política. São eles: os modelos de explicação causal, de agência humana e
de ação racional. Não se pretende aqui uma análise panorâmica da tradição liberal, mas dar ênfase
em alguns autores cujas obras trazem contribuições, por vezes discrepantes, para a compreensão
dos eixos mencionados.
 
 
 
Programa
Liberalismo e "fim da História"
- Francis Fukuyama e a democracia liberal
O problema da causalidade histórica
- Karl Popper e a crítica ao historicismo
- Benedetto Croce e o historicismo da liberdade
Liberdade e Racionalidade
- Norberto Bobbio: Liberalismo e Estado
- Milton Friedman e a indivisibilidade da liberdade
- Ludwig von Mises: cataláxia e mercado
Ação e História
- Isaiah Berlin e a inevitabilidade histórica
- Friedrich von Hayek: mercado e evolução social
- Raymond Aron e a "crise moral" das democracias liberais
 
 
 
Avaliação
     
Método
a) Prova em sala; b) Apresentação de seminário em grupo, com tema a ser escolhido na lista que segue: 1) Liberalismo e fim da História; 2) O problema da causalidade; 3) Liberdade e racionalidade; 4) Ação e História. O roteiro detalhado para a elaboração dos seminários será distribuído no primeiro dia de aula; - A nota final corresponderá à média aritmética simples das atividades acima.
Critério
Frequência às aulas; leituras e participação nas discussões em sala; capacidade de argumentação crítica e de problematização; articulação entre ideias e leituras; consistência teórica e historiográfica.
Norma de Recuperação
Prova em sala.
 
Bibliografia
     
Bibliografia:
Obras de síntese

BEDESCHI, G. Storia del Pensiero Liberale. Bari: Latenza, 1990.
HABERMAS, J., RAWLS, J. Debate sobre el liberalismo político. Barcelona/Buenos
Aires/México: Paidós, 1998.
KOERNER, K. Liberalism and its Critics. Londres: Croom Helm, 1985.
MERQUIOR, J.G. O Liberalismo - antigo e moderno. 3a ed. São Paulo: É Realizações, 2014.
ROSANVALLON, P. Le libéralisme économique. Histoire de l'idée de marché. Paris: Seuil,
1989.
SANDEL, M. (ed.). Liberalism and Its Critics. New York: New York University Press, 1984. 
SIENDENTOP, M. Inventing the Individual. The Origins of Western Liberalism. Cambridge:
Harvard University Press, 2014.

Obras específicas
ACEMOGLU, D., ROBINSON, J., MARTIN, E. (ed.). Essor et déclin des lois générales du
capitalisme. In: LECAUSSIN, N., DELSON, J.-Ph. Anti-Piketty. Vive le Capital au XXIe
siècle! Nice: Libréchange, 2015, p. 247-307.
ARNAUD, A., BARILLON, M., BENREDOUANE, M. Esquisse d'un tableau historique de la
neutralisation de l'histoire dans l'économie libérale. Les enjeux épistémologiques de vieilles
controverses. Revue économique, vol. 42, n. 2, 1991, p. 411-436.
ARON, R. Liberté et égalité. Cours au Collège de France. Paris: EHESS, 2013. BERLIN,
Against the Current. Essays in the history of ideas. 2a ed. Princeton: Princeton University
Press, 2013.
BERLIN, I. Historical Inevitability. In: The Proper Study of Mankind. An Anthology of Essays.
Londres: Chatto & Windus, 1997, p. 119-190.
BOBBIO, N. Liberalismo e Democracia. 4a ed. São Paulo: Brasiliense, 1993.
CROCE, B. La storia como pensiero e come azione. Bari: Laterza, 1966.
FRIEDMAN, M. Capitalism and Freedom. Chicago: University of Chicago Press, 1982.
FUKUYAMA, F. O Fim da História e o Último Homem. Rio de Janeiro: Rocco, 1992.
HAYEK, F. von. The Counter-Revolution of Science. Toronto: Free Press of Glencoe, 1964.
HAYEK, F. von. Individualism and Economic Order. Chicago: University of Chicago Press,
1948.
HAYEK, F. von. Law, Legislation and Liberty. A new statement of the liberal principles of
justice and political economy. Lendres/New York: Routledge, 2003.
McCLOSKEY, Deirdre N. Bourgeois Equality: How Ideas, Not Capital or Institutions,
Enriched the World. Chicago: University of Chicago Press, 2016.
MISES, L. von. Ação Humana. Rio de Janeiro: Instituto Liberal, 1990. POPPER, K. A Miséria do Historicismo. São Paulo: EDUSP, 1980. SMITH, A. The Theory of Moral Sentiments.
Cambridge: Cambridge University Press, 2002.
RICE, Condoleezza. Democracy. Stories from the Long Road to Freedom. New York/Boston:
Twelve, 2017. 
 

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