Um primeiro objetivo da disciplina é aquele de oferecer o conhecimento da característica abordagem historiográfica própria da Escola Italiana de História das Religiões e, portanto, de apresentar seus peculiares instrumentos, teóricos e analíticos, de investigação. Para tanto, partiremos de uma definição geral do que foi sendo definida, a partir de meados do século XIX, como perspectiva histórico religiosa em seu sentido mais geral e, muitas vezes, pouco historicista (Conteúdo: item 1). Tratar-se-á de levar em consideração, sucessivamente, os próprios instrumentos críticos elaborados pela História das Religiões, a partir de sua peculiaridade - mais evidente e distinta com relação às perspectivas anteriores- que consiste em historicizar, antes de mais nada, os próprios instrumentos teóricos da análise historiográfica e as categorias analíticas denominadas de "religiosas", para depois podê-los aplicar às específicas investigações (Conteúdo: item 2). A fim de verificar alguns desses resultados no percurso desta historiografia, proporemos, portanto, a análise de algumas vertentes da investigação histórico religiosa (Conteúdo: item 3), levando em consideração, sucessivamente, alguns temas ligados, sobretudo, ao aprofundamento dos estudos e das problemáticas do mundo clássico (Conteúdo: item 4). Tudo isso, com a finalidade de introduzir a herança interpretativa apropriada pela primeira modernidade, base fundamental a partir da qual a Europa pôde construir, antes, uma autoconsciência de sua especificidade (Conteúdo: item 5).
Em um seu momento histórico crítico particular, esta auto- consciência representou, ao mesmo tempo, o substrato do impulso da expansão europeia e seu patrimônio cultural que, necessariamente, foi colocado em jogo em nível, finalmente, planetário: com ele foram sendo colocados em jogo, também, seus códigos interpretativos prioritários. Tendo em vista tudo isso, o passo sucessivo da disciplina será, justamente, aquele de tentar aplicar a importante ferramenta historiográfica crítica à perspectiva histórico-cultural e antropológica que diz respeito aos temas históricos e exemplificativos da disciplina. Nessa direção nos propomos tentar detectar os específicos processos culturais - despertados pelas leituras e pelas interpretações, sobretudo missionárias, das diferenças culturais - surgidos do encontro entre culturas europeias e extra- europeias na primeira Idade Moderna: com relação às últimas, trataremos, sobretudo, daquelas americanas (Conteúdo: item 6), ampliando, todavia, essa abordagem comparativa (já proposta no programa anteriormente credenciado) com uma nova incursão relativa a outro contexto de encontro cultural ensaiado pela Europa da época, isto é, aquele que diz respeito à missionação asiática, em sua generalidade, e especificamente àquela indiana (Conteúdo: item 7), apontando para um percurso de pesquisa recentemente empreendido. Tendo-se em vista esses objetivos - metodológicos e temáticos - e a análise de suas contextualizações históricas, pretendemos prestar uma constante atenção às consequentes problemáticas de reestruturação da cultura europeia e das culturas autóctones, na perspectiva de uma característica "hibridização" do pensamento ocidental que se desprende desse(s) processo(s). Estes, junto ao contexto histórico e antropológico da primeira modernidade, abrem caminho, de fato, para o sucessivo surgimento de uma moderna Antropologia: seus instrumentos e suas categorias de análise "científica" resultam ser, em boa medida, herança de uma experiência de campo propriamente missionária. Finalmente, a historicização da nova disciplina antropológica representa o passo fundamental para entender, além do mais, seus limites e suas potencialidades, assim como ela se constituiu enquanto momento fundamental para o surgimento de uma perspectiva de investigação propriamente histórico- religiosa. Justificativa: Acreditamos que a perspectiva de indagação histórico- religiosa mereça, antes de mais nada, uma sua específica atenção para a problemática geral de que trata, isto é, pela peculiar abordagem propriamente histórica em relação à constituição e ao funcionamento das categorias "religiosas" que, enquanto tais, são geralmente propostas como categorias analíticas des-historicizadas (não sujeitas a uma própria análise histórica). Essa base teórica revelar-se-á de fundamental importância para um grande número de disciplinas - História Social, Antropologia, Sociologia etc. - que, muitas vezes, se deparam, em seus específicos contextos, com essas categorias sem, todavia, ter elaborado, antes, ou possuir, depois, os necessários instrumentos de uma sua historicização crítica. Em segundo lugar, essa perspectiva de estudos, dirigida à análise dos processos surgidos do encontro entre o Ocidente e a alteridade americana - mas também aquela asiática - no começo da Idade Moderna, é duplamente preciosa para frisar problemáticas tais como as que se referem a conceitos, antes, e interpretações de fatos históricos, depois, como, por exemplo, os de sincretismo, aculturação, transculturação, hibridismo