A disciplina tem por objetivo recuperar as origens do movimento monástico e verificar a evolução das regras e práticas cenobíticas no cotidiano das comunidades religiosas na Idade Média. Para tanto, busca-se estabelecer a análise das formas de vida e de organização social como fundamento importante para a compreensão do período em questão, para além do testemunho das fontes “teóricas” representadas pelas prescrições de clérigos e abades: trata-se de traçar os aspectos da interação entre os religiosos e as sociedades do entorno, procurando estabelecer a dinâmica criada a partir de suas relações sociais, econômicas, políticas e demográficas.
A disciplina cobre o arco cronológico que se estende da Antiguidade Tardia a meados do século XIV, em regiões da Europa, da Ásia Menor e da África nas quais a cultura cristã estabeleceu-se de forma institucional. A disciplina compreenderá discussões teórico-metodológicas, tais como a problematização das fontes, bem como o percurso, o alcance e os limites das análises desenvolvidas até a atualidade.
1-Questões teórico-metodológicas 2-Violência e monaquismo 3-Tolerância e monaquismo 4-Eremitismo e cenobitismo 5-A consolidação das Regulae: importância documental 6-A ordo monachorum de São Bento 7-Mosteiros familiares 8-Monaquismo e reforma 9-Epílogo: as Ordens Medicantes
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