e mestiçagem. Uma historicização dos termos e das práticas revela-se, de fato, urgente e necessária para um indispensável re-pensamento da História Colonial, da História Indígena e, não por ultimo, da História Europeia na idade confessional: pensamos, neste caso, ao "efeito de retorno" para a Europa que constitui, por exemplo, dentro de seu próprio espaço geográfico, a inédita configuração social das "Índias internas"; que impõe, lá também, um novo modelo de "missionação", de "civilização" e, finalmente, de socialização. Nessa perspectiva, tanto nos dois lados do Atlântico, quanto no contexto do Índico (para o qual apontaremos algumas pesquisas e reflexões em fase de desenvolvimento inicial), a análise teórica das problemáticas envolvidas se constitui no plano de um conceito de "religião" (peculiarmente ocidental) que vai se revelando enquanto fundamental e característico instrumento de mediação: interpretativo, antes, e de "hibridização"; cultural, depois. Enquanto tal, esse conceito se encontra na base das concretas práticas históricas (modernas) que pretendemos analisar detalhadamente. A disciplina também destinará 20 horas para o planejamento e desenvolvimento de práticas extensionistas, a serem computadas nas ACE constantes do Histórico Escolar do aluno. Essa atividade deverá ser voltada para o público externo à Universidade, previamente delimitado pelo aluno e com aval do professor, e deverá ter caráter historiográfico, que poderá assumir diferentes formas, tais como: formação historiográfica de público- externo à universidade, formação continuada de professores da rede básica, atividades e organização de eventos culturais com temas históricos, atividades de preservação patrimonial, organização documental e direito à memória, exposições, performances teatrais, intervenções urbanas, ações vinculadas a monumentos e contra monumentos, placas comemorativas, roteiros turísticos, dentre outros, podendo ser de caráter presencial ou remoto, de acordo com as definições institucionais e normas vigentes na Universidade. O desenvolvimento das atividades se fará sob a tutoria do docente- responsável pela disciplina, sendo avaliada conforme as regras vigentes para aprovação em disciplinas, mediante relatório final e sistematização da avaliação pelo grupo social envolvido, conforme indicadores previamente definidos pelo docente e pelos alunos envolvidos.
I. Contexto e problemáticas do surgimento da disciplina 1.O Nascimento da História das Religiões; 2.Berço Teológico-Protestante da Manualística Histórico-Religiosa; Vertentes Histórico-Religiosas; 2.Vertente Sistemática; 3.Vertente Fenomenologista ("essencialismo" religioso). II. Escola Italiana de História das Religiões: contribuições para as definições e de historicização das categorias analíticas 1.Metodologias, instrumentos da pesquisa e ferramentas teóricas; Problema e Método da Comparação Histórico-Religiosa; 2.Historicização dos conceitos de "religião", "crença" e "fé"; 3.Contraposição Religioso/Cívico; 4.Dilatação do Conceito de Religião; 5.Fenomenologia e História das Religiões: uma perspectiva diferencial. III. Vertentes da Investigação Histórico-Religiosa 1.Dos Politeísmos as Religiões do Mundo Antigo...; 2.... à História das Religiões na Cultura Moderna; 3.Das Religiões de Salvação: Monoteísmos e dualismos...; 4.... às Vias de Libertação e de Imortalidade: Índia e Extremo Oriente. IV. Algumas Problemáticas Clássicas de Investigação Histórico-Religiosa 1.A Alteridade entre Tradição Greco-Romana e Judaico-Cristã; 2.Tradição Agostiniana e Patrística: os desdobramentos da Tradição Greco Romana e Judaico-Cristã; 3.Universalismo da Igreja: Proselitismo Cristão versus Cristologia, Doutrina versus Heresia; 4.Invenção do Politeísmo: Exegese Clássica e Antropológica. V. Problemáticas Modernas de Investigação Histórico-Religiosa 1.Das Disputas Doutrinais acerca da Fé...; 2.... Para a Fé enquanto Produto Histórico; 3.A Fé como Fato Histórico: entre a 'Civitas' do Império e a Catequese Cristã; 4.Direito, Religião, Civilização e Antropologia: o percurso da universalização ocidental. VI. América 1.As bases renascentistas de uma 'invenção da Humanidade' e o surgimento de uma perspectiva antropológica; 2.Analogia, comparação e interpretação entre 'Antigo' (dimensão histórica) e 'Selvagem' (dimensão antropológica); 3.A 'construção da alteridade' na nova perspectiva antropológica; 4.'Politeísmo' e 'idolatria': formação histórica das categorias analíticas; 5.A alteridade idolatra e/ou sem crenças: ameaças e possibilidades; As categorias analíticas como linguagem interpretativa; 6.'Aculturação' e 'transculturação' na perspectiva histórico-religiosa. VII. Índia e Oriente Extremo 1.Encontro de Impérios; 2.Categorias interpretativas no contexto oriental; A missão religiosa no Oriente e na Índia; 3.Os projetos missionários e a experiência do Malabar; 4.Costumes locais entre interpretação 'política' e 'religiosa'; 5.Diferentes intencionalidades missionárias com relação às diferentes interpretações.
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